Espadas

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No alvorecer seguinte, Marinette despertou com o ânimo renovado. Os raios solares dançavam sobre as ondas, mas seu foco estava inteiramente dedicado ao plano que se desenrolava diante dela, um plano que envolvia o cativo charmoso que agora ocupava seus pensamentos.

— Bom dia, Alya! – Marinette sorriu afetuosamente para sua amiga, que trabalhava na preparação do café da manhã.

Alya ergueu as sobrancelhas diante da inesperada animação da capitã.

— Bom dia. – Alya soltou uma risada discreta. – O que aconteceu?

— Tudo! Absolutamente tudo aconteceu! – Marinette ampliou seu sorriso. – Hoje é um dia especial. – ela rodou o navio com os olhos – Onde estão todos?

— Na popa do navio. – Alya bufou. – Devem estar ouvindo Plagg contar suas histórias intermináveis de novo. Eu prefiro focar no café da manhã! Meu estômago não se alimenta de palavras.

Marinette deu de ombros e logo partiu em direção ao porão para cumprimentar o príncipe em seu primeiro dia a bordo do navio Miraculous. A jovem mal havia dormido a noite, a ansiedade dela contava cada clique do relógio ao lado da cabeceira da cama, fazendo Marinette esperar acordada pelo raiar do dia.

Enquanto isso, Adrien também enfrentava a noite mais longa de sua vida. Seus olhos, apesar de pesados, se recusavam a fechar por completo. A cada rangido da madeira, seu coração saltava em antecipação. Em um estado de vigilância constante, mal conseguia distinguir se a dor que sentia era resultado dos golpes que recebera ou da tensão muscular. Talvez os dois, pensou ele.

A refeição que Plagg tinha lhe dado havia sido deixada pela metade, pois as palavras ameaçadoras que ouvira do moreno na noite anterior ainda ecoavam em sua mente: "Não se acostume". Ele preferiu conservar parte do alimento, temendo não receber mais comida.

De repente, um ruído do alçapão o fez enrijecer no lugar.

— Bom dia, mimadinho!

A voz da linda pirata era inconfundível. Adrien soube no mesmo instante quem se aproximava, e ficou em sincera dúvida entre permanecer no lugar por curiosidade, ou se afastar a ponto de quase atravessar a parede.

— Veio para terminar o que começou? Ou está aqui apenas para exibir sua suposta misericórdia? – debochou Adrien, se arrependendo gradualmente conforme as palavras saíam de sua boca.

A capitã se sentou em uma caixa ao lado da cela, arrastando-a até que seus joelhos tocassem o metal frio das grades. Adrien engoliu em seco, mantendo o olhar firme e erguido, apesar da aproximação dela. No fundo, ele tremia com o tamanho da presença daquela mulher.

— Para alguém à beira da morte, você é ousado demais. Não tem medo?

Adrien ergueu o olhar até encontrar os olhos azuis de Ladybug. Por um mísero instante, Adrien sentiu as pernas se afrouxarem, mas não deixou transparecer.

Quanto menos uma presa fácil ele demonstrasse ser, menos iriam subestimá-lo, e então, consequente e esperançosamente, iriam respeitá-lo.

— Nunca. – Adrien declarou com determinação. – Sou o príncipe da França, o futuro rei deste reino. Acha mesmo que eu temeria uma pirata como você?

Sim, ele temeria. Mas jamais admitiria isso a ninguém.

A menina sorriu, como se tivesse lido as vibrações tensas de Adrien. Ela adorava que ele se sentisse assim.

— Não é necessário se auto afirmar, vossa Alteza, posso sentir o seu nervosismo com minha presença. – ela o estudou de cima abaixo, medindo cada centímetro de Adrien. – Mas não se preocupe, estou aqui com boas notícias.

Andando Na Prancha | Miraculous Ladybug AUOnde histórias criam vida. Descubra agora