O Enforcado

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CAPITULO IV

O ENFORCADO

(The Hanged Man)

         Mágoas do passado trazem lágrimas no presente como uma corda apertada no pescoço.

          A pior coisa é quando deixamos nas mãos dos outros a decisão de chutar o banco nos deixando pendurados.

(Diário de William Drake)

Um tempo atrás...


          Em um famoso bar chamado "La Guampa", na cidade de Springfield do estado de Illinois, cidade ainda longe de ser um polo financeiro, porém populosa. Alguns homens bêbados saíram aos tombos no final da noite depois de suas últimas doses.

          Sem ser percebido nas ruas, um homem vestido em um sobretudo escuro e com um chapéu de abas compridas, passou pelas portas duplas do lugar.

— Desculpe, amigo! Mas já estou fechando.

          O novo cliente não se importando com o aviso do barman, adentrou o estabelecimento com passos lentos dando para ouvir o som das esporas dos seus sapatos sobre o assoalho de tábuas.

          O dono do bar terminou de enxugar o fundo do copo de vidro ainda encarando o homem que se aproximou do balcão.

          O sujeito colocou as mãos sobre a madeira olhando o homem de cima a baixo.

— Você tem uísque? Não se preocupe, vou demorar apenas um minuto. Só quero molhar a garganta.

— S-Sim, senhor. Tenho o do melhor.

          O dono do bar pegou um copo de vidro no armário e abriu uma garrafa. Antes de derramar a bebida, o homem misterioso o impediu segurando seu braço.

— Antes de encher meu copo, quero que me responda algo.

          Apanhou um papel preso na cinta do seu chapéu e abrindo-o mostrou ao pobre assustado.

— Sabe o que é isso?

— É um... cartaz de procurado, senhor?

— Por acaso viu esse velho acompanhado com seus homens por aqui?

— N-Não... senhor.

          Por breves segundos o homem com uma respiração descontente voltou a dobrar o cartaz pondo de volta no chapéu.

— Pode encher o copo.

          O dono do bar voltou a servir a bebida, um som de tilintar da garrafa no recipiente de vidro devido a tremedeira em suas mãos chamou a atenção do homem misterioso.

          No meio da escuridão das cadeiras e mesas da parte de trás, uma voz emergiu.

— Já se passou um minuto, senhor.

— Quem está aí?

          Um fósforo foi riscado acendendo uma lamparina no meio da mesa clareando a presença de sete homens sentados ao redor dela.

Um Destino Para Seis HomensOnde histórias criam vida. Descubra agora