Capítulo IV

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Duda Bittencourt

O Gabriel não estava no quarto quando eu saí do banho, provavelmente ele foi tomar banho no outro quarto ou algo assim.

Me deitei na cama dele e peguei aquele bichinho de pelúcia idiota dele, não sei como alguém consegue se amar tanto. A cama dele tinha o cheiro dele e aquilo tava me incomodando, provavelmente por eu estar bêbada.

Me deitei na cama dele e fiquei mexendo no boneco, deu até pena uma hora, tava colocando o boneco e todas as posições possíveis.

Ouvi um barulho de porta abrindo e me virei. Gabriel tava com o meu vestido na mão, ele não parecia incomodado ou irritado comigo, porque eu sei que as minhas atitudes quando a gente chegou não foram muito legais.

Ele fechou a porta e veio na minha direção e sem falar uma palavra, colocou o vestido em cima do criado mudo. Olhou pra mim, deu um sorrisinho e entrou pro banheiro. Fazia tempo que a gente não era tão amigável um com o outro.

Continuei sem fazer nada, não sabia onde tava meu celular e nem o controle da televisão, então só fiquei brincando com aquele boneco dele.

Gabriel saiu do banheiro de toalha e com o cabelo molhado. Hmm, ele tava diferente, né? Não deveria ter negado aquele beijo na balada. Provavelmente é só o álcool falando, mas porra.

Ele passou direto pro closet e saiu de lá vestido com uma calça de moletom do flamengo e de tronco nu, ele tava uma delícia com aquele cabelo molhado.

—Ta frio. —Olhei pra ele.

—Oque que tem? —Me olhou de volta.

—Você tá sem nada por cima. —Ele se aproximou.

Nessa altura do campeonato eu já não tava tão bêbada, mas ainda tava bastante.

Ele se agachou perto da cama.

—É que naquela hora, você tava sem nada e a porta do quintal tava aberta, então o vento gelado tava entrando e você tava sem nada pra tapar. —Fez uma pausa. —Agora é diferente, eu vou deitar cama pra me cobrir e não tem vento aqui, entende? —Sorriu.

O Gabriel parecia estar explicando pra uma criança de 4 anos o porquê dela ter que usar casaco, eu estava agindo como uma? Sim, mas aquilo era fofo.

—Uhum. —Balancei a cabeça.

—Que bom. —Se levantou. —Ta com fome?

—To. —Continuei brincando com o bichinho de pelúcia.

—Vem comer.

—Já vou. —Olhei pra ele. —Pode descer.

—Não vou deixar você descer as escadas sozinha. —Se aproximou novamente. —Vem. —Pegou na minha mão.

—Ta. —Me levantei, ainda com o bichinho de pelúcia.

—Gostou? —Sorriu pra mim.

—Do que? —Olhei pra ele um pouco confusa.

—Do bichinho de pelúcia.

𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora