Capítulo 14 - Turbulência Familiar

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P.O.V Narradora

A vida é uma trama delicada, tecida com fios invisíveis de expectativas e sonhos, esperanças e medos. Às vezes, nos encontramos imersos em sua teia intricada, navegando pelas correntes de rotina e conforto, quase esquecendo o quão frágil ela realmente é. Mas, em um piscar de olhos, tudo pode mudar. Tudo o que conhecemos, tudo o que amamos, pode ser arrancado de nós sem aviso prévio, deixando-nos confrontar a efemeridade de nossa própria existência.

Refletir sobre a vida é como olhar para as estrelas em uma noite escura e sem lua, tentando compreender o infinito que se estende além de nossa visão limitada. Pergunto-me o que levaremos conosco quando deixarmos este mundo, quando nossas pegadas se dissiparem na areia do tempo. Será que nossas ações ecoarão através das eras, deixando um legado duradouro para os que ficam para trás? Ou seremos apenas poeira ao vento, esquecidos no vasto expanse do universo?

Às vezes, é fácil cair na ilusão de que somos imortais, que nossas vidas são inabaláveis e eternas. Mas a realidade é muito mais sombria. Em um momento, podemos estar no topo do mundo, e no próximo, podemos estar mergulhados na escuridão mais profunda. É um pensamento assustador, mas é uma verdade que não podemos ignorar: a vida é frágil, e nunca sabemos quando nossas vidas serão transformadas para sempre.

Então, enquanto contemplamos o desconhecido que nos aguarda além do horizonte, devemos lembrar de valorizar cada momento, cada respiração, como se fosse a última. Pois, no final, é o que fazemos com o tempo que nos é dado que define quem somos e o legado que deixamos para trás.


Família Aniston

Vivian estava na casa de sua mãe, onde se refugiara em busca de um pouco de paz e conforto. No entanto, a tempestade que assolara Los Angeles na noite anterior continuava a assombrar seus pensamentos. As notícias sobre o clima extremo e os estragos causados pela forte chuva ecoavam em sua mente, trazendo uma sensação de inquietação que ela não conseguia ignorar.

Sentada à mesa da cozinha, Vivian fitava o nada, perdida em seus próprios pensamentos. Uma xícara de café frio repousava diante dela, enquanto ela tentava entender o motivo de seu desconforto. Uma parte dela sabia que sua filha, Débora, estava em Los Angeles naquela noite, e isso a deixava profundamente preocupada.

Uma sensação de pânico começava a se formar dentro dela, mas Vivian não queria admitir nem para si mesma o quão apavorada estava. Ela sabia que precisava manter a calma.

Apesar de sua angústia, Vivian tentava se convencer de que tudo ficaria bem. Ela se esforçava para afastar os pensamentos sombrios, mas era difícil ignorar a sensação de impotência que a consumia.

- Débora não me atende... - Vivian bufa, frustrada. - Deve estar dormindo com outro homem de novo! - Ela joga o celular no sofá com raiva, os dedos cerrados de tensão.

- O que foi, filha? - Maria Rita entra na sala, observando a expressão preocupada de Vivian.

- A Débora não me dá notícias! Só fiquei sabendo que ela tinha pousado junto com a Flávia em Los Angeles, pois houve um problema no avião. - Vivian passa a mão no rosto, tentando aliviar a tensão.

- Agora você está preocupada com sua filha, Vivian? - Maria Rita cruza os braços, seu olhar penetrante buscando respostas.

- Mãe! Não fala merda! - Vivian a repreende, os olhos faiscando de indignação. - Eu nunca coloquei os meus negócios acima da minha filha!

- Ah, é mesmo? - A voz de Maria Rita carrega sarcasmo. - Você acha que aquele jeito rude dela é por causa de quem? Eu ainda tentei criar ela pra ser uma pessoa de bem, mas você só piorou tudo!

Liberdade para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora