Consertar

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É o aniversário de Sumire, o primeiro que ela festeja depois que seus pais morreram, foi por insistência de Ino, ela fez um bolo gigante roxo para ela, e todos do seu esquadrão e do esquadrão 356 estavam lá... menos ele, ele tem se mantido afastado desde que ela pediu à quase um ano atrás, e ela se sente mal por isso. Mas o que ela deveria dizer? Algo como "olha sei que dei a entender que sua presença é abominável, mas estou te convidando para o meu aniversário", e depois sorrir? Isso não parecia promissor. - O começo.

O primeiro pensamento que tenho assim que saio pelo corredor é que não sei onde ele está, nem o que dizer a ele. Como posso me desculpar não sabendo nenhuma dessas coisas?

Então é como se houvesse um clique e minha mente me diz quem poderá me dar essa resposta, alguém em quem eu confio, e que o conhece, alguém que eu facilmente posso encontrar.

Eu penso em procurá-la no seu alojamento dentro do complexo dos legionários, mas não acho que ela dormiria assim tão cedo. Então lembro que ela estava nervosa mais cedo, e quando está nervosa ela sempre vai a um lugar específico, um lugar que segundo Sarada a faz se esquecer da estupidez humana.

Ando por entre os corredores intricados do castelo até finalmente chegar a parte externa do castelo, caminho pela trilha na área leste do castelo até ao jardim de rosas, o perfume delas me atinge quanto mais me aproximo. Entendo porque a Uchiha gosta tanto desse lugar, as rosas são vermelhas, a cor que representa seu clã, belas mas com espinhos que podem ferir profundamente, assim como ela.

Quanto mais me aproximo, percebo que Sarada não está sozinha.

— Me desculpe por ter te acusado de não impedir Kawaki, ele é um adulto, e como tal capaz de tomar suas decisões... Eu só fiquei com medo depois de tudo o que Inojim disse, e acabei descontando isso em você, não foi certo da minha parte. —  A voz dela está vulnerável de uma forma que nunca a ouvi usar.

— Está bem, eu te entendo, é que eu só... senti saudades suas, muitas saudades, e eu queria conversar com você por um dia inteiro sem brigas. Juro que depois de 24 horas, podemos voltar a brigar, se você quiser.

Não vejo seus rostos apenas suas silhuetas, mas ouço o riso alegre que ela dá, me sinto uma intrusa num momento tão íntimo deles. Minhas questões podem esperar até amanhã.

Me afasto devagar para que eles não me ouçam.

— Acho que posso te dar um dia, Boruto Uzumaki.

— Eu iria adorar isso, Sarada Uchiha.

Então, sou espetada por um espinho de uma roseira, e não consigo evitar meu grito, incrédula por algo tão pequeno ser capaz de causar tanta dor.

— Quem está aí? — A voz de Boruto é ameaçadora. Tento tirar o espinho cuidadosamente, para não me causar mais dor, e quando consigo, uma chama ilumina meu rosto, um grito escapa de mim, e coloco as mãos na boca para abafá-lo.

— Líder de batalha? É você? — A chama azul vem da mão de Boruto que parece genuinamente confuso. Por vezes me esqueço que o príncipe herdeiro não é o único com a capacidade de controlar chamas.

— Sumire? — Posso ver o brilho de alegria em seu rosto quando Sarada surge, e não quero estragar isso, ela merece essa felicidade depois de três meses longe dele. — Aconteceu alguma coisa?

Amor Fati - KawasumiOnde histórias criam vida. Descubra agora