Capítulo VII

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Gabriel Barbosa

Eu falei. Eu falei que ia ter alguma coisa com ela e porra, que mamada.

Tínhamos acabado de chegar em casa e eu queria mais, queria sentir ela, sentir o corpo dela no meu. Ela tava apoiada no balcão de costas pra mim.

Cheguei por trás dela e abracei.

—Ta fazendo o que? —Olhei pro celular dela.

—Nada. —Desligou. —Oque você tá fazendo?

—Eu to só te abraçando, não posso mais? —Puxei para mais perto. —Hein? Não posso?

—Pode não. —Deu um sorrisinho.

—Não? E beijar? —Virei ela pra mim. —Beijar pode?

—Beijar? —Olhou pra minha boca. —Beijar pode.

Me aproximei dos lábios dela e esperei para que ela juntasse. Ela não cedia e muito menos eu, ficamos nessa brincadeira de beija e não beija, só esperando um dos dois fazer o primeiro movimento.

Nossos lábios se encostaram e nada, ela não dava o primeiro passo e eu também não ia, já tava decidido.

—Você sabe que eu não vou dar o primeiro passo, né? —Olhou nos meus olhos.

—Não? —Dei um sorrisinho. —Não se preocupa com isso.

Juntei os nossos lábios de vez, dessa vez com toda a vontade do mundo. Ela deu espaço para a língua e porra, que beijo gostoso.

Tudo que envolvia ela ficava mil vezes melhor e isso me deixava maluco, maluco por sempre ter pensado nela como uma amiga ou como intocável.

Era como se fosse a primeira vez que eu tocava numa mulher, eu desaprendi tudo que eu sabia quando ela me tocou, quanto ela tocou lábios dela nos meus e em outras partes também.

Todo o peso do meu corpo desapareceu, todas as preocupações, todos os problemas, tudo que era ruim saiu de mim naquele momento.

O beijo era envolvente, nada me desconcentrava daquilo, ela me deixava preso no que quer que fosse aquilo, ela era tudo e eu nunca tinha enxergado isso, mas não seria agora que teríamos alguma coisa séria.

Já passou muito tempo, se fosse pra ter alguma coisa, já tinha acontecido antes, a gente se convence desde bebê e nunca tinha rolado nenhum selinho, foi estranho o que aconteceu no carro. Estranho e bom pra caralho.

Meus pensamentos já tinham tomado conta de mim naquele momento e o beijo já não tava encaixando, porque eu tava com a cabeça em outro lugar.

Quando ela colocou a mão por baixo da minha camisa, tocando a minha pele da forma mais suave possível, meu corpo inteiro arrepiou.

Ela separou o beijo e apoiou a cabeça no meu peito.

—Ta pensando no que? —Arranhava levemente as minhas costas.

—Em qual posição eu vou te comer hoje. —Dei um sorriso.

—Fala sério, Gabriel. —Olhou pra mim. —Ta pensando no que?

—Nada demais, não se preocupa. —Dei um beijo na cabeça dela.

—Hm.

Ficamos ali abraçados durante algum tempo, até voltarmos a nos beijar. Parecia um sonho, não acreditava que aquilo tava acontecendo, eu tava de rolo com a Duda? Porra, não dava pra acreditar.

Dessa vez, ela tava com a mão na minha nuca, me beijando com vontade e eu tava com a mão na cintura dela, puxando para mais perto e tentando sentir o máximo de pele possível.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora