Capítulo VI

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Duda Bittencourt

O podcast tinha acabado e o Gabriel tava falando com os meninos, eles tavam rindo e fazendo graça, o Gabriel adorava isso.

Eu tava mexendo no Twitter esperando aquela vir falar merda pra mim, não acordei com paciência, então é melhor ela não vir me xingando.

Eu tava com uma ressaca fudida, não tava nem assimilando as coisas direito, o que me ajudava a disfarçar era a maquiagem, que me deixava com cara de viva.

Eu vi o Gabriel me olhar de relance enquanto ria com os meninos, fiquei encarando ele até ele se ligar que já tava na hora de ralar né.

Depois de alguns minutos o Gabriel se despediu dele e veio me chamar pra ir embora.

-Vamo. -Disse em pé, na minha frente.

-Porra, finalmente. -Me levantei.

-Reclama não. -Foi em direção a porta.

Saimos do estúdio e fomos direito pra garagem, sem trocar uma palavra.

Entramos no carro e o Gabriel deu partida. Eu não sei o que tinha acontecido, mas eu devo ter feito o Gabriel passar raiva.

Fiquei encarando ele, sem perceber.

-Que foi, Eduarda? -Chamou de Eduarda, me fudi.

-Eduarda? -Franzi o cenho.

-É. -Fez uma pausa. -Que foi, Eduarda?

-Não sei, me diz você. -Cruzei os braços.

-Cara, ontem você tava muito bêbada e eu não tô falando isso pra te deixar mal, pra você achar que deu trabalho. -Suspirou. -Aquele seu amigo, o Rodrigo, queria te levar pra casa com você naquele estado e eu não deixei, por motivos óbvios e aquilo me incomodou, porque ele não tava parecendo ter boas intenções. -Passou a mão na cara. -Mas sei lá também, posso estar errado.

-Não, Gabi. -Sorri. -Obrigada, viu? Eu entendo sua parte, eu tava bêbada e você não conhecia ele.

-Sério? Pensava que ia ficar chateada. -Ele sorriu. -É que você sabe como homem é, né? É cada coisa, nem consigo te explicar.

-Sim, amiga, muito complicado.

-Vai se fuder. -Riu. -Eu falo assim porque eu sei como é, tenho lugar de fala.

-Eu sei, Bi.

CARALHO BI NÃO.

Porra, que merda eu fiz? Eu não podia ter chamado dele de Bi, não podia. Meu Deus, meu Deus, meu Deus.

O pior é que ele não disse nada, só ignorou, eu tô forçando muito a barra, ele só te ajudou. Nada mais.

-Faz tempo que você não me chama assim, né. -Deu uma risada sem graça.

-É. -Respondi receosa.

-Mas eu gosto do apelido, é fofo. -Olhou para mim. -Me faz lembrar de quando a gente era criança.

-Época boa. -Desviei o olhar.

-Aquilo da Rafaella.. -Voltou a olhar para a estrada. -Ela realmente te mandou mensagens?

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora