capitulo 12

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Dois dias se passaram e James ainda não sabia que deveríamos
trabalhar juntos no trabalho de informática.
Na terça-feira, eu não tive a chance da aula de inglês, que foi depois do
almoço, porque ele estava muito ocupado zombando de mim, e a tarefa
escapou da minha mente enquanto eu estava sendo regada com seus
insultos.
No dia seguinte, eu o vi no corredor com seus amigos do futebol
americano. Decidi que preferia não ser humilhada por ele na frente de
outros caras.
A mesma velha história se repetiu nas demais aulas com ele, inclusive
a de cálculo, onde Lucas também estava presente.
Quinta-feira chegou e tivemos aula de informática logo depois do
almoço. Então, finalmente decidi dar a ele a terrível notícia no
laboratório.
Mas ele não apareceu. Lucas me disse que o jogo seria na próxima
semana e o treinador estava fazendo mais treinos. Talvez esse seja o
motivo de sua ausência.
A Sra. Green definitivamente não ficaria feliz com o treinador Martin
fazendo os alunos faltarem à aula duas vezes, não que ela pudesse fazer
muito sobre isso em uma escola onde o futebol era colocado em um
pedestal.
Eu poderia pegar James mais tarde. Eu poderia, se evitá-lo como uma
praga não tivesse parecido muito mais atraente.
Ok, a falta de comunicação foi parcialmente minha culpa.
Amanhã é sexta-feira. Era melhor não me esticar e avisá-lo antes do
fim de semana.
Agora mesmo, eu estava no meu quarto desenhando o layout do nosso
site em um notebook, já iniciando um projeto que meu parceiro nem
conhecia.
Depois do jantar, eu não conseguia dormir, então decidi trabalhar um
pouco. Projetar o site foi meio reconfortante e acalmou minhas reflexões. Tomei cuidado para não exagerar no estilo e nos recursos e mantê-lo
simples para um projeto de colégio.
Eu já tinha olhado para diferentes sites de restaurantes e cafés em
busca de ideias e esquemas de cores em geral.
Meu telefone deitado ao meu lado na cama apitou. Eu abri e vi uma
mensagem de um número desconhecido.

Desconhecido: Quando você estava planejando me contar sobre o projeto, porquinha?

Eu li o texto pelo menos cinco vezes. Havia apenas uma pessoa que
me chamava de porquinha. James. — Não. não, não! Como ele conseguiu
meu número?!
Eu estava quase pronta para jogar meu telefone pela janela quando ele
mandou outra mensagem.

James: Ou você planejava fazer tudo sozinha para receber o crédito?
Eu não tinha percebido que tinha me levantado da cama e estava
andando de um lado para o outro no quarto. Sim, ele me deixava muito
nervosa.
Keily: James?
Eu mandei uma mensagem de volta para confirmar que era ele. —
Claro que é ele, Keily.
James: Muito inteligente. Ganha um doce por acertar.
Eu podia imaginar o olhar zangado e zombeteiro em seu rosto.
Keily: Como você conseguiu meu número?
James: Eu tenho os meus meios. Então, você vai me responder por que não me disse
que somos parceiros do projeto?
Eu precisava colocar o dano sob controle antes de enlouquecer.
Keily: Eu ia te contar. Eu simplesmente não tive a chance.
James: Então você está dizendo que depois de todas as vezes que me viu, você não teve
a chance de me transmitir essa pequena informação.
Ele tinha razão.
Eu apenas encarei a tela, tateando em minha mente para encontrar algum motivo crível. Antes que eu pudesse digitar, outra mensagem dele
chegou.
James: Te vejo na escola, porquinha.
Seu tom ameaçador ecoou em meu ouvido.
Nenhuma outra mensagem veio dele depois disso, mas o medo de
enfrentá-lo amanhã já havia se instalado em mim.
O caderno em que eu estava desenhando estava virado para o chão.
Eu o peguei e joguei na mesa de estudos. Mesmo meu hobby favorito não
conseguia me acalmar agora.
Eu me esparramei na cama e comecei a imaginar um milhão de
maneiras que James usaria para me atormentar.
Oh, diabos! No que eu me meti?
                        
