capitulo 20

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— Ei, Keily! — Alguém gritou atrás. Eu estava na fila do meio. Nossa
aula de física estava prestes a começar.
Eu olhei por cima do meu celular e me virei.
Eu reconheci alguns caras sentados nos bancos traseiros. Eles estavam
no time de futebol e corriam nos mesmos círculos que James.
Eu nunca tinha interagido com eles; no entanto, agora, o largo sorriso
em seus rostos gritava problema, colocando-me em alerta.
— Como foi o desempenho do nosso Haynes na sexta-feira? Vocês
foram até o fim? — Disse um deles, e as risadas ecoaram na sala de aula.
— Ele é um dos nossos melhores, — outro gargalhou. — Mas,
novamente, não podemos ter certeza, visto que você é um prato cheio.
— Bem, sempre posso te ajudar. — O anterior piscou para mim.
Minha pele se arrepiou de nojo.
— Aquele beijo foi muito quente, — uma voz comentou de algum
lugar, e na deixa, outros alunos sentados começaram a fazer sons de
beijo, aumentando meu constrangimento.
Eu imediatamente girei para trás, com um forte rubor cobrindo
minhas bochechas. Eu olhei para baixo, deixando meu cabelo cair para os
lados na esperança de cobrir meu rosto em chamas. Isso era o que eu
temia.
Como se James não bastasse, seus companheiros também tiveram de
se juntar a eles.
As risadinhas e gritos dos outros às minhas custas pareciam
estranhamente familiares. As memórias de zombarias e comentários
depreciativos de meus colegas em Remington passaram diante de mim.
Eu realmente queria dar uma boa resposta para calar suas risadas
desagradáveis, mas por causa da minha covardia adicionada ao
superpoder do meu cérebro para congelar durante os confrontos, não
consegui.
Eu não disse nada naquela época, e não disse nada agora. Queria
deixar de ser uma pessoa tão mansa.
Felizmente, eu não tive que aguentar mais comentários maliciosos,
porque nosso professor chegou, silenciando a classe.
No entanto, meus pensamentos não se acalmaram, imaginando todos
os tipos de coisas espirituosas que eu poderia ter dito para calar a boca
daqueles caras.
Se ao menos fosse tão fácil na realidade.
***
Arrastei-me para a aula de inglês, preparando-me mentalmente para
lidar com outro encontro com James.
O fato de ele me humilhar na frente de seu amigo esta manhã
realmente machucou minha autoestima e, mais uma vez, me deixou com
vergonha de ter sentimentos por ele.
Suas palavras me fizeram questionar todas as coisas incríveis que senti
quando nos beijamos.
Talvez as faíscas e purpurina estivessem apenas do meu lado,
enquanto ele apenas descartou isso como uma garota desesperada se
agarrando a ele... Mas naquela noite, ele estava tão apaixonado e doce...
— Humph.
Eu já estava perdendo o juízo com esse cara.
Some-se a isso a atenção indesejada de algumas pessoas — como na
aula de física — e a briga entre Addison e eu, tudo por causa da nossa
foto, eu estava chegando ao meu limite.
Era tudo demais, e o dia não estava nem perto do fim. Jurei que se
aquele idiota do James dissesse mais alguma coisa, eu arrancaria a língua
dele...
Ok. quem eu estava enganando? Eu provavelmente iria finalmente
quebrar e chorar como uma criança.
Quando Cheguei à porta, encontrei o dito idiota se sentando
vagarosamente em sua mesa, olhando para algo em seu telefone.
Ao vê-lo, faltar à aula parecia uma opção mais atraente do que estar
perto dele.
No entanto, o Sr. Crones e meus pais não teriam gostado disso, então
forcei minhas pernas em meu assento, que estava ao lado dele.
Eu gostaria que algumas carteiras ainda estivessem vazias, como no
primeiro dia, para que eu não tivesse que sentar ao lado dele, mas todas
elas ficaram ocupadas quando outros alunos apareceram.
Como um relógio, eu senti o foco de James mudar para mim quando
me aproximei dele e me sentei à minha mesa. Incapaz de resistir, eu olhei
para trás. Meus olhos se arregalaram, vendo um hematoma roxo em sua
bochecha esquerda.
Alguém o havia atingido. A marca era recente e, ao que parece, o soco
deve ter doído muito.
Então, não fui a única a ter um dia ruim.
Eu não conseguia imaginar quem ousaria dar um soco em James
Haynes.
Eu ainda não tinha ouvido falar de nenhuma briga em Jenkins
envolvendo James, mas com todos os músculos que ele estava
acumulando, era mais fácil concluir que ele não deveria ser levado
levianamente.
Ele era como um canhão gigante, com o qual não se pode brincar. Eu
estava curiosa para saber quem iria arranjar uma briga com ele.
Vamos torcer para que não seja Addison. Eu bufei internamente.
Teoricamente, eu deveria estar em êxtase ao ver James ferido depois
de todas as coisas que ele disse e fez.
