Capítulo I

691 25 11
                                    

Duda Bittencourt

Desde que eu me entendo por gente, eu e Gabriel sempre fomos melhores amigos, mas de uns anos pra cá com esse vai e vem do relacionamento dele, nós acabamos por nos afastar e de quebra começamos a nos odiar também.

Eu e Gabriel éramos grudados e é uma pena que tudo tenha acabado assim.

Mas por questões de mídia, eu e Gabriel sempre fingimos estar bem, nem mesmo a nossa família sabe que não estamos bem.

E em uma noite de algum evento, aconteceu de novo, eu e Gabriel estávamos nos xingando disfarçadamente para ninguém reparar.

—Eu te odeio tanto, cara. —Sussurrei com um sorriso no rosto.

—Eu te odeio mais. —Sorriu de volta.

—Eu duvido muito.

—Vou te fazer nunca mais duvidar. —Deu um sorrisinho de canto e derrubou o copo de bebida que estava segurando em mim.

—Gabriel! —Não consegui sussurrar dessa vez e de repente todos os olhos estavam voltados para nós.

Os flashes começaram a fazer barulho e os sussuros estavam cada vez mais altos, com certeza já tinham entendido o que estava acontecendo ali.

Eu deixei o copo de bebida que estava segurando em uma mesinha qualquer e fui em direção ao banheiro, sem perceber que o pé no saco do Gabriel estava vindo atrás de mim.

—Puta que pariu... —Murmurrei enquanto limpava o meu vestido, que agora cheirava a uísque.

—Quer ajuda com isso aí? —Gabriel perguntou tentando disfarçar a fato de estar nervoso.

—Vaza daqui, mimado do caralho. —Disse enquanto tentava tirar aquilo de mim.

—Tu é tão orgulhosa assim? —Perguntou se aproximando e tirando um pacote de lenços umedecidos de dentro de um armário. —Vem cá.

Ele tirou um lenço e começou a passar pelo meu vestido, sem aplicar muita força.

Ele parecia tão concentrado fazendo aquilo que por um minuto eu esqueci que ele estava passando um lenço umidecido no meu peito.

—Tira a mão daí, eu sei fazer isso sozinha. —Tirei a mão dele a força.

—Tu vai ser assim? —Me encarou.

—Aprendi com o melhor, babi.

—Babi? Tá falando sério cara? —Esfregou a mão no rosto.

—Babigol, babigol, babigol... —Provoquei.

—Para com essa porra! —Esfregou a mão na cara diversas vezes. —Eu te odeio, caralho.

—Eu também te odeio. —Disse saindo de perto.

Eu saí de lá e logo atrás o Gabriel também estava saindo, os olhares continuavam sobre nós e os cochichos ainda estavam altos.

Que porra era aquela? Tinha descoberto que eu e o Gabriel não éramos amigos? Eu tava fudida, FUDIDA.

Olhei para Gabriel com um olhar de desespero e ele percebeu o que estava acontecendo, veio rapidamente e me abraçou por trás, dizendo lindas palavras para mim.

—Vai se fuder, você precisava gritar daquele jeito? —Perguntou sorrindo.

—Vai pra casa do caralho, seu boiola. —Disse dando um beijinhos na bochecha dele. —Essa tua barba é uma desgraça sabia?

—Cala boca. —Deu um beijo na minha cabeça e foi embora.

Esse garoto me irrita, me irrita muito.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora