Capítulo VIII

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Duda Bittencourt

Gabriel tinha subido pro quarto enquanto eu e a Dhio ficávamos conversando. Sinceramente, eu sei que esse meu lance com o Gabriel não vai pra frente, então não valia a pena eu ficar pensando se ele queria algo sério.

A Dhio parecia ter assunto pra uma vida toda, mas minha cabeça tava em outro lugar, eu só sabia responder com "sim", "não", "uhum" ou as vezes dava uma risadinha, não tava prestando atenção.

—E sabe o que eu tava pensando também? Esse final de semana vai ter uma festa de um amigo meu, vai ter vários caras lá, tudo gostoso. —Ela riu.

—Sim.. —Falei sem prestar muita atenção.

—Sim oque? Que foi Duda? Você tá super estranha, mal fala. —Cruzou os braços. —Ta passando mal?

—To sim, tô morrendo de cabeça, foi mal. —Suspirei.

—Ta doida? Não precisa pedir desculpa, vai descansar. —Me deu dois tapinhas nas costas. —Depois eu vou te atualizando.

Levantei sem falar uma palavra e comecei a subir as escadas, olhei pra cima e o Gabriel tava lá, de braços cruzados olhando pra mim.

Continuei subindo as escadas, mas dessa vez encarando ele, só esperando ele abrir a boca e falar alguma gracinha.

—Você tá com dor? —Perguntou baixinho.

—Não, só tava com a cabeça em outro lugar. —Cheguei ao topo da escada e fiquei cara a cara com ele, já que o príncipe não mexeu 1 músculo. —É feio escutar a conversa dos outros.

—Fala pra tua amiga que é feio interromper a foda dos outros. —Sorriu.

—Minha amiga vulgo sua irmã? —Encarei ele.

—Tu é menos burra do que eu pensava. —Me deu um selinho. —Vem deitar comigo, ela não vai desconfiar.

—Ai ela abre a porta do meu quarto e eu não tô lá, pensa um pouco. —Continuei o meu caminho até o quarto.

Seu quarto? Pelo que eu saiba é o quarto de hóspedes. —Agarrou meu braço. —Se a gente trancar o quarto ela não vai conseguir abrir e vai achar que você tá dormindo, pensa um pouco.

—Não quero. —Olhei pra ele.

—Eu perguntei? Eu disse pra você vir deitar comigo, não foi nenhuma pergunta. —Deu um sorriso de canto.

—Cara, depois dessa só falta soltar um "Eu não transo, eu fodo", papo reto irmão. —Ri e soltei meu braço.

—Coe. —Riu também.

—Vou deitar um pouco, depois eu vejo se deito com você mais tarde. —Entrei no quarto.

Esse "Eu não transo, eu fodo" é algo que o Gabriel com toda a certeza diria dependendo da mina que ele tivesse, porque esse viado é muito estranho, muito. Ele só pega mulher porque ele é o Gabigol, se não passava fome de buceta.

Me joguei em cima da cama e me ajeitei nela. Fiquei uns minutos olhando pro teto e pensando em nada antes de fechar os olhos.

Acordei, penso eu, alguns minutos depois de ter caído no sono com um barulho vindo da porta. Era Gabriel.

—Tranquei a porta do meu quarto pra ela não perceber. —Veio na minha direção.

Sem dizer nada, abri espaço para ele se deitar ao meu lado, não tava com disposição pra expulsar ele naquela hora.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora