Capítulo V.

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Hakari passou mais alguns dias no hospital, e todos os dias os membros do restaurante de Junghoon, ele mesmo incluso, visitavam ele para ver como estava. Todos ficaram muito gratos a Hakari, menos o próprio Jong-su, que foi forçado por seu pai a abandonar a gangue que ele estava. Porém, para que Junghoon conseguisse isso, ele teve que pagar pela saida de seu filho, e pagou cerca de 80% de todas as suas economias para tanto, mas conseguiu comprar a saída do filho. Jong-su nem havia feito 18 anos ainda, e sentia muita raiva de seu pai por "tirar seu propósito de vida", como ele mesmo falava, ao tirar ele da gangue. Mas eles não importunaram Hakari com esses problemas, apenas agradeceram por tudo que ele havia feito naquele dia. Passados mais alguns dias, Hakari finalmente estava quase que totalmente curado, e logo voltou para trabalhar no restaurante. A situação ainda estava complicada com Jong-su que se sentia oprimido e humilhado por seu pai, mas mesmo assim, o clima aconchegante do restaurante havia voltado, e todos estavam muito felizes por isso.

Cada dia que se passava, Hakari e Min-ji se aproximavam mais e se tornavam mais íntimos. Hakari se sentia o homem mais sortudo do mundo por tê-la conhecida, pois ela conseguia fazê-lo se tornar um homem melhor. Ele finalmente convidado ela para um encontro à noite, e estava extremamente ansioso, tanto que estava desesperado por medo de estragar sua relação com Min-ji. Então, ele logo foi atrás de seu melhor amigo, Seung, para pedir dicas de como se portar. Seung ri: "Um homem velho desses pedindo conselhos para um primeiro encontro?", brincou. Hakari sentiu vergonha: "É que... eu não sei bem ser... gentil. Eu abandonei esse meu lado há muito tempo atrás, e nem me lembro mais de como fazê-lo. Por favor, meu amigo, como eu ajo? Como posso ser mais gentil e menos... eu?". Seung abre um sorriso gentil: "Meu grande amigo Hakari, Min-ji não se apaixonou por quem você foi no passado, mas por quem você é agora. Apenas seja você mesmo, não se preocupe, vai ficar tudo bem. Afinal, ela te ama da forma como você é, então tentar mudar isso não seria aconselhável". Hakari abre um leve sorriso, aliviado, como se um enorme peso tivesse saído de seus ombros. "É... pra variar, você tem toda razão, Seung. Muito obrigado. Faz tempo que eu não fico tão ansioso assim... isso é mais assustador do que qualquer batalha que eu já travei"; "Mas é assim para todos, meu amigo. Isso é perfeitamente normal. Eu fico extremamente feliz por você, por ver como você está aceitando a felicidade... é muito gratificante, enche meu coração de alegria. Eu andava muito solitário desde a morte de minha amada esposa...", Seung se emociona, "mas conhecer você... ajudou muito. Obrigado por aturar esse velho", e abre um sorriso, enquanto tímidas lágrimas escorrem por seu rosto.

Hakari não sabe como reagir a todo aquele afeto, mas ele se sentiu profundamente emocionado. Seung foi o melhor amigo que ele ja tivera, e é um verdadeiro pai para ele. Hakari tem uma admiração e amor profundo pelo velho Seung, e este nutri os mesmos sentimentos por Hakari. Ao lado de Seung e Min-ji, Hakari se sentia verdadeiramente seguro, e graças a eles, ele estava conseguindo perdoar o seu eu do passado e buscar ser alguém melhor. De repente, dois soldados chineses entram no restaurante: eram aqueles que cobravam tributos de Junghoon, que vieram pela última vez no mês anterior. Ambos vão em direção do balcão e pedem para chamar Junghoon. "Boa tarde, chefia. Hoje vamos direto ao ponto por que tivemos um verdadeiro dia de merda. Ta com a grana?"; Junghoon hesita em falar, mas logo diz: "Distintos cavaleiros, infelizmente não tenho possibilidades de pagar por seus serviços hoje... infelizmente ocorreram algumas situações e... bom, perdi cerca de 70% das minhas economias. Mas prometo que pagarei o dobro no mês-", o soldado empurra a cabeça de Junghoon no balcão, quebrando o seu nariz. E enquanto caído no chão, Junghoon era constantemente chutado pelos dois soldados.

