Capítulo XI.

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Hakari carrega Si-u de volta para a casa principal, e enquanto esperam ele acordar, amarram todos os ladrões para que não fujam. Depois de algum tempo, Si-u acorda, e Hakari juntamente de Kenji explicam toda a situação para ele, que se enche de fúria: "Você... eu te dei comida, te dei um trabalho... e você me trai assim? Seu merda! Ameaçou a minha família!! Você merece a morte, seu lixo!", Hakari se ajoelha na frente de Si-u e abaixa sua cabeça perante ele, uma posição que indica que ele estava implorando por perdão: "Por favor, senhor Si-u, perdoe o Kenji. Ele fez algo terrível, e você tem todo o direito do mundo para estar com raiva... mas eu sei que eu posso ajudá-lo a mudar, eu sei disso por que ele é exatamente como eu fui há pouco tempo atrás... ele é meu irmão, e eu assumo toda a responsabilidade pelo o que ocorreu aqui hoje"; "não!", interrompe Kenji, também fazendo a mesma posição de perdão, "a responsabilidade é completamente minha. Eu sou um lixo mesmo, eu sei que errei completamente com você e sua família... eu sou menos que um verme... eu não mereço o seu perdão, mas meu irmão sim. Por favor, não o culpe, somente a mim".

"Você, Hakari... eu confiei em você, mas depois de hoje... eu acredito que você seja uma pessoa boa, realmente acredito... mas não posso mais confiar em você... eu não consigo. Você salvou a minha família e a vida de meu filho, não pense que não sou grato por isso. E é somente por isso que eu não irei entregar esse pedaço de lixo para a polícia, deixo ele em suas mãos, mas acho bom você e ele ficarem bem longe de mim e da minha família a partir de hoje. Eu nunca mais quero ver a cara de vocês de novo. Então sumam... por favor", respondeu, consternado, Si-u. Hakari e Kenji agradecem a Si-u, e logo vão embora de lá com o cavalo.

"Você... vai contar para a Min-ji?", pergunta Kenji; "Vou, não esconderei nada de minha mulher... assim como também não esconderei o fato de que agora você é meu irmão, e que eu o acolherei para sermos melhores, juntos", responde Hakari. E assim foi feito, Min-ji ficou completamente aterrorizada, mas depois de longas conversas, onde Hakari finalmente revelou toda a sua verdadeira história com Kenji e tudo pelo o que eles pssaram, Min-ji, se lembrando de como seu falecido avô Seung havia feito o mesmo por Hakari, acabou por aceitar as palavras de seu marido, e aceitou Kenji como parte de sua família.

Depois desse dia, Kenji e Hakari contaram toda a história que eles tiveram juntos para o restante da família, que, com muita dificuldade no início, perdoaram e aceitaram Kenji como membro da família. Kenji se mostrava verdadeiramente arrependido de todos os seus pecados, e queria ser melhor, e foi isso que fez com que ele fosse aceitado na família. Hakari e Kenji foram trabalhar no restaurante de Junghoon, enquanto não tinham emprego novo, e por lá ficaram por alguns meses.

Certo dia, estavam Hakari, Kenji e Minho na praia, tentando pescar peixes para o restaurante de Junghoon, mas, como de costume, não estavam conseguindo pescar nada. "É, definitivamente somos terríveis nisso... o Minho é o melhor aqui de nós, e isso é preocupante", disse Kenji. Hakari ri: "Bom, pode incluir pescaria na lista do que não sabemos fazer... mas eu gostaria de começar a preencher a lista do que sabemos fazer". "Bom", continua Kenji, "unicamente sabemos socar, as vezes até nós mesmos... não há utilidade alguma nisso"; então de repente Hakari tem uma ideia: "É exatamente isso... só que o contrário. Nós poderíamos ensinar as pessoas a não lutarem, ao ensina-las a lutar."; Kenji, visivelmente confuso, responde: "Irmão, não quero te desanimar nem nada do tipo, mas... isso não faz o menor sentido". "Pense bem, Kenji. Se ensinarmos uma pessoa a como se defender perfeitamente, ela poderá evitar, sempre que possível, uma luta, pois saberá lidar com a situação de maneira mais fria e com menos violência, diferentemente de alguém que não sabe lutar e faz de tudo para defender sua vida, mesmo que seja matando o seu agressor. Se fizermos isso corretamente, poderíamos ensinar a arte de não lutar, ao ensinarmos todas as táticas de luta possíveis".

Kenji ainda estava um pouco confuso, mas ele não conseguiu esconder o seu entusiasmo com a ideia: "Olha, é algo muito arriscado... pode acabar dando muito errado. Mas, se der certo...poderíamos espalhar uma filosofia de vida para os cidadãos... a nossa filosofia de vida, sobre violência ser sempre o último recurso, e jamais ser usada em excesso"; "Exatamente, agora você entendeu", respondeu Hakari. Ambos se entreolharam por alguns segundos em silêncio, não havia mais necessidade de palavras, os dois já estavam decididos. Assim como selaram sua irmandade, eles apertam suas mãos, sabendo que a partir daquele momento seu sonho de dias de paz havia dado seu primeiro passo.

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