Chef - Dimaury 🔞

Capítulo nove

DIEGO

Quando o telefone começou a tocar eu já estava pronto na cozinha tomando o último gole de chá gelado. A ansiedade de começar em um novo trabalho era muito semelhante a do primeiro dia de aula, a diferença é que na escola ninguém poderia nos demitir depois de três meses. Eu faria o possível para me destacar e saber que teria Amaury quase todos os dias no estúdio era tranquilizador.

Se eu fechasse os olhos e me concentrasse o suficiente ainda era possível sentir os toques dele na minha pele e o gosto nos meus lábios. Suspiro fundo antes de correr para o banheiro e escovar meus dentes para partir rumo a emissora. Quando entro no elevador do meu condomínio a mensagem de voz me faz sorrir. A voz rouca de sono ressoa suave pela caixa de aço gélida como um abraço caloroso que somente ele seria capaz de me dar.

"Bom dia, te vejo daqui a pouco mas queria desejar boa sorte. Sei que você será incrível... você sempre é..."

Fecho os olhos ouvindo o áudio novamente. Amaury dizia que eu havia sido o porto seguro dele em meio ao caos mas, com certeza, ele também era o meu bote em meio a um naufrágio. Quando tudo parecia dar errado ele veio, com distração, ensinamentos, jeito calmo e acolhedor e ressignificou até receitas de família para me fazer feliz. A porta do elevador se abre quando eu caminho em direção ao uber e o respondo com outro áudio.

"Muito obrigado, boa sorte para você também! Lembra que a culpa do que aconteceu no passado não foi sua, você é incrível e vai dar tudo certo. Me espera para almoçar? Quero te ver."

Quero te ver, Diego? Porra!

— O que? — O motorista pergunta e percebo que xinguei em voz alta.
— Desculpa, nada! Bom dia, com licença!

Entro no carro lutando contra a minha ansiedade devido a mudança de rotina, esse traço eu conseguia atribuir puramente ao meu signo. Não há nada que tire mais um taurino do sério do que mudanças bruscas e a minha vida já havia dado um 380º em looping algumas vezes nos últimos dias, não que eu estivesse reclamando.

AMAURY

Tomo um banho gelado e corro para tomar um café da manhã reforçado. Eu ainda tinha 3 horas até o horário da reunião e já estava decidido a aceitar, Diego havia feito um ótimo trabalho durante o dia anterior me convencendo de todas as vantagens que eu teria ao retornar tão rápido, antes mesmo de passar o episódio da minha eliminação na outra emissora. Uma das vantagens seria gravar quase todos os dias com ele. Esse quesito, somado aos lábios dele percorrendo minha clavícula enquanto meu membro era pressionado pelo corpo dele ao rebolar nu, sentado no meu quadril, foi o bastante para eu prometer que aceitaria, antes mesmo de deslizar e degustar o calor que me recebia tão bem.

Sinto as lembranças me invadirem o bastante para eu ouvir mentalmente o barulho que fazíamos tão livremente, saboreando sem amarras a dualidade que existe entre carinho e perversão.

Volto a realidade do horário apertado quando sinto meu corpo esquentar em um tesão repentino que não diminui nem mesmo quando encaro meu reflexo no espelho, arrumando uma última vez meu cabelo antes de partir.

***

DIEGO

Diferente da outra emissora, aqui todos pareciam se dar bem demais, fui recepcionado com muita simpatia e gentileza, o que fez minha ansiedade reduzir a quase zero. Encontro Jennifer pelo corredor e ela me agradece mais uma vez com lágrimas nos olhos. Minha maior felicidade, com certeza, era saber que ela havia se realocado com tamanha rapidez depois de sofrer as consequências dos meus atos.