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Entrei no carro e arranquei, eu nem poderia ir para outro lugar por causa do castigo, mas Minho me deixou intrigado, espero que não seja mais uma das suas brincadeiras.
Eu dirigia mais rápido que Minho em uma fuga, essa convivência com ele não prestou em nada, quando virei em uma rua, quase bati em um carro, sorte que foi quase. Não demorou muito para que eu estivesse estacionando na frente do condomínio.
– Boa tarde senhor – O porteiro disse.
– Boa tarde – Falei entrando no elevador, quando vi já estava entrando no apartamento.
– O que aconteceu porra? Eu nem poderia estar aqui – Me calei ao ver Minho no sofá com cara de pavor, ele me olhou com uma expressão perdida – O que aconteceu – Perguntei mais manso – Ele molhou os lábios e continuou quieto, eu já estava achando que era mais uma brincadeira – Fala, porra – Exigi impaciente – Uma criança Lee? Que história é essa?
– Vem aqui – Ele ia até o quarto em passos lentos, eu o seguia ansioso para ver a tal criança.
Quando chegamos no quarto, pude ver um montinho de baixo das cobertas, Lee foi até lá e tirou com cuidado a coberta de cima, eu não estava acreditando.
– Quem é essa criança Minho? – Cheguei mais perto da garotinha que dormia feito anjo, parecendo que estava em sua própria casa, ela era muito linda.
Lee me olhava de longe, quase mordendo os dedos de tão nervoso, me deu até vontade de rir, meus olhos voltaram para a criança que devia ter um ano e meio de idade mais ou menos, mais que isso ela não tinha, tenho certeza.
– O que é isso Han? Um ET? – Revirei os olhos.
– Sim, e veio te abduzir, mas antes parou para dar uma cochilada porque a viagem foi muito longa – Ironizei – De onde ela veio?
– Não sei caralho. Tocaram a campainha e quando eu fui abrir aquela porcaria de porta ela estava lá, sozinha com uma mala do lado. Fechei a porta para ver se ela ia embora e aí ela começou a chorar, fui obrigado a pegá-la, não sei o que fazer porra.
– Calma Lee, não acredito que você tirou a vida de muitas pessoas, está empre metido em merdas, tem uma gangue e está assim por uma garotinha.
– Sim Han, uma garotinha que eu não sei da onde saiu.
– Já sei, o porteiro – Ele me olhou e deixamos a pequena em seu sono e corremos para a portaria – Senhor – Chamei o porteiro – Por acaso você não viu alguém entrar com uma garotinha? – Perguntei como quem não queria nada.
– Hum... Sim. A senhora Park do segundo andar com sua filhinha – Disse folheando um jornal.
– Você sempre fica lendo esse jornal ou essas revistas – Apontei para as revistas em cima do balcão.
– Sim.
– Ele não prestou atenção – Falei para Minho – Tem como a gente ter acesso as câmeras do décimo andar?
– Não... – Ele ia dizer mais alguma coisa mas Minho o cortou.
– Tem sim – Bateu a mão no balcão. O porteiro se assustou.
– Ok, ok – Disse com os olhos arregalados – Venham aqui – Ele foi para atrás do balcão onde tinha três telas planas mostrando toda a parte interna do condomínio.
– Décimo andar né? – Pediu confirmação.
– Sim, e anda logo com isso – Lee respondeu rude.
– Seja menos grosso – Repreendi.
– Você sabe muito bem o que é grosso – O porteiro nos olhou com uma cara estranha e eu belisquei Minho e ele quase me fuzilou ali mesmo.
O porteiro localizou a filmagem, mas estava desde o começo do dia, demoraria demais.
– Que horas que largaram a garota aqui?
– Uns trinta minutos depois que eu cheguei daquela droga de escola, acho que eram umas sete da noite.
– E... Tem como colocar o video apartir das seis e meia?
– Eu falei sete – Minho disse.
– É, mas eu não confio em você – Voltei a atenção para o porteiro – Tem como?
– Tem sim... Só um minuto... Pronto – Ele saiu e deixou eu e Lee vendo o vídeo.
Apareceu Minho chegando no apartamento. Ele olhou e sorriu.
– Até em um vídeo de segurança eu sou lindo – O olhei revirando os olhos. O corredor estava parado, só tinha aparecido um vizinho entrando em seu apartamento, isso já era seis e trinta e sete – Olha isso Han – Ele chegou mais perto da tela.
Draga, o que era aquilo? Um homem ou uma mulher? Não saba para saber, a pessoa usava uma capa preta com óculos escuros e capuz, se despediu da garota com um beijo e tocou a campainha do apartamento, antes de sair totalmente, soltou um beijo no ar e saiu. A pequena ficou ali, inocente e sem fazer nada. Me doeu o coração, Minho assistia tudo sem expressão.
– Pode tirar– Falei para o porteiro, ele veio e tirou sem sem falar nada.
– E agora Han? – Minho tinha a voz cansada. Ele veio até mim e aconchegou sua cabeça em meu pescoço, eu amava quando ele estava assim, tirando a máscara de durão, até pensei em empurrá-lo pois estava muito magoado com suas atividades, ele só sabia fazer eu me sentir um lixo.
– Calma... – Tentei o confortar, ele estava realmente mal, nunca havia visto ele assim. Tentei tontear a grossa chamada de raiva e mágoa que eu estava sentindo, ele realmente precisava de mim – Não deixaram nenhum bilhete ou coisa do tipo?
– Não vi – Passou as mãos pelos cabelos.
– Você nunca vê nada, impressionante. Vamos de uma vez – Falei pegando sua mão e puxando até o elevador.
– Depois que o cara é rude você reclama.
Quando entramos no apartamento a primeira coisa que fiz foi correr para o quarto ver se a menininha estava bem, ela continuava dormindo.
– A mala Minho, onde está?
– Aqui – Me alcançou a pequena malinha.
Eu vasculhava tudo tentando entender o motivo disso tudo, desarrumei todas as roupas dela, até que achei algo útil, um bilhete para ser mais exato. Minho o arrancou bruscamente da minha mão e começou a ler.
– PUTA QUE PARIU – Ele gritou e mesmo assim a garotinha não acordou.