Paris, 2 dias atrás
Caos. Essa era a palavra que Nino Lahiffe usaria para descrever o clima do palácio naquela manhã.
— O príncipe sumiu! Ele sumiu! — a voz vibrante e desesperada da governante real, Natalie, ainda ecoava pelas portas do castelo.
Era tudo culpa dele.
Se ele tivesse sido mais vigilante...
Nino se questionava se poderia ter antecipado os perigos que rondavam o príncipe naquela noite silenciosa. Questionava se suas decisões foram as certas, se deveria ter feito tudo diferente. Ele realmente era digno de ser o comandante do exército real e, acima de tudo, merecia verdadeiramente a confiança e a amizade do príncipe?
Com passos exorbitantes, Nino agarrou um dos guardas que estava no corredor pela gola, totalmente fora de si.
— Onde está o rei!? — questionou, fazendo o pobre guarda tremer diante dele.
— Eu... eu não sei! Deve estar em seus aposentos reais, Vossa Excelência!
Esbravejando, Nino soltou o soldado. O general ia saindo, estressado como um furacão, mas sentiu um peso na consciência que o fez parar subitamente no meio do caminho. Ele retornou até o guarda, que ainda estava petrificado pelo medo. Ficando de frente ao seu subordinado, Nino deu algumas batidinhas no uniforme, o qual antes havia amarrotado, na tentativa de desfazer o estrago.
— Mil perdões. — Nino disse ao guarda, comprimindo os lábios em um sorriso amarelo e dando um passo para trás. — Está sendo uma manhã difícil.
Sem mais justificativas, Nino marchou em direção ao quarto de Gabriel Agreste. Embora fosse o melhor amigo de Adrien, Nino não suportava Sua Majestade. Obviamente, nunca teve coragem de demonstrar isso ao príncipe. Mas o general sentia que o rei era rigoroso demais com Adrien, sufocando-o com tarefas e expectativas diante de seu futuro como herdeiro do trono muito mais do que o necessário. Embora Adrien nunca tivesse expressado seus sentimentos em voz alta, Nino sabia que o amigo estava sobrecarregado. Era nítido, pois, para Nino, um olhar de Adrien valia mais do que mil palavras.
Nino bateu três vezes na porta dos aposentos de Gabriel Agreste. Não esperou resposta para escancarar a porta, dando-se de cara com o rei analisando uma pilha de papeladas sobre a escrivaninha de madeira maciça.
— Mas o que é isso!? — Gabriel falou indignado, batendo os papéis na mesa.
— O príncipe desapareceu.
O rei permaneceu estático por um instante, absorvendo a informação com calma.
— Sabem se ele fugiu? — voltando o corpo devagar em direção à mesa, Gabriel alinhou os papéis um sobre o outro, guardando-os dentro de uma gaveta com chave.
— Não creio que Adrien tenha fugido. — Nino franziu o cenho, observando os movimentos de Gabriel. — Apesar de eu ter o poder legal de impedi-lo, sou amigo do príncipe. Ele teria me avisado se tivesse intenções de desaparecer. E Adrien, graças à sua criação, é a pessoa mais responsável que eu conheço. Ele não faria isso.
O rei, após trancar a gaveta e guardar a chave em seus bolsos, finalmente fitou os olhos do general.
— Ache meu filho. – ordenou.
Nino, erguendo o queixo determinado, afirmou:
— Nem que seja a última coisa que eu faça. — O jovem estufou o peito, aceitando a missão como se fosse seu destino.
— Ótimo. — Gabriel concluiu, juntando as pontas dos dedos em frente ao rosto ao suspirar alto. — Reúna meus homens. Saiam em sete barcos e naveguem durante sete dias. Um barco para cada um dos sete mares do mundo. Não descansem até encontrarem o príncipe.
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Andando Na Prancha | Miraculous Ladybug AU
AdventureEm um mundo de oceanos revoltos e segredos, a capitã Ladybug ergue as velas do Navio Miraculous para desafiar o poder opressor do rei Gabriel Agreste. Porém, enquanto os ventos da revolução sopram, o pirata Hawkmoth busca despertar os Miraculous, cr...