Em vez disso, me peguei me sentindo preocupada com ele e
esperando que aquela mancha roxa em sua bochecha fosse o único
ferimento que ele tinha.
— Tire uma foto; vai durar mais tempo, — James disse carrancudo.
Percebi que estava olhando para ele — ou seu hematoma — mais do que
o necessário. Corei sob seu olhar penetrante.
— Tenho certeza de que você está ansiosa para enquadrar meu rosto
agora. Vá em frente.
Pensando bem, ele merecia absolutamente levar um soco.
— Não há necessidade. Ao contrário de você, eu não me alegro com a
miséria de outras pessoas, — eu mordi de volta antes que pudesse me
conter.
— Então, temos uma Madre Teresa aqui. — Ele zombou.
É— É melhor do que ser um idiota. — Seus olhos se estreitaram e seus
dentes cerraram.
Eu esperava que outro ataque viesse de sua boca; em vez disso, depois
de me lançar o olhar mais cruel, ele simplesmente voltou para o seu
celular, dando-me um olhar frio. Ele não disse nada.
Essa é a primeira vez...
Eu também me ocupei com minhas anotações. Eu também não estava
com vontade de ser insultada por ele. Mas, como sempre, não podíamos
deixar de lançar olhares furtivos — não, desta vez, olhares furiosos — um
para o outro.
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— BOO!
Eu pulei, com minha mão pousando no meu peito. Respirando
irregularmente, me afastei do meu armário e encontrei Lucas sorrindo
para mim.
— Você tem que parar de fazer isso. — Eu olhei para ele.
— Eu não consigo. E muito divertido. — Seu sorriso se alargou.
— Não é para mim. — Eu balancei minha cabeça, girando para trás
para colocar minha bolsa no meu armário.
— Considere isso nossa saudação especial. Você acabará por aprender
a amá-la.
— Eu duvido disso. — Fechei meu armário e o encarei, um pequeno
sorriso rastejando em meus lábios. Interagir com Lucas estava
restaurando alguma normalidade neste dia realmente ruim.
Começamos a caminhar juntos para o refeitório. Era o almoço. Eu
estava um pouco nervosa por ver Addison depois de nossa briga pela
manhã. Eu queria que a gente já fizesse as pazes e não prolongasse a
tensão entre nós.
— Está tudo bem? — Lucas perguntou, com seus lábios caindo em
uma linha fina enquanto ele olhava para mim.
— Alguém está te causando problemas? As pessoas aqui estão loucas, e
você meio que ficou famosa depois do..., — ele falou lentamente, me
deixando para preencher o espaço em branco.Eu balancei a cabeça compreensivamente, com o calor subindo em
meu rosto. Ele estava tentando evitar o assunto por minha causa. Mas eu
me perguntei o que ele tinha a dizer sobre o beijo entre James e eu.
— Então, há alguém de quem eu tenho que cuidar? — Lucas flexionou
o punho brincando.
Eu parei no meu caminho quando notei manchas vermelhas em seus
dedos. Ele parou também e imediatamente abaixou o punho quando me
viu olhando para ele. Não demorei muito para juntar os pontos.
— Você brigou com o James, — eu disse. Em qualquer outro dia. eu
riria da aparência engraçada do Lucas de olhos grandes, como uma
criança pega roubando biscoitos. Agora, eu me sentia o oposto de
humorada.
— Eu não lutei com ele. — Ele olhou para baixo, brincando com os
dedos. — Eu só dei um soco nele.
— Você está bem? — Eu examinei sua figura mais de perto,
procurando por qualquer sinal de lesão e estremeci internamente com a
ideia de uma briga entre os dois gigantes.
— Sim, estou bem. Não se preocupe, Keily. — Ele deu um sorriso
tímido para me tranquilizar. — James não respondeu. Só dei um soco
naquele filho da puta uma vez.
Ele parecia amargo sobre James, embora não o tivesse batido.
Eu ignorei o alívio inundando meu sistema, sabendo que James não
estava tão gravemente ferido quanto meu cérebro louco tinha imaginado
que ele estaria.
— O que aconteceu?
— Ele estava sendo estúpido, e isso aconteceu. — Lucas murmurou,
revirando os olhos. Começamos a andar novamente.
— Como ele estava sendo estúpido? — Eu questionei. Eu estava
realmente curiosa para saber o que faria Lucas bater em James. Eles eram
amigos muito próximos.
Lucas me olhou com o cenho franzido. — Ele estava apenas dizendo
algumas coisas que eu achei muito ofensivas, — foi sua resposta vaga,
aumentando minha curiosidade. Ele estava se esquivando do assunto.
— Será que serei intrometida se eu quiser saber o que ele disse? —
Mordi minha língua, esperando não estar exagerando.
— Meio que sim. — Ele deu uma risadinha. — Não estou tentando
guardar nenhum segredo. Só não quero diminuir o seu humor quando
posso ver claramente que você já está tendo um dia ruim.