Hakari dá um passo para frente, furioso, mas Seung segura em seu braço, o impedindo, e fala aos agressores: "Vocês não vão conseguir dinheiro algum atormentado esse homem, é ilógico. Ele é um homem de palavra e vai cumprir com sua promessa, vocês receberão até o triplo, eu irei contribuir... por mais que tenha jurado a mim mesmo nunca me render a reles criminosos. Deixem ele em paz e vocês receberão muito mais do que nos últimos meses". Os soldados se enfureceram, mas aceitaram a proposta, e logo deixaram o local. Min-ji rapidamente levou seu pai para o hospital. "Você podia ter feito alguma coisa, igual aquela vez... do nada ficou covarde?", perguntou para Hakari, em tom sarcástico, Jong-su. Hakari sentiu essas palavras afiadas fundo em seu coração, por que, no fundo, ele concordava com o jovem, mas logo Seung tomou a palavra: "Se agirmos da mesma forma que eles, o que irá nos diferenciar? As vezes, a escolha mais fácil é a errada a se tomar, meu neto... por favor, pense nisso". Jong-su nada respondeu, pois respeitava muito seu avô, então, apenas ficou calado e se retirou. "Não sei por que ele se importa tanto... ele definitivamente não demonstra esse interesse todo pelo pai dele no dia a dia", resmungou Hakari. "Os jovens passam por essas fases, Hakari, é normal. Ele já foi um garoto muito gentil, e sei que ainda o é... ele ama o seu pai e sua família, apenas está em um período conturbado", responde calmamente Seung. Hakari sorri: "É, meu amigo, eu ainda tenho muito a aprender com você... muito mesmo. Obrigado por todos os seus ensinamentos, meu velho". Seung e Hakari riem e logo mudam de assunto.

A noite chegou, mesmo com o incidente, Min-ji diz que ainda quer ter o encontro com Hakari, então ele se arruma ansiosamente para isso. Seung o empresta suas roupas mais finas e respeitosas para ele vestir, e Hakari aceita de bom grado. Pouco antes de sair da porta para sair, ele olha para trás e pensa: "Obrigado, Seung... obrigado por ser meu melhor amigo que nunca tive, e obrigado por ser um pai que eu nunca tive", mas ele não consegue. Ao invés disso, diz: "Melhor não ficar até tarde me esperando, velho", e os dois dão risada. "Vá com Deus, Hakari. Apenas seja você mesmo e tudo ficará bem"; Hakari acena positivamente com a cabeça e parte para seu encontro. Hakari e Min-ji se encontram em um restaurante de grife da cidade, e apesar de terem gastado uma quantia considerável de dinheiro, eles não se importaram, pois tiveram a melhor noite de suas vidas. Hakari sentia que havia encontrado alguém que realmente o amava por ele ser quem ele era, e Min-ji se sentia da mesma forma. Eles passaram horas conversando e rindo, mal se podia reconhecer Hakari naquele momento, ele estava diferente de tudo o que já fora em sua vida até agora: verdadeiramente feliz. Após algumas horas, eles decidem que já está muito tarde, e após um beijo de despedida, ambos voltam para suas casas. Hakari retorna para a casa de Seung extremamente empolgado e com um grande sorriso no rosto, pois ele estava determinado a contar a seu amigo que ele iria pedri Min-ji em casamento. Chegando em casa, ele nota que a porta estava aberta, mas não dando muito interesse para isso, logo entra: "Velho, cheguei! Tenho ótimas novidades", ele dizia com um grande sorriso, mas ao atravessar o corredor, ele se depara com um corpo, já morto, estirado no chão, e era o corpo de Seung. Notava-se várias feridas de facadas nas costas, e um bilhete ao lado do seu corpo, escrito: "Se não nos pagarem o triplo, a próxima vítima será a filhinha do papai". Tudo ao redor de Hakari se torna preto, ele somente consegue enxergar o corpo daquele homem que ele queria chamar de pai totalmente desfalecido no chão. Naquele momento, mais uma vez, Hakari havia abandonado toda a sua esperança, e havia abandonado sua humanidade por completo. Naquele momento, não havia nenhum homem ali... somente uma besta, e essa besta queria sangue.

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