                              ***
No momento em que entrei na escola, meus sentidos ficaram em
alerta. Meus olhos correram para todos os lugares em busca de qualquer
sinal de James. Meu plano para sobreviver à ira de James era evitá-lo o
máximo possível.
Não era um grande plano, já que tínhamos as mesmas aulas, mas pelo
menos atrasou meu encontro com ele.
Addison, como sempre, estava caminhando comigo para nossos
armários. Ela estava falando sobre sua competição de atletismo no
próximo mês.
Eu estava ouvindo e tentando acrescentar algumas palavras para não
fazê-la suspeitar do meu cérebro confuso.
A conversa animada de minha prima parou de ser ouvida quando vi
James parado em seu armário. Nossos olhos se encontraram, e um forte
rubor revestiu minhas bochechas.
Se ele não tivesse parecido tão assustador, provavelmente teria
admirado o quão bonito e impecável ele parecia.
Ele estava com uma camiseta cinza escuro e jeans azul marinho,
ambos de marca e caros, complementados por botas pretas Christian
Louboutin.
Sua imagem de menino rico era completada por seus cabelos
castanhos com gel à perfeição.
Os olhos de James me examinaram da cabeça aos pés, me fazendo
contorcer com a autoconsciência. Sua encarada se intensificou quando
mirou o meu rosto. Oh, ele estava com raiva.
Para meu horror, ele fechou o armário e começou a caminhar em
nossa direção. Com raiva.
Evitá-lo já não era uma opção.
Estou morta.
Quando ele nos alcançou, meu rosto já estava em chamas de um
vermelho brilhante e meu corpo ficou úmido. Seu olhar ardente apenas
catalisou meu nervosismo.
— Alguém não está tendo um bom dia, — comentou Addison.
O olhar de James mudou de mim para ela. — Bem, eu acho que hoje
tenho o direito de ser um pouco bravo, — ele soltou, antes de virar seus
olhos furiosos para mim.
— Alguém manteve uma mensagem muito importante para si mesma,
o que poderia afetar minhas notas.
— Eu juro que ia contar a você hoje sobre o projeto, — eu disse
imediatamente. Senti os olhos de Addison em mim do meu lado.
Suas sobrancelhas franziram ainda mais. — Você teve dois dias,
porquinha. — Ele se aproximou. — Em vez disso, descobri por Seth que
há um projeto e você é minha dupla.
— Por que você está dando tanta importância a isso? — Addison veio
em minha defesa, mas ela não soou tão forte como de costume. Imaginei
que até ela pensava que era minha culpa.
— Não me venha com besteira, Addison. Se a mesma coisa
acontecesse com você, você estaria gritando a plenos pulmões agora.
— Você sabe quantos créditos e qual média você precisa ter para
entrar na faculdade. Esse projeto é pelo menos vinte e cinco por cento da
nossa nota.
Minha prima franziu os lábios.
— Eu não ia esconder nada de você, — eu pulei. — A Sra. Green vai
verificar nosso projeto todas as semanas, então não é como se esconder
fosse dar certo. Em resposta, recebi um olhar de repreensão de James.
— Não se preocupe. Eu já comecei, — eu deixei escapar, e foi um erro.
— Você começou sem mim! — James gritou, me fazendo estremecer.
— Não fale assim com ela. — Mais uma vez, Addison falou do meu
lado. — De qualquer maneira, você deveria estar feliz. Você ia fazer com
que ela fizesse todo o trabalho de qualquer maneira. — Ela bufou.
— Addison, ela pode falar por si mesma, — disse James, — e não faça
suposições ridículas. Não confio nela para fazer todo o projeto sozinha.
Ok, essa linha de pensamento era ridícula quando ele era o único que
não era bom em codificação.
Segurei os braços de Addison, impedindo-a de lançar outra resposta.
Idiota como James era, desta vez foi minha culpa, e Addison não deveria
ter se preocupado em me proteger dele.
— Olha, me desculpe, James, — eu comecei, e seu comportamento
assustador vacilou um pouco.
— Foi errado eu não te contar antes. Vou mandar uma mensagem
com todos os detalhes do projeto, — quero dizer, já tínhamos os
números um do outro, — e faremos isso juntos. — Não importa o quanto
eu não quisesse.
— Você deveria se desculpar. — James me lançou um olhar maldoso,
mas seu olhar não estava mais nítido como antes. Admitir que meu erro
teve o efeito desejado, e ele não parecia querer pular em mim mais.
— Falo com você mais tarde, porquinha. — Ele lançou um rápido
olhar para Addison antes de partir.
Soltei um suspiro de alívio quando suas costas desapareceram na
esquina.
— Isso foi tão tenso, — brincou Addison. — Por um segundo, até eu
fiquei com medo. — Começamos a andar.
— Bem, ele é assustador.
— Não, assim não. Ele é sempre mau, mas raramente o vejo intenso
assim, talvez às vezes durante os jogos.
— Aonde você está tentando chegar? — Eu fiz uma careta. — Ele é
sempre assim.
— É sério. Talvez ele seja sempre assim com você. Acho que Lola estava certa ao dizer que ele sente algo por você. — Isso de novo, não.
— Deixe-me adivinhar o que esse 'algo' pode ser, — eu soltei com
entusiasmo fingido. — Nojo e ódio, — eu disse, impassível.
— Eu não te culpo por pensar assim. Ele age como um idiota. — Ela
deu uma risadinha.
— Esteja segura enquanto trabalha em seu projeto junto com ele. E se
ele continuar falando sério, seja fofa como você fez agora.
— Ele vai derreter... Ok, talvez ele não vá derreter, derreter. Ele é
muito babaca para isso. Eu acho que no final, você tem de confiar nos
bons e velhos socos...
— O que você quer dizer com ser fofa agora? — Eu a cortei.
— Você não percebeu como ele se tornou mil vezes menos
intimidador no momento em que você disse 'desculpe'? — Addison deu
um sorriso divertido.
— Eu não posso culpá-lo. Você parecia tão fofa e parecia tão fofa com
um rubor, que até me deixou pegajosa. Mantenha essa carta na manga
para o caso de precisar.
Qual é o significado deste mundo novo?
— Eu não entendo— eu nem estava tentando... — Eu engasguei com
minhas palavras, vendo seu sorriso malicioso. — Ah. Irmãs são tão
irritantes.
— O que há com você tentando me mandar ir atrás de caras?! Estou
muito satisfeita com minha condição de solteira.
— Oh, Keily, é meu dever como irmã cuidar de seus potenciais
pretendentes. E não se preocupe. Ainda vou te juntar com o Lucas. — Ela
piscou para mim.
Eu só pude gemer.
Depois de me provocar mais um pouco, Addison e eu finalmente nos
separamos e fomos para nossas respectivas aulas. Entre elas, mandei uma
mensagem para James sobre o projeto, conforme prometido.
O dia foi se arrastando gradualmente, mas minha atenção nas aulas
não estava boa. A teoria maluca de Lola sobre os comentários de James e
minha prima conseguiu travar na minha mente.
Cada vez que o via nos corredores da escola ou no refeitório, sentia meus olhos fixos nele um pouco mais e encontrando seus olhos escuros
bem ali para encontrar os meus.
Às vezes, meu estômago se agitava, o que eu atribuí ao medo e ao
nervosismo.
Ele realmente gostava de mim? A questão pululou em meus
pensamentos muitas vezes. Eu culpei as meninas por colocarem essa
ideia ridícula em mim. Era uma bobagem.
Quando o vi na aula de cálculo, esperei que meu rosto não revelasse
aqueles pensamentos absurdos. Lucas não estava aqui ainda. Mantendo
meus olhos em qualquer lugar, menos nele, apontei para minha mesa.
— Porquinha, — James chamou quando eu estava passando por seu
assento. Fiz uma pausa e olhei para ele. A diversão escorrendo de seu
rosto me avisou que ele não estava fazendo nada de bom. — Você
mencionou que já começou o projeto.
Eu concordei.
— O que você fez?
— Eu apenas desenhei o layout do site pela metade, — respondi.
— Você é rápida, — ele zombou, seus lábios se erguendo um sorriso
quase imperceptível. Eu não sabia o que eu preferia, demônio zangado ou
idiota mal-intencionado.
— Vou estar ocupado na próxima semana por causa do jogo. Até os
próximos dias serão agitados, já que a temporada começa no mês que
vem.
— Eu não acho que posso fazer muito trabalho com você no projeto
na escola.
Ele estava despejando todo o trabalho em mim? — Mas eu posso
arranjar tempo depois da escola. Decidi que deveríamos trabalhar na casa
um do outro. Isso é mais eficiente.
Prefiro que ele despeje todo o projeto em mim.
Minha relutância deve ter ficado evidente em meu rosto, porque sua
expressão divertida apenas se intensificou.
— Devemos nos encontrar amanhã e concluir esse layout. Então, sua
casa ou minha? — James nem se incomodou em esconder seu sorriso
com a insinuação.Resignando-me ao demônio, optei pela escolha mais segura, já que
essa era a única palavra que eu tinha a dizer sobre o assunto. — Minha.

Keily Gordinha e Fabulosa-Manjari.Onde histórias criam vida. Descubra agora