Capítulo VI.

15 3 0
                                    

Alguém bate na porta. Já é tarde, então Junghoon estranha, ele pergunta quem é, "Eu", responde Hakari, com voz grossa. Junghoon abre a porta e se depara com Hakari segurando um corpo em seus braços, é o corpo de Seung. Junghoon não sabe como reagir, ele rejeita completamente todos os pensamentos que estão vindo em sua mente, ele não pode aceitar que Seung está morto. "Foram eles, aqueles soldados chineses. Onde posso encontra-los?", Junghoon, ainda em choque, não sabe o que responder para Hakari, apenas pergunta: "O-oque houve... ele... ele vai ficar bem?"; "Eles o mataram, e ameaçaram matar a sua filha depois. Onde eu posso encontrar eles?", responde, com rispidez, Hakari. Junghoon, em espécie de transe, ainda rejeitando o que havia ocorrido, diz: "Tem um posto militar para os soldados da dinastia chinesa, fica ao sul da cidade... tem cerca de 30 soldados lá"; "Não importa. Vou vingar a morte dele, eu prometo", então Hakari deixa o corpo dele no chão e parte em direção ao posto militar chinês.

Após uma longa caminhada, ele finalmente chega. Ele nota que parecia estar havendo algum tipo de festa no momento. Hakari se aproxima do portão, desarmado, então um dos dois guardas que estava de vigia no portão o impede: "Quem é você? O que quer aqui?"; Hakari lentamente olha nos olhos do soldado: "Vingança", então agarra o pescoço dele e o quebra, antes que o outro soldado pudesses reagir, Hakari pegara a espada do soldado que acabou de matar e a utiliza para cortar a cabeça do segundo soldado. O japonês então pega a espada do outro soldado. Agora ele havia retornado para sua forma verdadeira, a besta de duas espadas havia retornado. Hakari empurra o portão, e vê que os soldados cantavam e dançavam, estavam comemorando pois o soldado mais velho daquele posto estava se aposentando hoje. "Qual de vocês assassinou o velho Seung?", pergunta Hakari, furiosamente. Os soldados se assustam ao se depararem com aquele homem com sangue no rosto, com olhos desprovidos de alma e duas espadas empunhadas. "Que merda é essa?", pergunta um dos soldados; "Qual de vocês matou o velho?", então Hakari ve um soldado saindo de dentro de uma cabana onde eles comiam e dormiam, e logo o reconheceu: era um dos dois soldados que sempre iam no restaurante de Junghoon para cobrar tributos. O soldado engole seco ao ver Hakari, enquanto isso, Hakari sorri: "Você eu conheço".

Um dos soldados grita: "Matem esse homem, ele acabou de invadir território chinês sem permissão", então quatro soldados correm na direção de Hakari, determinados a matá-lo, mas em um piscar de olhos, o japonês de olhos roxos arranca a cabeça de todos em um golpe furioso em redemoinho. Os soldados se assustam, nunca antes tinham visto alguém tão rápido assim. "Eu cansei de perder meu tempo falando com lixo", então Hakari avança em direção aos 30 soldados que ali estavam. Por mais que estivessem em maior número, naquele momento, os soldados se sentiam meras presas da caça daquela besta irracional e sanguinária. E estavam certos em terem medo, Hakari avança sem medo e sem parar, agora que ele não precisa se segurar, ele não demora em massacrar os todos os soldados que ele vê pela frente. Um rastro de sangue vai sendo feito, corpos mutilados e sangue é a única visão que poderia ser vista ali. Hakari não parava por nada, por mais que muitos soldados implorassem por perdão, ele apenas avançava e matava, sem critério. Após alguns minutos, estava tudo acabado. 30 soldados foram massacrados por aquele que fora conhecido como o lobo solitário no Japão. Hakari está irreconhecível, completamente coberto de sangue e vísceras de seus adversários. Então ele vai em direção da cabana, chegando lá, tem mais 7 soldados chineses, sendo que dois destes, eram os soldados que cobravam impostos de Junghoon, os assassinos de Seung. Os outros 5 pediam perdão para Hakari mesmo sem saber por que aquilo estava acontecendo, eles, sendo a minoria, não participavam dos esquemas de corrupção do exército chinês na província coreana, e eram verdadeiramente bons soldados que apenas queriam voltar para suas famílias. Hakari matou todos os 5 em uma fração de segundo.

"O melhor fica para o final", diz Hakari ao olhar para os dois últimos soldados. Os dois sentem um medo como nunca antes sentiram, eles começam a chorar e implorar pelo perdão do japonês. "Vocês deveriam ver como estão agora... patéticos. Só tenho uma pergunta, qual dos dois que matou o velho?", o soldado à esquerda de Hakari aponta para o outro soldado: "Eu juro, foi el-", Hakari atravessa sua espada no crânio do soldado. "Obrigado pela cooperação". Hakari se aproxima do executor de Seung, olha fixamente em seus olhos: "Valeu a pena? Depois de tudo o que você fez, você vai morrer aqui como um porco". O soldado chora copiosamente: "Por favor, eu tenho família. Eu sei que o que eu fiz foi imperdoável, mas se me deixar ir eu vou abandonar o exército e viver uma vida comum... me perdoe, por favor", Hakari se enfurece: "E você acha que eu ficaria feliz em saber que você estaria vivendo uma vida boa, enquanto o homem que era muito melhor que um lixo igual a você está morto?", Hakari aponta a espada na direção da cabeça do soldado, "Você não merece perdão", logo após dizer isso, Hakari se vê naquele soldado, e lembra das palavras do seu velho amigo: "Não se vence o mal com mal, mas com o bem". Hakari então olha para si mesmo e se vê coberto de sangue, ele nem mesmo sabe explicar como tudo isso havia acontecido tão rápido, ele somente seguiu seus instintos.

O japonês se lembra da promessa que fizera a seu velho amigo, de nunca mais matar ninguém: "Já cheguei muito longe, agora já é tarde", e quando preparava para desferir o golpe final, uma memória vem em sua mente: "Eu acredito em você", ele se lembra do velho Seung dizer isso sorrindo para ele, confiante que Hakari manteria seu juramento feito de não matar mais ninguém. As mãos de Hakari ficam trêmulas, lágrimas começam a escorrer em seu rosto. "Eu... eu fiz de novo... mas que merda, eu fiz de novo", então ele cai de joelhos no chão. "Vai logo...", Hakari diz para o soldado, que rapidamente se levanta, mas antes de fugir diz: "Eu... eu prometo pelo minha honra como guerreiro, que não vou contar para ninguém o que houve", e então foge. Hakari começa a se socar compulsivamente: "Deveria ter sido eu, deveria ter sido eu. Por que um merda como eu tem o direito de viver enquanto ele não... Seung, eu falhei com você de novo... eu falhei, quebrei a promessa que fiz a você... me perdoa, por favor...", então Hakari se lembra das palavras de Seung: "Só se vence esse mundo com amor e perdão... além de perdoar ao próximo, devemos nos perdoarmos também". Hakari joga para longe as suas espadas, enxuga suas lágrimas, e diz pra si mesmo: "Eu juro pela sua alma, Seung, nunca mais vou empunhar uma espada novamente, e nunca mais matarei alguém... não falharei com você mais uma vez", e no mesmo instante em sua mente vêm novamente a memória de Seung dizendo, enquanto sorria: "Eu acredito em você". Hakari se levanta e vai embora para trilhar a jornada mais difícil de sua vida até então, a jornada em busca de sua redenção.

Redenção Onde histórias criam vida. Descubra agora