Carol

capítulo 2

No dia seguinte depois de está pronta para ir ao curso Júlia se juntou a sua vó na mesa da cozinha para tomar café da manhã.

- Bom dia vozinha! Como está se sentindo hoje? - Deu um beijo na bochecha de Dona Eliza que estava tomando alguma coisa no copo, não parecia nem um pouco bom a julgar pela cor verde musgo, fez uma careta.

- Bom dia minha flor, acordou animada hoje, parece que dormiu bem não é!?

- Sim,muito bem, eu sonhei que era uma borboleta azul - Dona Eliza gargalhou.

- Você e seus sonhos maluquinhos.

- Eu tenhoqueirvó_ Ela disse com a boca mais que cheia depois de beber um copo de leite e enfiar quase um pão inteiro na boca_ Desculpa vozinha- engoliu- é que preciso chegar um pouco mais cedo no curso hoje- Deu outro beijo na avó e saiu.

O caminho até o curso não é tão longe, leva apenas vinte minutos a pé, dez até a cidade e mais dez para chegar, no caminho ela reparou que a casa um pouco abaixo da sua que não morava ninguém a algum tempo estava aberta e tinha alguém na escada arrumando o telhado "Parece que vamos ter novos vizinhos" ela pensou enquanto roubava uma florzinha branca com o miolo amarelo, todos os dia quando voltava do curso ela levava uma para sua vó, mas hoje ela iria presentear outra pessoa.

Foi a primeira a chegar na sala como ela queria, logo depois sua professora Carol chegou, Júlia estava nervosa e ansiosa, era só uma florzinha, era só ir lá e entregar, mas pra ela não era só isso. Desde que começou o curso ela tem um carinho imenso pela sua professora mas nunca se expressou nem demostrou por ser muito tímida e quieta, apesar de ser uma das melhores alunas, o  que era bom pois a professora estava sempre de olho nela, as vezes ela passava a madrugada inteira sonhando acordada, em apenas ser ela mesma e sua professora cuidar dela, como deitar em seu colo e tomar sua nadadeira, ou receber carinhos e abraços, para ela isso era apenas um sonho impossível, um amor platônico, algo que não tinha como se realizar.

-Bom dia professora - Depois de uns minutos tomou coragem e foi até  sua mesa.

- É pra você- disse baixinho estendendo a florzinha que já estava começando a murchar 

-  Ah que linda! muito obrigada querida. - Ela deu um sorriso aberto, levantou da cadeira e beijou a bochecha de Júlia que a essa altura tava igual um tomate, e teve certeza que não iria conseguir formar uma frase então só deu um sorriso e voltou para o seu lugar, se ela soubesse que iria ganhar beijinhos por tê-la presenteado com uma flor ela teria feito isso todos os dias. 

Carol colocou a flor dentro de um copo com água  quando chegou em casa para não muchar tão rápido, colocou na mesinha de cabeceira perto de um porta retrato onde ela estava abraçada com sua irmã em frente ao parque. 

Apesar dela nunca ter demostrado Júlia é a sua aluna preferida,ela adora o jeitinho meigo e tímido da garota e principalmente o jeito fofo como ela se veste e como fica vermelha quando está com vergonha, as vezes ela fica imaginando como seria se tivesse uma filha e a imagina igual a Júlia.

- Querida cheguei! - Manuela gritou fechando a porta atrás de si.

- Acho que a vizinhança inteira já sabe também - Carol falou indo se sentar no sofá.

- Achei que não estava aqui, não ficou de passar lá na sua casa para ver como está a reforma? 

- Vou fazer isso amanhã, tava arrumando o restante das coisas, terminei agora a pouco.

- Eu quero ir também, conhecer sua casa nova no meio do mato.

- Não é no meio do mato sua boba, lá é lindo  você vai adorar, quando eu já estiver instalada direitinho você vai com a Lara passar o final de semana comigo. 

-Certo vamos ver,mas já que você está preste a me abandonar que tal a gente ver um filme juntas? Você faz a pipoca e eu escolho o filme.

- mas porquê você não fa- Antes que terminasse de falar Manuela saiu correndo em direção ao banheiro.

- E COM BASTANTE LEITE CONDENSADO TÁ!!? - gritou de lá assim que ligou o chuveiro.

Carol  tem 34 anos se formou a alguns anos atrás, ela sempre teve uma paixão por inglês e crianças, mas optou por ensinar adultos e adolescentes, ela mora com sua irmã mais nova Manuela, elas sempre se deram muito bem, mas depois de muita conversa,enrolação e dramas vindo da parte da Manuela, Carol finalmente decidiu que era hora de procurar um cantinho só pra ela e dar mais privacidade a irmã e sua namorada. Depois de meses procurando por uma casa legal ela encontrou uma a venda no campo afastada da cidade mas com vários vizinhos por perto, ela ama a natureza e se sentiu realizando um sonho por ir morar no campo e  por ser perto de tudo, a casa estava precisando de uma reparos r mas assim que terminar ela pretende se mudar.