Capítulo XXI

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**Duas semanas depois...**
Os nós de meus dedos doem. Minha cabeça lateja. Minha perna está doendo.
Não parei de treinar um dia sequer. Estou determinada a conseguir minha vingança.
Ando até chegar até o enorme predio do Cálice, onde agora eu durmo, com meu irmão de companheiro de quarto.
_ Oi... _ Digo entrando no quarto. Nenhuma resposta _ Mark? Você 'tá' ai?
Ouço o chuveiro ligando. Bato a porta.
_ OI! _ Ele grita, superando o som da água.
_ OI! MARK... ME DIZ ONDE FICA A BIBLIOTECA... _ Digo.
_ O QUÊ??!
_ SAI DAÍ, MERDA!
Encosto na parede e espero que ele saia.
_ Que foi? _ Ele diz, com a cabeça para fora, e o corpo escondido pela porta. O vapor do banheiro me dá certo arrepio. Do frio para o quente, do nada.
_ Onde fica a biblioteca aqui?
_ Bem... _ Ele coça a cabeça _ A biblioteca é de todos os prédios. Fica no Colégio, mas ele deve estar trancado agora. Por quê quer ir lá?
_ Pesquisa... Obrigado, vou até lá _ Me viro, pego minha chave e vou até a porta.
_ Está trancado. Você é surda?
_ Dou meu jeito _ Mando-lhe um beijo e saio.
Como vou entrar lá? Não faço a menor idéia. Eu respiro fundo.
Elevador. Portaria.
Passo em frente ao Oceano, Flor-de-Sangue, e Espinho. Colégio.
O mais alto. O "chefe". Superior à todos. É ali onde desavenças se desfazem, e Onde amizades começam.
Toco a maçaneta, e está gelada, tipo quando você encosta no copo cheio de água esquecido no congelador.
Me abraço.
_ Por que eu não trouxe a porcaria da blusa? Que frio...
Forço a maçaneta, e nada... É inútil.
Sento-me ao lado da porta, e tento pensar.
_ Meus deuses... _ Eu rio.
Perto do canteiro, que deve estar à uns vinte metros de mim uma cena... estranha_ Ah! Não podem ver que estou aqui _ Me escondo atrás de uma árvore pequena ao meu lado. Art e Catherine juntos. Eles se beijam e se abraçam como se dependessem daquilo pra sobreviver. Como dois loucos, a procura: urgentemente, de calor humano. Bem, se antes eu tinha alguma dúvida de que eram doidos, agora não tenho mais. Penso comigo mesma.
Art empurra Cath na parede, e continua beijando-a. Argh. O jeito deles, me deixa com vontade de vomitar. Desvio o olhar para o chão, e próximo ao pé de Catherine, um molho de chaves.
Chaves... Chaves... AH! Catherine é recepcionista do Colégio, ela deve ter as chaves. Tenho que tentar, pois essa é a minha melhor chance.
Procuro no chão, algo que possa me ajudar, e vejo aos pés da árvore que me esconde, uma grande pedra. Seguro ela firmemente, e com toda minha força, a jogo numa espécie de beco, próximo a mim, mas distante deles.
Olho novamente para o "casal" e eles pararam, e agora olham o beco. Sussurram algo que sou incapaz de ouvir, e com uma espada na mão, Catherine e Art, com uma adaga, vão até o beco.
Cath não deve ter percebido as chaves. Espero até ter certeza de que eles não vão mais me ver, e corro até alcançar o molho, e o pego.

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