— Não acredito! — Exclamou Galaxy.
Ele largou o metal no chão. 672, ainda escondido, esperou que algo acontecesse, um grito, um pedido de socorro, sons que as pessoas fazem antes de morrer... porém nada. A morte prevista parecia não acontecer. Contudo, também não conseguiu sair do esconderijo, estava paralisado.
Tudo ficou silencioso.
672, imóvel, sentiu seu coração batendo em seus ouvidos. O tambor do medo estava ressoando a todo vapor, e ele começou a suar frio. "Ele morreu! Todos morreram, e só eu fiquei aqui, nessa sala de merda, com esse monstro de merda!" Pensou com raiva.
"Mas que caralho de situação de merdaa!"
E então:
— BUUU! — Gritou Galaxy aparecendo à sua frente.
— AI MEU CACETE! — Gritou 672 se assustando e batendo a cabeça no tampo da mesa.
— Hahahahaha! Bem feito! — Galaxy se virou para o outro lado como se falasse com alguém. — Tu já pensou que ele ia ficar escondido ali e me deixar morrer?
— Pois é meu irmão, o troço é foda mesmo. Eles deixam os outros levarem a bucha e não tão nem aí. Eu mesmo já morri por conta de você que também é um coiso e me deixou pra trás.
Ouvindo aquele jeito de falar, 672 saiu rapidamente do esconderijo, levantando e procurando por ele.
— DINO! DINOO! Não acredito! — E correu em sua direção.
Ele abraçou o colega sem ainda entender como ele poderia estar ali, inteiro e vivo. Galaxy também se uniu, esmagando os companheiros de guerra em um super abraço. O alívio era tanto que quase se tornava um objeto tangível.
— Pois é, tu também pensou que eu tava morto né? Todo mundo duvida das minhas super habilidades. — Falou enquanto era esmagado.
— Que super habilidade Dino? Você morreu duas vezes já!
— Mas uma delas não contou né?! Era a primeira vez que a gente tava em missão. — Se explicou Dino.
— E a segunda?
— A segunda foi na verdade um ato poético da minha existência. — Se esticou procurando parecer mais culto.
— Um o quê? — Soltaram o abraço, ainda em uma roda de conversa.
— Um ato poético, seus sem cultura. Porque só quando eu morri, pude renascer como Dino! O implacável! O destemido! — Fez algumas poses com os braços tentando exibir os músculos que não tinha.
— Sei, sei... e conta pra gente, senhor implacável destemido, como você se salvou daquele capiroto?
— Pra falar a verdade, foi bem simples. Primeiro pensei: ah pronto, tomei no rabo. Mas daí eu corri tão rápido, mas tão rápido que quase perdi as calças. Meu, fui assim, e fui, e fui, sabe? — Dino explicava, fazendo a todo momento, gestos com as mãos. — E quando olhei pra trás, vi que o chupa cu tava bem fraquinho, correndo devagarinho, só o pó mesmo.
— Ele se cansou mais rápido? — Perguntou 672.
— Isso! E daí meu irmão, eu virei aqui, virei ali, e me escondi em uma sala no fim do mundo. Mas olha que perigou eu me ferrar de novo.
— Mas porque você se desesperou Dino? Era só ter confiado no pai aqui. — Galaxy passou o braço sob o ombro do outro, tranquilizando-o.
— Não sei, foi tudo muito rápido! E na hora do negócio, não consegui pensar. Desculpa gente...
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Corporação
Ciencia FicciónEssa é uma história de ficção, sobre o que somos, e o que podemos vir a ser. Nunca o que é visto, é a total verdade, e quando Celes 689 decide entender a realidade em que vive, acaba por descobrir algo que mudará sua vida para sempre. Baseado no jog...