Déjà vu

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Seu nome era Louis. Ele tinha 28 anos. Nascido na Califórnia. E de fato era surfista.

Tinha uma loja de pesca junto com o pai perto da praia. Levava uma vida simples. Gostava de sair com os amigos e pegar umas ondas. Adorava viajar pelo litoral dos Estados Unidos e descobrir novas praias.

Foi tudo que eu descobri durante parte da noite no bar da balada, enquanto tomávamos alguns drinks.

Eu tinha que admitir. Ele era legal e era bonito.

Não à toa, fomos parar no meu apartamento no fim da noite. Ou melhor, na minha cama. Mas isso não tinha sido uma tarefa muito fácil.

Minha mãe ficou levemente alterada e não queria ir embora. Felizmente Amanda e Jorge me ajudaram na tarefa de deixa-la sã e salva no apartamento dela. Como Roger tinha viajado então os dois se certificaram que ela dormiria na cama tranquilamente.

Oscar foi embora antes de nós. Ele ficou aparentemente fechado e "emburrado" depois que passei um tempo com Louis no bar.

Tudo bem, talvez eu tenha sumido por um tempo mesmo, mas isso não é motivo para ficar bravinho... Amanda e Jorge não ficaram.

Ele ao menos se despediu de mim. Quando voltei para onde meus amigos estavam, eles me avisaram que Oscar havia ido embora. Não sei se ele esperava que eu desistisse da ideia de ir falar com Louis, e passasse a noite toda com ele.

Fiquei chateada? Claro!

Mandei mensagem para ele? Não. Agora não...

Tentei não pensar nele pelo resto da noite, mas era difícil.

Principalmente quando entrei em meu apartamento com Louis. Ou quando ele me beijou na sala de TV. Ou quando eu passei minha mão em seu rosto durante o beijo e não senti uma barba presente.

A barba fazia falta.

A pele do rosto de Louis era lisa, bem diferente da de Oscar.

O cabelo de Louis era liso, bem diferente do de Oscar.

Eu gostava dos cachos do latino.

E cada vez que eu apertava os fios lisos e louros de Louis, eu fechava os olhos e tentava imaginar outro alguém ali.

Naquela noite trabalhei minha imaginação como nunca antes.

Transei com Louis de olhos fechados. E no final eu me senti péssima por isso. Não sei se ele havia notado minha mente viajando em outro corpo.

No final da noite, quando nos deitamos para dormir em minha cama, fiquei com medo. Repassei os momentos anteriores em minha mente para checar se eu havia soltado o nome do latino sem querer pelos meus lábios em forma de suspiros ou gemidos.

Espero que não.

Se eu tivesse feito, Louis não estaria ainda aqui me abraçando por trás enquanto dorme.

Essa constatação me permitiu ficar mais calma e cair no sono com mais tranquilidade, apesar se não estar com quem eu realmente queria.

Na manhã seguinte não é o despertador que me acorda. Nem meu celular. Nem o sol. Nem Louis.

É a campainha.

Desperto confusa sentindo o coração bater na garganta. Eu odiava ser acordada no susto.

Entre tropeços e trombadas, procuro algo rápido para vestir, já que por baixo do lençol estávamos sem nenhuma peça de roupa. Acho meu roupão de banho pendurado na maçaneta do banheiro e visto ele enquanto ando pela sala.

- Já vai! – Minha voz sai rouca e travada. O clarão do ambiente queimava meus olhos me fazendo tropeçar nos próprios pés.

Imagino que ao abrir a porta eu encontre Amanda, afinal ela tinha dormido no apartamento da minha mãe. Pois é... ela preferiu dormir no quarto de hóspedes da minha mãe ao invés do meu depois que viu Louis me acompanhando para meu apartamento. Sua bolsa com suas roupas ainda estava no meu apartamento, então logo cogitei que seria ela vindo buscar.

Behind the scenesOnde histórias criam vida. Descubra agora