Capítulo XII.

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5 anos se passaram.

Vemos uma escola de artes marciais lotada em uma pequena cidade do interior da Coreia. Nesta escola, além de aprenderem na prática como executar tais artes marciais, também haviam aulas teóricas onde se eram ensinadas a filosofia e experiência de vida dos co-fundadores de tal escola: Kenji e Hakari. Eles finalmente estavam colocando em pratica o seu sonho, e por mais que não acreditassem que iria atrair um publico tão grande, a escola de artes marciais e filosofia pacífica que fora inventada por eles estava fazendo grande sucesso pela região.

Além de disseminar sua filosofia de violência em apenas ultimo caso, através de sua escola, Hakari e Kenji conseguiram mudar a mentalidade daquele povoado onde viviam, conseguindo, inclusive, a desfazer a maior parte das gangues que atuavam na região, trazendo diversos ex-membros de gangues para sua escola e filosofia, uma vez que eles em muito se identificavam com a história de vida dos dois japoneses.

Aqueles que antes fizeram da morte e violência a sua forma de viver agora estavam usando de suas experiências para justamente evitar isso. Ambos estavam extremamente felizes com os resultados, haviam finalmente alcançado seus sonhos. Hakari continuava tendo uma ótima vida com sua familia, e todos ja haviam aceitado Kenji como parte dela também. Graças a Hakari, Kenji pode ter uma segunda chance, e ele jamais esqueceria isso, o sendo grato pelo resto de sua vida. Os dias na cidade passavam rápidos, todos estavam muito felizes.

Era uma segunda-feira ensolarada, Hakari acordou feliz, como de costume. Os pesadelos não mais assombravam ele, contudo, apesar de estar muito feliz e em paz, ele sentia que ainda havia um pequeno vazio dentro de si, algo que faltava para ele, mas não sabia dizer o que seria. "Bom dia, querido", min-ji cumprimenta seu marido com um beijo, "Bodia papai!!!", Hana, a pequena filha de 4 anos do casal, pula nos braços de seu pai. "Ei, ei, vai com calma, Hana. Assim você vai quebrar o papai com tanta forca, você já esta ate com os bracinhos mais fortes que os meus", disse Hakari. Ele e sua filha então começam a fazer flexões com os braços, como se estivessem em um concurso. Min-ji ri, "essa é filha do pai mesmo, bobona igual ele". Hakari toma seu cafe da manhã, se despede de sua família, e logo parte para a escola para encontrar Kenji.

Chegando lá, ele vê Kenji, parado em frente à porta, com uma cara perplexa. "Bom dia, irmão. O que foi, por que essa cara?", perguntou. "O novo imperador do Japão está pensando em declarar guerra contra a península coreana, Hakari...". O japonês de olhos roxos demorou para assimilar aquela informação, ele estava tentando entender se tinha escutado corretamente. "Guerra... ? Não... meu Deus...", Kenji conta que acabou de descobrir isso pelas noticias que foram transmitidas pelo imperador coreano ao seu povo, logo após ele fracassar em suas negociações de paz com o imperador japonês, esse que era um jovem chamado Hoshikawa, e pretendia transformar a Coreia em uma colônia japonesa. Hakari então começa a ter dores de cabeça enquanto se lembra da ultima guerra que participou, na China, e na quantidade de mortes que foram provocadas, principalmente por ele. Ele olha para suas mãos e vê todo o sangue que fora derramado por ele nelas, suas mãos começam a tremer, até que Kenji o traz de volta para a realidade, colocando a mão em seu ombro: "Hakari, calma, respira. Eu sei que isso lhe pegou desprevenido... a mim também. Mas ainda não é o fim, ele pode mudar de ideia... eu rezo para que alguém bote juízo na cabeça desse moleque...", então Hakari compreende qual seria o seu papel naquilo tudo.

Naquele momento, ele tinha certeza de que Deus estava lhe dando uma oportunidade de buscar redenção por seus atos: "Eu posso fazer isso, Kenji. O meu clã já foi minha influente nas decisões do imperador... como membro, e tecnicamente lider do clã, eu posso tentar ajudar de alguma forma a fazer com que o imperador mude de ideia e desista da guerra... eu preciso fazer isso. Eu cometi diversos erros em minha vida, e a maioria deles foi em meu país de origem. Agora eu tenho a chance de tentar consertar as coisas, e mesmo que não consiga, é minha obrigação tentar". Kenji repetiu diversas vezes que isso seria loucura, que se ele pisasse no Japão ele seria preso pelos crimes que havia cometido, mas Hakari apenas responde: "Somente um tolo busca fugir de seu passado. Se isso tiver que acontecer para que eu alcance a paz, então que seja". Kenji olhou fundo nos olhos de seu amigo e viu que ele falava sério. Não havia como mudar a cabeça de Hakari, sendo assim, ele diz: "Então, meu irmão, eu irei contigo. O destino que você partilhar eu também irei".

Os dois estavam prontos para se sacrificarem em prol da paz daquele povo, em prol do sonho de ambos. Eles selam mais uma vez um aperto de mãos, apenas ressaltando que o que tivessem que passar, eles passariam por isso juntos. Hakari estava com muito medo de voltar para o Japão, mas não por medo de ser preso, mas por medo de encarar as pessoas que ele tanto atormentou no passado, pessoas que perderam pais, maridos, tudo por culpa dele e sua busca por vingança. Mas ele era um novo homem agora, diferente do covarde Hakari de antigamente, agora este novo Hakari era verdadeiramente forte. E agora, ele precisaria de toda sua força e destreza para parar essa iminente guerra, sem levantar seus punhos.

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⏰ Última atualização: Aug 10 ⏰

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