Memórias - Verdadeira Face

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Tínhamos entrado de férias do segundo ano e, para o desespero do Shigure, a casa estava cheia de adolescentes. Além de nós quatro que moramos com ele, recebemos visitas das meninas, do Haru e do Momiji o verão inteiro. Nesse dia, quem veio nos visitar foi a Kagura, o que significa que a casa estava um caos: barulhenta e com metade dela destruída. A morena não parava de balançar o ruivo de um lado para o outro, pedindo que ele a levasse a um encontro. Por outro lado, o ruivo apenas resmungava coisas como: "Eu já disse que não!", enquanto corava e olhava de canto para a Tohru. Yuki só sabia rir da situação, e Shigure continuava a ler seu livro.

— Por que você não tenta ter um encontro com ela? – Disse a Tohru, que se assentava à mesa conosco.

O Kyo corou violentamente.

— Eu não posso ir num encontro com alguém que eu não estou interessado! – Ele disse no calor do momento, mas era o suficiente para Kagura dar um murro nele.

A situação era engraçada, mas, por outro lado, me incomodava que a Tohru não soubesse ler o que rolava entre eles três. Yuki também gostava dela e, para ser sincera, a forma como ele demonstrava era mais fácil de se perceber. Me pegava pensando às vezes se eu não deveria dar "uns toques" a ela em relação à situação, mas eu sentia que ela deveria perceber sozinha. Ou talvez eu só não quisesse ajudá-la. Eu não gostava desses pensamentos na época, mas dada a situação, não podia descartar a possibilidade.

Ouvimos batidas na porta, e me levantei para atender. Quando abri,  me deparei com um rapaz alto e bonito, com cabelos castanhos e um kimono azul simples.

— Oi, o Kyo está? – Ele perguntou educadamente, com um sorriso no rosto.

— Sim, está sim. Pode entrar. - Respondi com um sorriso e o conduzi até onde todos estavam.

— Mestre? – O Kyo proferiu essas palavras e seus olhos brilharam. Ele correu em direção ao rapaz e o abraçou.

— Você cresceu tanto! Não tá dando muito trabalho, né? – Kazuma disse com um sorriso, enquanto abraçava o Kyo de volta.

Observando aquela cena, vi uma ternura e amor entre os dois. Era como se o Kyo estivesse pulando nos braços do pai. Esse foi apenas o primeiro evidência de um lado do ruivo que eu desconhecia.

— Oi, Kazuma-san. – Disse Kagura.

— Kagura, você está aqui. – Ele sorriu para ela e então se voltou para nós. — E vocês devem ser a Tohru e a S/N, certo?

Eu e Tohru assentimos com a cabeça.

— O Kyo fala bastante de vocês...

— Falo nada! – Retrucou Kyo, levemente corado.

Kazuma se assentou à mesa conosco e cumprimentou Shigure e Yuki.

— Vocês são famosas no clã Sohma, são as exceções de Akito. Mas como vocês vieram parar nessa família peculiar?

Rimos um pouco da pergunta.

— Achei elas duas morando em uma barraca no nosso quintal. – Yuki comentou entre risos.

— Numa barraca? - Kazuma perguntou.

— Tivemos alguns problemas financeiros e ficamos sem casa por um tempo. Na época, eu não tinha conseguido um trabalho e só quem trabalhava era a S/N. O dinheiro não era muito e não dava pra pagar um aluguel. – Respondeu Tohru.

— Ainda me pergunto como vocês faziam necessidades... - Soltou Kyo.

Eu e Tohru coramos de vergonha, enquanto Kyo levava uma bronca de Kazuma pela pergunta.

Inesperadamente seu (Fruits Basket)Onde histórias criam vida. Descubra agora