Tudo bem aí?

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Isso era pra ser mais fácil, sabe? Tô estacionado perto da casa do Chan, mas não consigo sair do carro porque ainda não sei se eu deveria estar aqui.

Última vez que estive aqui, foi só vergonha por cima de vergonha e eu, feito um filho da puta, já tô aqui de novo. Deve ser bem bom conseguir focar no presente, mas isso é uma realidade que não veremos nem com IA em minha vida.

Respira fundo, Jeongin. Vamo lá.

Subo as escadas externas concentrado. Você não tem nada a temer, certo? É só um jantar com alguém que parece seu namorado. Vamo pensar num irmão gêmeo, talvez? Isso. Jantar com seu cunhado! Calmaí, isso ficou meio estranho. Seria melhor um sósia? Apenas um colega de trabalho que é igualzinho alguém famoso. Mas aí se fosse famoso, não me preocuparia.

Ding dong

— Hannie!! Atende lá — Uma voz lá dentro grita e sei que é dele.

Você tá aqui numa missão, Jeongin! Foca na missão. Hoje eu descubro porque Chan e Chris são iguais. Isso. Estou infiltrado, como se a roupa dele que eu trouxe fosse meu cavalo de Troia. Eu devia ter trazido um vinho melhor, né?

— E aí, querido! Bem vindo — O tal do irmão diz ao abrir a porta, com um sorriso de rapariga. Nem parece que ele queria pedir desculpa — Entra, entra.

— Com licença... Sou Yang Jeongin. Obrigado por me receber — Entrego o vinho meio sem jeito, meio sem saber se ele merece.

— Opa. Que chique. Brigadão, cara. Han Jisung, é um prazer — Finalmente uma apresentação decente — Pode ficar à vontade, viu? Senta aqui no sofá que o Chan vem já. Vou abrir essa belezinha pra gente.

Eu me sento e olho essa sala direito dessa vez.

Algumas fotos deles na parede, certificados de música, um prêmio no nome do Chan... que curioso. Olho o rack, a TV e abaixo vejo um console. Tomo até um susto.

Será que?

Tento me ajeitar no sofá pra ver direito, se há um óculos ou não. Não consigo. E se... eu for até lá... abaixado. Isso, ninguém vai desconfiar assim. Ninguém tá vendo. Isso.

O aparelho se parece muito, mas não há óculos em lugar algum.

— Oi, sunbae. Boa noite! — Me levanto na hora, pego no flagra.

E lá está ele, super fofo de avental sobre a camisa de lã de manga longa. O cabelo meio ondulado, meio bagunçadinho. Nunca tentei o cabelo do Chris desse jeito. É uma ótima ideia.

— Boa noite! Eu não tava fazendo nada. O seu irmão foi abrir o vinho que eu trouxe, eu tava só olhando por curiosidade mesmo. Eu gosto de consoles, sabe? Tenho alguns jogos e tal...

— Relaxa. Na verdade é um alívio. Achei que você podia ficar entediado, já que Jisung te deixou sozinho. Mas se tá curioso, é um bom sinal, né?

O sorriso desajeitado dele entrega que ele atrasou o jantar. Mal sabe ele que todo o tempo que eu possa enrolar aqui sozinho, melhor pra minha investigação.

— Opa, opa. Calma que eu nem demorei. Como que o garoto ia ficar entediado, hyung? Vai cortar tuas cebolas, vai — Jisung chega segurando taças pelo fundo — É que ele tá meio nervosinho, sabe? hehe

— Por que eu estaria nervoso, maluco!?

Muito provavelmente porque tem um esquisitão na casa dele, que se declarou pra ele na frente de todo mundo e depois teve que ser carregado e dado banho, e agora ele é obrigado a se solidarizar?

— Porque você nunca recebe visita, ué. Tá enferrujado de só ver minha cara fora do trabalho.

Será que eu deveria olhar mais lá no fundo do rack? Não. Se tiver, deve estar no quarto.

Sob as luzes neonOnde histórias criam vida. Descubra agora