9. Balões de Água

229 19 14
                                    

POV Narrador


-ELA VIU O QUE?

- Não grita, filho da puta!- Robert olhou para lado no camarim como se Bobby, seu amigo de longa data, não fosse o único ali com ele.- Tá querendo que isso vaze em alguma revista?

O outro inglês rolou os olhos, ignorando a pavor do amigo.

- Robert! Cara! Explica isso.- pediu, agitado.

Robert passou a mão no cabelo, nervoso e envergonhado.

- Não tem o que explicar, irmão, foi isso que você ouviu.

Uma gargalhada sonora subiu pela garganta de Bobby com a expressão torturada de Robert.

- Meu Deus e ela não quis matar você?- perguntou.- Porque isso meio que é nojento e obsceno.

- Eu estava sozinho no meu quarto,ela entrou de curiosa, não fiz isso pra ela ver. Pelo amor de Deus, você está fazendo eu me sentir um tarado,Bobby!

O amigo dele prendeu a risada, respirando fundo para se controlar e tentar ajudar o conflito que Robert estava vivendo.

- Ok, mas o que você vai fazer?- perguntou dando de ombros.- Vai fingir que nada aconteceu? Eu no seu lugar faria isso...

- Eu Não consigo ignorar isso,Bobby.- admitiu.- A garota não sai da minha cabeça.

- Então investe nisso,irmão.- disse Bobby, numa tentativa de facilitar as coisas.- Mostra pra ela que você está afim, que quer ver onde vai dar. Até parece que você não sabe como fazer isso.

Ele sabia. Mas seria mais fácil se Ana não fugisse dele o tempo todo como vinha fazendo a dias.

Era quase impossível falar com ela a sós e quando conseguia ela dava um jeito de fugir.

.
.
.

A pedido de Summer a musica "Faded" de sua mãe, Suki, tocava alto nos alto falante da Tracker enquanto ela dançava sua coreografia de balé que ia apresentar no dia das mães no Teatro da escola.

Ana estava sentada na grama e sorria para a menina a cada passo perfeito que ela dava.

A música de Suki até tinha uma letra bonita... a voz, carregada de autotune, soava pelo terreno e Ana até já balançava a cabeça no ritmo de tanto que já tinha ouvido a melodia.

Summer repetia a coreografia alegando que precisava estar perfeita, mesmo com Ana dizendo que já estava ótimo.

Sempre que vinha da casa da mãe a menina ficava com a idéia fixa de que tudo o que fizesse tinha que ser perfeito.

Ana sabia, como pedagoga, que aquele pensamento para uma criança de 5 anos, e até para qualquer criança e adulto, poderia resultar futuramente em gatilhos preocupantes, então fazia de tudo para que Summer não pensasse muito aquilo.

- O que você acha, tia Ana?- Ela perguntou parando em sua pose final.- Minha mãe vai gostar?

- Ela vai amar, meu amor.- Ana afirmou com um sorriso sincero, porque ela duvidava que alguém fosse dizer que não gostava de algo que aquele anjo lindo fizesse.- Está incrivel, pequena.

Summer deu um sorriso e se balançou nos próprios pés, um gesto que deixou explícito a sua idade.

- O que você acha da gente brincar de alguma coisa aqui na rua?- Ana perguntou, porque mesmo com Summer dançando lindamente a babá não aguentaria mais um rodada daquela voz chiada ecoando pelo pátio.

Os olhinhos de Summer brilharam.

- Eu vou poder me sujar ou me molhar?- quis saber.

Ana ficou de pé e sorriu para ela.

ROBERT PATTINSON | A BABÁ Onde histórias criam vida. Descubra agora