Marinette se ergueu lentamente da cadeira, sentindo o peso da exaustão em cada músculo de seu corpo. Ela espreguiçou-se, tentando dissipar a rigidez que se acumulava durante sua noite de trabalho. Ao sair de seu escritório, Marinette deparou-se com um corredor vazio e silencioso, iluminado pela suave luz matinal que se filtrava pelas janelas.
No entanto, seus pensamentos foram abruptamente interrompidos quando ela deu de cara com Adrien, parado diante dela com uma expressão surpreendentemente séria em seu rosto.
Enquanto se encaravam, um silêncio carregado pairava entre eles. Marinette podia sentir o coração martelando em seu peito, enquanto Adrien mantinha seus olhos fixos nos dela, como se estivesse procurando por algo.
E então, como se uma faísca tivesse sido acesa entre eles, a lembrança daquele beijo voltou à tona, inundando suas mentes. Apesar de ter sido um gesto totalmente por necessidade, eles não conseguiam esquecer a sensação dos lábios um do outro, nem a estranha eletricidade que os percorreu naquele momento fugaz.
Mas porquê?
Ele era o cativo dela.
E ela era uma pirata.
Porque não conseguiam esquecer o sabor dos lábios um do outro, ainda tão frescos em suas mentes?
E assim, com o silêncio pesando sobre eles, ficaram parados, presos em um momento que parecia durar uma eternidade.
Adrien lutou contra a torrente de emoções tumultuadas que ameaçavam consumi-lo quando seus olhos se encontraram com os de Ladybug. Era difícil ignorar aquela sensação desconhecida que pulsava entre eles, uma força magnética que desafiava todas as regras e convenções que ele havia conhecido durante toda a sua vida como príncipe.
Aquela havia sido seu primeiro beijo.
Na verdade, desde que havia sido sequestrado, muitas coisas que aconteceram haviam sido suas primeiras.
A primeira surra.
A primeira refeição ruim.
A primeira vez dormindo no chão.
A primeira vez sendo xingado.
Ele se viu tomado por uma mistura de desejo e repúdio, dividido entre as sensações que aquela experiência havia lhe causado e a aversão profunda que seu treinamento como príncipe lhe ensinara a ter pelos piratas. Afinal, ela era a inimiga, a pirata que o havia sequestrado e acusado seu pai de crimes terríveis.
Adrien sabia que não podia permitir-se ceder a esses sentimentos proibidos, que qualquer aproximação com Ladybug iria contra todos os valores e princípios que seu pai lhe ensinara sobre os piratas.
No entanto, cada vez que seus olhos se encontravam, ele sentia uma faísca de calor percorrer seu corpo, uma chama que ele lutava de todos os jeitos para extinguir. Ele sabia que deveria repudiá-la, afastá-la de sua vida, mas uma parte dele não podia deixar de desejar a proximidade dela, a emoção que ela trazia para sua existência.
A personalidade da azulada o instigava de todas as maneiras possíveis. Adrien nunca tinha conhecido uma mulher com tamanha ousadia e beleza encapsuladas em um único corpo. Sua vida toda foi preenchida por pessoas vazias e robóticas, que seguiam as regras e os protocolos sem questionar.
Mas então, Ladybug surgiu como um furacão, derrubando todas as barreiras e expectativas que ele conhecia. Ela não se curvava diante de sua posição como príncipe, não o tratava com falsa reverência ou bajulação. Pelo contrário, ela o desafiava, o confrontava, e até mesmo o insultava. Ela não tinha medo de dizer o que pensava, de expressar suas opiniões com franqueza e coragem.
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Andando Na Prancha | Miraculous Ladybug AU
AventuraEm um mundo de oceanos revoltos e segredos, a capitã Ladybug ergue as velas do Navio Miraculous para desafiar o poder opressor do rei Gabriel Agreste. Porém, enquanto os ventos da revolução sopram, o pirata Hawkmoth busca despertar os Miraculous, cr...