— James disse algo sobre mim, não disse?
Lucas acenou com a cabeça.
Entramos no refeitório e meus olhos, sem permissão, moveram-se
para procurar o demônio. Ele estava em sua mesa normal com outros
caras, olhando para mim.
Seus olhos estavam acessando Lucas e eu calculadamente.
— Estou sentado com vocês, meninas, hoje, — Lucas disse, me
fazendo desviar o olhar de James. — Eu não quero ficar perto daquele
estúpido filho da puta.
Olhei para a minha mesa e encontrei apenas Sadhvi lá, que acenou
para mim com entusiasmo. Eu acenei de volta, temendo internamente
chegar perto dela.
A garota não iria descansar até que me fizesse contar tudo sobre a
noite de sexta-feira.
Eu só poderia desejar que Addison ou Lola aparecessem antes de eu
chegar à nossa mesa para que eles pudessem controlá-la um pouco.
— Você é sempre bem-vindo em nossa mesa. — Eu sorri para Lucas e
me dirigi para o balcão de comida com ele. — Então, o que James disse
sobre mim? — Eu perguntei baixinho enquanto estávamos na fila.
Nesse ponto, eu estava literalmente pedindo para me torturar.
Obviamente, aquele demônio disse algo malicioso e doloroso.
Lucas exalou pesadamente. — Coisas que ele geralmente diz para te
irritar. Não pense muito sobre isso.
— Então o que o desencadeou a socá-lo?
— Keily, eu nunca gostei de como ele mexia com você. — Ele balançou
a cabeça exasperadamente.
— Mas eu não esperava a mesma atitude dele depois que vocês dois se
beijaram. Ele estava muito amargo. E eu meio que perdi o controle por
causa do idiota que ele estava sendo.
Meu rosto ficou vermelho de vergonha. — Você deve pensar como eu sou estúpida em beijá-lo quando ele me trata assim. — Lancei um olhar
rápido para James enquanto avançávamos.
Ele estava falando com Keith, mas seus olhos estavam bem aqui para
encontrar os meus.
— Não, eu não penso assim. — Lucas deu um pequeno sorriso.
— Haynes está enviando sinais muito confusos, como a diva
temperamental que ele é. Estou marginalizado e isso está se tomando
muito doloroso para mim. Só posso imaginar o que deve ser para você.
— Eu ficaria chocado se o próximo soco no seu rosto não fosse dado
por você. — Fiquei tão aliviada por não ser julgada por ele.
— Então, esteja preparada para ficar chocada. Eu absolutamente não
vou bater em ninguém, a menos que eles me atinjam primeiro. — Eu
lancei a ele um leve olhar, mostrando que não estava falando sério.
— Você deve obedecer a esse código também. Foi errado você bater
nele. — Eu quis dizer a última parte a sério.
— Ah, vamos lá, você deveria estar me agradecendo, não me dando
um sermão. — Ele fez beicinho. — Não me diga que você se preocupa
com ele?
A cor em minhas bochechas voltou, recebendo o sorriso provocador
dele.
— Eu me importo com você, — eu disse. — E eu não quero você e
James brigando por minha causa. Vocês dois são bons amigos e não
deveriam deixar uma garota se interpor entre vocês. — Eu cutuquei seu
lado de brincadeira.
— Acredite em mim quando digo que é a estupidez dele que está se
interpondo entre nós.
Eu ri, balançando minha cabeça. — Falando em amigos, no momento,
Addison também não está feliz comigo. Vou comprar o almoço para ela
como oferta de paz.
— O que aconteceu?
— Ela não está exatamente feliz por eu ter beijado James, e eu
entendo isso. — Dei de ombros. Eu não contaria tudo a ele, considerando
como Addison reagiu no carro.
Não era da minha conta contar a ele de qualquer maneira.
É — Claro. É Addison. — Lucas bufou.
Esperamos na fila por mais alguns minutos antes de pegar nossa
comida.
Também comprei o almoço para a Lola. Eu não poderia privá-la de um
sanduíche de queijo grelhado quando ela foi tão boa comigo. Sadhvi já
tinha sua bandeja de almoço.
Addison murmurou — Obrigada — quando dei o sanduíche a ela. Não
estávamos exatamente íntimas como antes, mas a atmosfera entre nós
melhorou significativamente.
Percebi que ela também estava se sentindo culpada porque escolheu
sentar-se ao meu lado em silêncio, sua maneira de pedir desculpas.
Sadhvi, como previsto, tentou me fazer falar sobre a festa; no entanto,
Lucas e Lola estavam lá para me salvar.
Muitas vezes, eu percebi meus olhos oscilando para James,
especialmente quando eu podia senti-lo olhando para mim.
Apesar do começo difícil, a pausa para o almoço não foi ruim, talvez
um pouco estranha.

Keily Gordinha e Fabulosa-Manjari.Onde histórias criam vida. Descubra agora