Acordei com um peso na minha cara, é um travesseiro que provavelmente foi jogado em mim, e já imagino quem tenha jogado.
— Bom dia — Disse o ruivo.
Me sento na cama, ainda enrolado no edredom, e lanço um olhar irritado para o ruivo, que estava sentado em seu futon. Ele ri.
— Bom dia — respondo fraco e entre bocejos, lutando para manter os olhos abertos.
— Não pode voltar a dormir, vai se atrasar — Ele alertou.Não respondi, o sono estava me vencendo. Porém, o ruivo não desistiu. Se levantou de joelhos, se aproximou de mim e me deu um leve chacoalho.
— Vamos, você ainda precisa tomar café antes de sair — Alertou ele novamente, com uma expressão preocupada.
Lutando contra o peso da sonolência, abri os olhos com dificuldade. Ao me deparar com o olhar dele, percebi que seus olhos estavam ligeiramente inchados, como se tivesse chorado. Um misto de preocupação e curiosidade me tomou, e, num impulso, agarrei seu rosto para examiná-lo mais de perto. Ele chorou enquanto eu dormia? Kyo corou instantaneamente.
— Você chorou ontem? — Perguntei, a preocupação evidente na minha voz.
— N-Não, meus olhos estão inchados só porque acabei de acordar — Respondeu o ruivo, envergonhado.Suspirei aliviada. Estava preocupada de ter acontecido, não queria que ele ficasse sem apoio.
— Crianças, eu sei que vocês se sentem confortáveis aqui em casa, mas esta casa ainda tem regras. Nada de dormir juntos no quarto — Disse uma voz adulta, interrompendo o momento.
Eu e Kyo sentimos um frio na espinha ao ouvir aquela voz. Viramos nossos olhos, quase sincronizados, para Shigure, que estava parado à porta do quarto. Coro instantaneamente, ainda com as mãos no rosto do ruivo. No calor do momento, O soltei rapidamente, e Kyo se levantou de imediato, tentando disfarçar o constrangimento.
— Você! — Outra voz familiar ressoou atrás de Shigure. Era Yuki, com uma expressão de extrema raiva. Sem hesitar, ele entrou no quarto, agarrou Kyo pelo pulso e o arrastou escada abaixo, em direção à sala e à cozinha.
Shigure, por sua vez, entrou no meu quarto e fechou a porta atrás de si, como se selasse o início de um novo conflito. De repente, o som de alguém caindo no chão ecoou pela casa. Essa manhã promete ser agitada.
Ainda sentada na cama, observei enquanto Shigure se acomodava ao meu lado.
— E então, o que rolou entre vocês dois sozinhos nesse quarto, hein? — Provocou ele, com um sorriso malicioso.
— Não aconteceu nada, não tá vendo o futon dele aí? Cada um dormiu no seu canto — Respondi, tentando ignorar suas provocações. Levantei, determinada a evitar a conversa, e comecei a procurar uma roupa para o banho. Enquanto isso, os sons da briga entre os garotos continuavam a ecoar lá de baixo.
— Ele se confessou, foi isso? O que aconteceu?
Enquanto o mais velho fazia perguntas, ocasionalmente remexendo em algo na minha cama, eu me concentrava em encontrar uma blusa que combinasse com a saia jeans que queria usar depois do banho.
— Ele foi rejeitado —Comentei enquanto pegava um cropped branco, me dirigindo ao banheiro.
— Então, os céus te ouviram, e agora você tem uma chance. Sabe que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, né? — Retrucou Shigure, com um sorriso provocador.
Antes de entrar no banheiro, me virei e olhei para ele, determinada.
— Eu não vou perder. — Um sorriso de canto se formou nos meus lábios antes de fechar a porta atrás de mim.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Inesperadamente seu (Fruits Basket)
FanficA vida de S/N Aikyo e Tohru Honda, as melhores amigas inseparáveis, toma um rumo extraordinário quando decidem compartilhar a moradia com Shigure Sohma, um dos doze signos do zodíaco chinês. A convivência com os membros da família Sohma revela uma...