Capítulo sete

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DIEGO

Amaury afasta nossos lábios mas não toma distância do meu rosto. Sinto o nariz roçar contra o meu maxilar e ele ri baixinho quando suspiro com a carícia.

Isso teve gosto de manhã de natal. — A comparação me faz rir e abrir os olhos confuso.
— Como assim?
— Tem uma mágica na manhã de natal, um gostinho de paz com felicidade e satisfação purinha. Aquele desejo de parar o tempo, nem que seja por uma manhã. Se eu tivesse que escolher um dia, seria a manhã de natal... — Ele suspira — Se eu tivesse que escolher... — Ele sorri — Seria agora.
— A... maury. — Respiro fundo.
— O nhoque, vamos fazer o nhoque, acho que a batata já está boa.

Antes que ele consiga se afastar eu o puxo para mais um beijo. Calmo, aconchegante e delicado. Deslizamos suavemente saboreando um ao outro, as mãos dele envolvem o meu maxilar e os polegares acariciam minha pele em um carinho gostoso.

— Eu também pararia o tempo agora. — Falo baixinho contra os lábios dele.

A panela de pressão apita nos trazendo de volta para a realidade, rimos e Amaury envolve minha cintura com a mão, colando meu corpo no dele enquanto andamos juntos até a cozinha.

— Lava a mão e vamos escorrer essas batatas. — A voz de Belchior  nos envolve com Apenas um rapaz Latino Americano. — Eu já tenho molho de tomate pronto, mas você se lembra como faz, né?
— Lembro sim. — Amaury coloca as batatas na vasilha a minha frente — Só amassar?
— Só amassar. Vou ralar o queijo enquanto você faz isso.
— Sim, chef! — Dou um sorriso e ele se inclina contra o meu corpo me dando um selinho.
— Amo o sorriso que você dá quando diz isso.

Balanço a cabeça em mais um riso frouxo.

AMAURY

— Sabe onde comi o melhor nhoque da minha vida?
— Onde?
— Na casinha de uma Nonna, vó de um colega de faculdade. Não teve Zena Caffé, Casa Europa, Piselli, nada que ganhasse das mãos daquela Nonna.
— Descobriu a receita?
— Acha que ela passa? Diz que o tempero é o amor. — Dou risada e ele me acompanha.
— Minha avó dizia que esse era o melhor ingrediente para toda comida.
— Pode até ser, mas, que tem alguma outra coisa, tem. A massa, firme e saborosa, desmanchava na minha boca. O molho de tomate estava no ponto certo. Nossa, só de lembrar minha boca saliva.
— Amaury, você está me deixando com fome.
— Então amassa logo essas batatas.
— Eu amassando! — Ele faz biquinho e eu dou risada.
— Vou começar a peneirar a farinha, não para de amassar, tá?
— Tá... Não quer que eu faça isso?
— Não, para aprender você precisa pegar o ponto da massa. Só vai fazer isso amassando.

Diego balança a cabeça concentrado como se estivesse fazendo uma experiência química e eu sorrio o vendo encarar a massa com olhar sério. Balanço a peneira em cima da massa e ele a mexe lentamente.

— Agora um ovo, um pouquinho do queijo que eu ralei e um pouquinho de sal... — Jogo na massa —  Mistura tudo. Toca nela com o dedo, vê como está firme? Agora vamos jogar ela para a pia, polvilha farinha na bancada que você vai amassar ela com a mão, ela não pode grudar na bancada, se grudar você joga mais um pouquinho de farinha. Faz cilindros para cortarmos em formato de nhoque.
— Você é um professor tão bom, eu fico dividido entre querer aprender e querer te ver fazer.

Dou risada e o assisto amassar empolgado até adquirir ponto. Ele faz cilindros e vai cortando como uma criança que brinca de massinha.

— Eu vou refogar mais um pouco o molho enquanto a água ferve e você termina de cortar.
— Esse tamanho está bom? — Ele me mostra uma unidade.
— Está ótimo, quando a água ferver você coloca a massa, faz de cinco em cinco, quando subir está bom, ai é só tirar e reservar para depois passarmos para o molho.

Chef - Dimaury 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora