Capítulo XI

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Duda Bittencourt

O Vini é muito interessante e beija muito bem, ele me trouxe aqui dentro pra tirar uma foto com o Delacruz, que eu sou MUITO fã.

Depois de tirar a foto, fui falar com o Gabriel, que tinha me pedido pra conversar mais cedo.

Quando me aproximei, vi que ele estava falando sobre mim com o L7 e parei para ouvir a conversa.

—Eu pego ela as vezes, nada sério. —Gabriel disse.

—Eu sabia! —L7 riu. —Isso aí é ciúme.

—Mano, não é ciúme, só não quero que o Vini passe a piroca nela, né. —Fez uma pausa. —E outra, ela é só uma transa e acabou, quero nada sério com essa aí não.

—Qual foi, Gabriel? "Essa aí"? A mina é mo fechamento, tua amiga de infância e tu fala dela como se ela fosse qualquer uma. —Encarou o Gabriel.

—Não falo dela como se fosse qualquer uma, mas eu vou tratar ela como qualquer uma, não quero nada sério e é isso.

—E ela sabe disso? —Deu um gole na bebida.

—Deve imaginar, ela é burra, mas nem tanto.

—Não fala isso dela, irmão.

Continuei encarando os dois, dessa vez sem reação, o Gabriel era a pior pessoa do mundo.

Eu odeio ele.

—Duda!? —Gabriel se virou, pálido.

—Vai se fuder, Gabriel. —Sai andando em direção a porta, eu só queria sumir daquele lugar.

—Duda, não é isso que você tá pensando. —Veio atrás de mim.

—Porque você tá tentando se explicar pra qualquer uma? Vê se cresce, Gabriel, eu não sou seu brinquedinho! —Empurrei ele.

—Duda. —Segurou minhas mãos. —Me perdoa, eu não tô bem.

—Não vem com a desculpa de "Eu tô bêbado", porque nem uma cerveja você tomou, seu filho da puta. —Me soltei das mãos dele.

—Você vai embora como? Eu te trouxe aqui. —Cruzou os braços.

—Eu vou pedir um Uber. —Tirei o celular da bolsa.

—Ta ficando maluca? Você não é uma pessoa comum, eu te levo. —Ele tinha razão.

Eu odeio dar razão pra esse desgraçado, mas dessa vez ele tinha.

Eu entrei no carro dele calada e coloquei o cinto, nem sequer tinha me despedido de ninguém.

O nó na garganta tava me deixando maluca, eu tava lutando contra toda a minha vontade de chorar, que não era pequena.

Eu não gosto do Gabriel, mas ser chamada de qualquer uma por uma pessoa que você conhece a mais de 20 anos é complicado.

O Gabriel tava calado, ele não tinha desculpa dessa vez.

—O que você quer comigo, Gabriel? Fala a verdade, por favor. —Segurei o choro.

—Não precisa segurar o choro. —Fez uma pausa. —Eu não sei, Duda.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora