capitulo 31

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Levei mais do que alguns segundos para reconhecer os quatro homens
parados na nossa frente. Eles eram os caras que as meninas e eu
tínhamos encontrado na entrada enquanto esperávamos pelos outros.
Agora, eles estavam olhando para mim e James, divertidos, como se
tivessem encontrado um esconderijo. Eu me senti extremamente
desconfortável sob seus olhares.
— O que vocês, crianças, estão fazendo aqui? — Um deles perguntou,
com seus dentes brancos brilhando no escuro. — Não é seguro aqui à
noite.
James se levantou e me protegeu de seus olhares. — Estamos bem.
Não precisamos da sua preocupação, — ele disse secamente. A
mensagem para nos deixar em paz estava clara em seu tom.
Eu não fui a única que não gostou desta nova companhia.
— O que você está tentando esconder aí, garoto? — Outro gargalhou.
— Sua garota não é tão fácil de esconder. Embora eu não me importe; eu
posso ver por que você está tocando nela.
— Sim, — acrescentou seu amigo, lambendo o lábio. — Com toda a
carne que ela está embalando, aposto que ela tem um gosto bom.
— E ela é grande o suficiente para todos nós compartilharmos. —
Todos eles riram como hienas, fazendo minha pele arrepiar de nojo. É
tão humilhante.
Eu imediatamente me levantei e segurei o braço de James quando ele
deu um passo à frente para atacá-los. Seus punhos estavam cerrados e
seus dentes cerrados enquanto ele olhava para os homens. Ele estava
furioso.
Se eu não tivesse reagido rapidamente, sabia que ele estaria vencendo
aqueles pervertidos. Poderia até ter deixado, mas eram quatro.
Tão forte quanto James era em comparação a todos os homens
presentes aqui, ele não poderia derrubar quatro caras de uma vez.
— Saiam antes de chamarmos a polícia, — eu disse e olhei para os
homens.— Espere. Ela não é uma das garotas que vimos antes? — Aquele que
gostava de lamber os lábios me reconheceu. Minha ameaça não teve
efeito sobre ele ou os outros.
— Bem, eles com certeza amam policiais. — Outro com cabelo preto
riu, seus olhos me percorrendo de cima a baixo.
— Querida, você não vai chamar nenhum policial até terminarmos
com você, — o loiro zombou. Percebi que todos eles se aproximaram, nos
encurralando.
— Não a chame de querida! — James rosnou, me empurrando para
trás dele. — E você não fará nada com ela. — Sua postura mudou, pronto
para o ataque.
Tudo isso estava piorando rápido demais e eu sabia que não iria
acabar bem para nós. Eu discretamente tirei meu telefone do bolso da
calça jeans. Não havia sinal. — Não!
— O menino quer proteger a honra de sua princesa. Vamos ver o que
você tem. — Oh, Deus!
A próxima coisa que eu vi, foi que James estava no meio de quatro
homens mais velhos, lutando contra eles. Tudo aconteceu muito rápido.
Ele estava tentando acompanhar, esquivando-se de seus ataques e
revidando sempre que podia, mas estava em menor número. Esses
monstros não tiveram escrúpulos em bater em um garoto do ensino
médio.
Gritei por ajuda. Gritei para eles pararem. Gritei o mais alto que pude,
mas ninguém veio ajudar. Minhas bochechas estavam manchadas. Eu
estava chorando. Eles o estavam machucando.
Em algum lugar entre os grunhidos dolorosos, ouvi James gritando
para eu correr. Mas eu simplesmente não podia deixá-lo assim. Nas
garras desses monstros.
Olhei em volta e encontrei uma grande pedra. Eu a peguei e, como
esperado, era pesada. Pesada o suficiente para ser uma arma. James estava
mantendo os homens ocupados, então eles não notaram que eu estava
atacando eles.
Quando Cheguei perto, derrubei a pedra na cabeça do cara mais
próximo com toda a força que pude fazer. Era o loiro, e ele caiu no chão
xingando segundos depois que eu o acertei.Quando ele não se levantou, rezei para que o homem apenas tivesse
desmaiado. Não estava preparado para ter sangue nas mãos.
Minha pequena façanha não passou despercebida pelos outros. Antes
que pudesse superar o choque do que tinha feito, eu estava deitada no
chão com meu estômago latejando de dor.
— Você quer lutar, querida?! — O rapaz que lambia os lábios estava
em cima de mim. — Vou te dar uma luta! — Ele socou meu rosto e minha
visão escureceu por um segundo. Eu senti o gosto de sangue dentro da
minha boca.
Isso ia doer muito se saíssemos vivos.
— Saia de cima dela! — James gritou de algum lugar.
— Eu não sei. Eu gosto desta posição, — o cara em cima de mim
provocou James, esfregando-se em mim. Eu me senti enjoada.
Minha mão se atrapalhou, cavando no chão e juntando lama. Quando
o rapaz que lambia os lábios olhou para mim, fechei os olhos e joguei
lama em seu rosto.
— Cadela! — Ele gritou, com seu aperto afrouxando em mim para
esfregar seus olhos. Aproveitei o momento para empurrá-lo para longe
de mim. Ele caiu para trás. Eu dei uma joelhada em seu saco antes que ele
pudesse se recuperar.
Agora, cada ação minha foi ditada pela adrenalina aumentando em
mim. Eu me senti como um espectador do meu próprio corpo.
Eu mais uma vez chutei as joias da família daquele que lambia os
lábios, fazendo-o grunhir, então montei nele. Eu sufoquei seu pescoço
enquanto ele tentava me bater.
Por causa da dor, seus movimentos se tomaram desleixados, então
quando ele conseguiu dar um soco no meu torso, não foi o suficiente
para me fazer sair.
Eu coloquei toda a pressão em meu polegar e o sufoquei com mais
força, enterrando sua cabeça no chão. Seus dedos cavaram em meu pulso
para afastar minhas mãos. Seu aperto era doloroso, mas não desisti.
Seu corpo se contorceu sob mim até que ele desmaiou. Não o soltei
até ter certeza de que ele não estava se levantando.
Suspirei de alívio quando senti meu atacante inconsciente respirando embaixo de mim. — Bom. Ele não está morto.
Tremendo, me levantei e procurei por James. Ele agora estava lidando
com os dois restantes, a situação era melhor do que antes.
Ele segurava um deles pela nuca, e de cabelo preto gemia atrás dele,
segurando seu nariz.
As habilidades de futebol de James e seu treinamento duro estavam
aparecendo. Embora ele próprio não estivesse em boas condições.
Ele não estava mais com sua jaqueta de couro, e eu vi um pouco de
sangue escorrendo por sua testa e hematomas que começaram a colorir
seu rosto.
James deu uma joelhada no abdômen do cara que estava segurando e
o jogou no chão, deixando o homem gemendo de dor. Parecia que esses
pervertidos não eram tão formidáveis quando separados.
— Tudo bem, você e sua garota podem lutar, — o de cabelo preto
disse, cautelosamente contornando James, que estava olhando para ele
ameaçadoramente.
Se eu achei que James parecia assustador quando ele me intimidava,
nunca estive tão errada. Agora, ele parecia letal. E quando ele olhou para
mim, seu rosto ensanguentado se tomou totalmente mortal.
Um arrepio percorreu minha espinha. Eu esperava nunca mais vê-lo
assim novamente.
— Você está morto, — James rangeu e se lançou contra o de cabelo
preto.
Antes que James pudesse alcançá-lo, ele puxou algo do bolso. Sua
ponta brilhou no escuro. — Não!
— Ele tem uma faca, James! — Eu gritei. Mas Cheguei tarde, pois ele já
estava pegando no cara.
James bateu no homem de cabelo preto com força suficiente para
fazê-lo perder o equilíbrio. No entanto, ele não desceu sozinho e puxou
James com ele.
Antes que James pudesse se levantar, antes que eu pudesse correr até
eles, uma mão com uma faca foi erguida e esfaqueou James na lateral.
James não percebeu a princípio e continuou batendo no homem sem
piedade. Ele não tinha ideia da faca cravada em seu lado ou do sangue escorrendo e manchando sua camisa lentamente.
Ele não parou até que eu o alcancei e o puxei de cima do homem. O
rapaz de cabelo preto foi derrubado e espancado até virar polpa.
— Oh, Deus! — Eu chorei, olhando para o sangue escorrendo de sua
ferida. Eu o fiz sentar contra a árvore.
— Merda! — James grunhiu quando tocou a faca. Estava bem dentro
dele. — Aquele filho da puta. — Ele olhou para o rapaz de cabelo preto
sem vida. Percebi que por baixo de todas as marcas vermelhas de raiva e
sangue seco, seu rosto começou a ficar pálido.
— Dói muito? — Eu solucei e esfreguei meus olhos para clarear minha
visão, mas minhas lágrimas não pareciam parar. Eu estava tão trêmula.
— É, sim, — disse James, seu rosto contorcendo-se no que deveria ser
um sorriso tranquilizador.
— E você? — Sua mão veio acariciar meu rosto suavemente, e doeu.
Quando eu vacilei, ele imediatamente puxou sua mão. Eu vi sangue
em seus dedos. A fúria brilhou nos olhos de James, mas sumiu tão logo
apareceu.
— Não tanto quanto você. — Esfreguei meus olhos mais uma vez
porque simplesmente não conseguia parar de chorar. Meu rosto latejava
com a ação simples. A adrenalina estava passando.
— Você salvou minha pele lá, Keily, — ele disse com orgulho. — Quem
diria que minha garota poderia derrubar dois homens?
Eu bufei. — Eu não concordei em ser sua garota, então se acalme com
o título.
— É você.
Eu balancei minha cabeça e funguei. — Temos de sair daqui. — Eu
olhei para os homens deitados ao nosso redor. Não demoraria muito
para que ganhassem consciência.
Um deles já estava acordado e gemendo, mas graças a James, imóvel.
James acenou com a cabeça. Ele parecia extremamente cansado.
Tirei minha jaqueta e a pressionei com cuidado ao redor da faca. Ele
estremeceu com a pressão repentina. — Eu sinto muito.
— Está tudo bem. — Sua voz estava fraca, muito diferente dele.— Você pode se levantar? — Eu perguntei, acariciando delicadamente
o cabelo de sua testa. Estava molhado de suor e provavelmente algum
sangue.
— Sim. — Ele não conseguia. Eu o ajudei a se levantar e lentamente
rastejamos o caminho de onde viemos.
Quanto mais caminhávamos, mais lentos os passos de James se
tomavam. Inicialmente, ele estava relutante em colocar seu peso em
mim, mas dez passos depois, ele cedeu. Eu olhei para ele.
Seus lábios ficaram roxos e sua pele perdeu a cor. Senti minha jaqueta
em sua ferida ficar molhada.
Eu estava a segundos de cair sob seu peso e chorar muito. Embora
minhas lágrimas já estivessem derramando silenciosamente.
James, por favor, fique bem. Por favor Eu não disse as palavras em voz
alta, sabendo que finalmente quebraria se o fizesse.
James também não disse nada. Ele não conseguiu. Ele mal estava se
segurando para permanecer consciente. Eu o vi tentando manter os
olhos abertos e tropeçar ao longo do caminho comigo. Eu estava
perdendo ele.
— Socorro! — Eu gritei quando chegamos perto da beira do festival.
— Socorro! — Eu gritei, colocando toda a minha energia para ser o mais
alto que pude. — Por favor, me ajudem! — Eu desabei, mas não parei de
gritar por ajuda.
Por fim, caí, levando James comigo. Ele não reagia. Ele havia perdido a
consciência. A escuridão estava nublando minha visão também. Cada
músculo do meu corpo doía. Doía tanto.
Eu mantive minha jaqueta encharcada de sangue pressionada contra
sua ferida e gritei por ajuda. Gritei tão alto que minha garganta doeu.
Minha voz falhou, mas continuei gritando contra a música irritante
tocando ao fundo.
Alguém, por favor, me ajude.
— Puta merda! — Finalmente. A silhueta de um homem se aproximou
de nós com cuidado. — Você está bem?
— Não, — eu disse. — Por favor, me ajude.

Keily Gordinha e Fabulosa-Manjari.Onde histórias criam vida. Descubra agora