𝐌𝐀𝐈𝐒 𝐓𝐀𝐑𝐃𝐄 - 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋

Capítulo III

Gabriel Barbosa

Eram quase 10 da noite quando eu fui buscar a Duda pra ir pra mais uma balada, não tinha jeito, a gente não se via a 3 dias e já tavam começando a falar sobre isso.

Eu e a Duda sempre andávamos juntos quando éramos amigos, então fica difícil disfarçar quando a gente não se vê.

Nesses 3 dias a gente nem tinha se falado, até porque não somos amigos, eu só chamei ela pra me acompanhar em uma balada pra acabar com os comentários.

O único problema é que quando ela tava lá, eu não conseguia chegar em mulher de jeito nenhum, sempre foi assim e eu nunca entendi o porquê.

Quando estava chegando, liguei pra ela.

-Oi, Gabriel. -Disse parecendo estressada.

-Já tá pronta? 2 minutos eu tô aí.

-Cara, você falou 22:30, não são nem 22:00 ainda. -Levantou o tom de voz.

-Não tem problema, eu te espero. -Falei com a voz mais calma possível.

-Tabom, vou me apressar.

-Tranquilo, até daqui a pouco. -Desliguei.

Essa mulher é muito estressada, não dá, qualquer coisa grita comigo.

Entrei no condomínio dela e estacionei na porta da casa dela, não buzinei, nem liguei para avisar. Apenas esperei o tempo dela.

Quando deu 22:25 eu vi ela saindo de casa em direção ao carro, ela tava linda, hoje eu comia ela.

Ela veio mexendo no celular, nem olhar pro carro ela olhou, muito menos pra minha cara.

Entrou no carro e colocou o sinto.

-Vai me dar "Oi", não? -Olhei pra ela.

-Oi. -Disse sem tirar o olho do celular.

Ignorei o fato dela não ter olhado pra mim, todo gostosinho do jeito que eu tava, de all black e tudo.

Fui dirigindo até a balada com meu rap no carro, a Duda sempre reclamava, na hoje não, hoje ela só ficava dando risadinha pro celular.

Quando a gente parou no sinal, eu aumentei um pouco a música e aí sim ela reclamou.

-Abaixa um pouco. -Continuou olhando pro celular.

-Vai tirar a cara do celular não? -Continuei olhando para ela.

-Porque... - Parou de falar quando olhou pra mim e me olhou de cima a baixo. -Porque eu deveria? -Completou.

-E essa reação aí? Te deixei em palavras? -Sorri.

-Deixou. -Fez uma pausa. -Pensava que você ia vir mais arrumado.

-Ah. -Voltei a olhar pra rua.

Abaixei a música e continuei o caminho sem olhar mais nenhuma vez para ela.

Quando chegamos lá, ela guardou o celular e saiu do carro, pelo menos na balada não ia ficar olhando pra porra do celular.

-Vem cá. -Puxei ela pela cintura e abracei.

-Esqueci que na rua a gente é amigo. -Me abraçou de volta.

-Poise. -Me afastei. -Vamo entrar.

-Pera aí, tô esperando uma pessoa. -Sorriu pra mim.