O hoje - Sentimentos

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Ontem, eu passei o dia inteiro com a Tohru. Ela precisou fazer uma mini cirurgia para fechar um pequeno buraco na cabeça. Eu estava nervosa, mas ocorreu tudo bem com a cirurgia. Os médicos disseram que ia demorar um pouco para ela acordar e que depois ficaria em observação.

Hoje é segunda-feira. Eu não consegui ir para a aula porque acabei não dormindo à noite. Acho que não vou conseguir ficar bem até que tudo volte ao normal. Embora ela não esteja em estado grave, só de pensar que ela está machucada me faz querer chorar. Tem a situação do meu pai estar na cidade, a carreira que eu ainda não decidi, e o Kyo. A ansiedade fez com que eu juntasse todos os problemas de uma vez. Para tentar me distrair, eu limpei a casa inteira na esperança de afastar pensamentos ruins da minha cabeça, mas não foi o suficiente, pois eu ainda estava suspirando pelos cantos. Quando deu o horário de ir trabalhar, desci as escadas do meu quarto e me deparei com Shigure, que estava escrevendo algo na mesa da sala.

— Já vai? — o mais velho perguntou. 

— Vou sim, mas já deixei comida pronta para vocês. Eu faço minha janta quando eu chegar.

 — Quando chegar, quero que leia meu capítulo novo. Vou deixar no seu quarto.

— Ok. —  Me virei para sair, mas senti uma mão suave em meu ombro. Olhei para trás e encontrei os olhos de Shigure.

— A escola disse que você ainda não tem seu plano de carreira. Você sempre me ajuda quando eu escrevo, já pensou em escrever também? 

Eu sempre gostei de ler e sempre procurei ajudar, mas não sabia se eu tinha capacidade para ser romancista. 

— Já pensei, mas não sei se tenho talento... — disse cabisbaixa. 

— Tente escrever algo para mim, que tal uma one shot?

Fiquei em silêncio por um momento, deixando a proposta de Shigure ecoar em minha mente. Ele sempre foi um escritor talentoso, e a ideia de seguir seus passos me deixava  empolgada. Escrever uma one shot, parecia um desafio interessante. Minha mente começou a imaginar possíveis enredos e personagens.

Se eu fosse realmente ruim, poderia simplesmente descartar a ideia e seguir em frente, buscando outras oportunidades.

Finalmente, decidi que valia a pena tentar.

— Tudo bem, eu faço. — Dei um meio sorriso, e então me virei para sair, pronta para enfrentar mais um dia de trabalho.

Eu me sinto frustrada. Ao comparar os problemas, percebo que o mais complicado é o do Kyo. Fico pensando em como poderia dizer que sairia da cidade junto com ele, apenas para o ver livre de sua maldição, sem que parecesse suspeito. Neste momento complicado, é difícil até mesmo considerar uma declaração, especialmente agora que estou chateada com sua atitude. Entendo que ele tenha seus motivos para fugir, mas não parece certo, especialmente agora. Se a pessoa que gosto se machucasse dessa forma, embora me sentisse culpada, ainda assim ficaria ao seu lado. Infelizmente, talvez ele não pense da mesma forma. Mas, independente disso, o simples fato de ele ainda não ter visitado ela me irrita profundamente.

Minha mente não parava um minuto sequer. É surpreendente eu não ter cometido um único erro nos pedidos hoje. Antes de pegar minhas coisas no armário, Yoko-san me perguntou se eu iria voltar sozinha hoje, já que não o viu perto do restaurante. Respondi que ele tinha se atrasado, mas que viria. Não queria incomodar.

Saí do café com a minha mochila de guerra, encarando o caminho em minha frente. Engoli em seco, consciente de que estava sozinha em uma noite escura. Infelizmente, as memórias daquele dia em que encintrei criminosos vieram à tona, invadindo meus pensamentos.

Inesperadamente seu (Fruits Basket)Onde histórias criam vida. Descubra agora