Capítulo 11

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Jimin ~

Acordei com a luz suave do sol entrando pela janela do quarto e sentindo dois braços enormes me abraçando. Fugi dos braços de Jungkook e estiquei os braços e bocejei, me espreguiçando na cama. Peguei meu celular na mesa de cabeceira e vi uma mensagem de Félix, um amigo, perguntando se eu iria hoje.

Olhei para a data ao lado da hora em meu celular,

19 de agosto…

Essa data me trouxe uma mistura de sentimentos. Perdi meus pais quando ainda era muito jovem, e a dor da perda ainda estava presente em meu coração.

Levantei-me da cama e me arrumei, vestindo uma roupa do Jungkook porque a minha não foi encontrada.

Saí silenciosamente do apartamento, deixando um bilhete para Jungkook, explicando onde eu estava indo.

Estou voltando mais uma vez a Busan…

[...]

Chegar em Busan é como reviver cada momento, cada segundo do que aconteceu particularmente eu odeio essa cidade só há quatro  pessoas que eu gosto nesse fim de mundo.

Mãe, pai, Taehyung e Félix.

Caminhei em direção ao cemitério, perdido em meus próprios pensamentos. À medida que me aproximava, sentia meu coração se apertar um pouco mais.

As lembranças daquele dia inundava meus pensamentos

19 de agosto de 2003

Era um dia feliz para minha família porque eu iria me formar no ensino médio, estava tudo programado: formatura, jantar em família e meia noite com os amigos. Mas isso não aconteceu.

No caminho para a formatura… um carro… aceitou o nosso.

Não lembro de nada após a batida.

Acordei em um hospital com Félix e Taehyung ao meu lado.

Nos primeiros meses eu chorava todos os dias porque eu tinha perdido a minha única família, até que, Félix apareceu na minha porta loucamente me obrigando a abrir a mesma.

“ Jimin, já chega!! Eu sei que tá doendo, também já senti e você sabe, e como eu sei como foi difícil sair do meu casulo imaginário, estou aqui para te arrancar do seu.” Essas foram as palavras mais sinceras que já ouvi, ter Félix comigo foi a minha última esperança.

Cheguei ao túmulo dos meus pais e me ajoelhei em frente a ele, colocando as flores com cuidado.

Olhei para as lápides, onde estavam gravados os nomes dos meus queridos pais. Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, enquanto as memórias deles inundavam minha mente. Lembrei-me de seus sorrisos calorosos, de seus abraços acolhedores, de todas as vezes que me apoiaram e me amaram incondicionalmente.

— Mãe, acho que finalmente estou começando uma família. Ela já está completa — disse enxugando minhas lágrimas — Pai… acho que finalmente irei cursar faculdade — era algo que prometi há muito tempo.

Fiquei ali, conversando com eles em silêncio, compartilhando meus pensamentos e sentimentos mais profundos. Contei-lhes sobre minha vida, sobre Jungkook e Jonghe, sobre como eu estava encontrando a felicidade novamente. Eu sentia como se eles estivessem ali comigo, ouvindo e me guiando.

Depois de um tempo, levantei-me e limpei as lágrimas do rosto. Senti uma sensação de paz e conforto dentro de mim. Sabia que meus pais estavam sempre comigo, mesmo que não estivessem fisicamente presentes.

Deixei o cemitério com o coração mais leve. Enquanto caminhava de volta para casa, recebi uma ligação de Jin.

Alô, Jin? — Falo.

— Jimin…

— Fala logo, estou ficando agoniado!

— Tem como voltar agora? — ele perguntou — Jonghe está doente e Jungkook está endoidando com isso, o médico falou que Jonghe está sentindo falta da omma dele — completou.

— Tô indo pegar o primeiro trem para Seul, tchau.

Desliguei rápido sem esperar resposta e corri para a estação mais próxima.

O Babá - Jikook Abo Onde histórias criam vida. Descubra agora