Enquanto avançavam pelos corredores úmidos e escuros da antiga Atlântida, Adrien e Marinette encontraram uma sequência de armadilhas, cada uma mais engenhosa e letal que a anterior, que transformava cada passo em um risco calculado.
Além do corredor onde as paredes contavam os segundos para espremê-los, a dupla atravessou um campo traiçoeiro de conchas venenosas, que disparava dardos a cada mínimo toque. Em seguida, foram surpreendidos por uma sala que se inundava sem aviso, obrigando-os a nadar freneticamente para escapar.
E, quando finalmente pararam para recuperar o fôlego, Marinette se permitiu observar Adrien ao seu lado, os dois jogados no chão frio e úmido, exaustos, mas vivos.
Seus corpos ainda tremiam com a emoção, cada célula em alerta, pronta para o próximo movimento.
Ela se virou, estendendo a mão até o braço dele, sentindo a pele quente e pulsante sob seus dedos.
— Adrien, você está bem? — sua voz saiu entrecortada, trêmula, mas carregada de um cuidado que ela raramente demonstrava a ele.
Ele permaneceu em silêncio por um instante, os olhos fixos no teto do túnel, como se estivesse preso em um transe. Marinette franziu a testa, apertando o braço dele com mais força, tentando trazê-lo de volta.
— Ei! Terra para o mimadinho. Você está respirando? — insistiu, misturando preocupação e uma pitada de irritação, abanando a mão em frente ao rosto angelical do loiro.
Adrien piscou, como se despertasse de um sonho, e algo em sua expressão mudou. O que parecia pânico transformou-se em uma risada baixa, rouca, que foi crescendo até se tornar uma gargalhada ofegante e quase histérica.
Marinette o encarou, atônita.
— Adrien... você está rindo? — ela perguntou, sem acreditar.
Ele se virou para ela, os olhos brilhando, ainda ofegante e rindo.
— Eu... acho que sim. — ele levou a mão ao peito, tentando acalmar o riso. — Eu nem sei como descrever isso, Marinette... — Ele fez uma pausa, buscando as palavras. — Eu nunca me senti assim antes. Nunca me senti tão... vivo.
A pirata estreitou os olhos, ainda confusa.
— Vivo? Nós quase fomos picados por dardos, esmagados por paredes e afogados. E você chama isso de... "vivo"? — Marinette o olhava incrédula, tentando entender a leveza no rosto de Adrien.
Ele deu de ombros, um sorriso ainda moldando seus lábios, ofegante, mas sem perder a tranquilidade que, naquele instante, beirava o absurdo.
— Minha vida inteira fui protegido. Cada passo meu era supervisionado, cada movimento calculado para evitar o menor risco. — ele pausou, o olhar distante, buscando a palavra exata. Então, uma risada curta escapou de sua garganta. — Nunca senti essa... adrenalina. Nunca soube o que é estar a um passo do perigo, do desconhecido. Ter o coração batendo por algo que é real.
Marinette balançou a cabeça, absorvendo cada palavra com um misto de incredulidade e empatia.
— Então, enquanto eu já estava aceitando que íamos morrer hoje, você estava... se divertindo?
Ele assentiu, rindo novamente, como se finalmente pudesse compartilhar esse sentimento inexplicável.
— Sei que parece estranho, mas é a primeira vez que me sinto assim. Como se cada segundo importasse. É engraçado, mas acho que gostei da ideia de lutar por algo, de sobreviver.
Ela o observou por um instante, estudando a sinceridade em seu olhar. Uma faísca de algo novo cintilou nos olhos dela, e um sorriso cansado, porém genuíno, escapou de seus lábios.
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Andando Na Prancha | Miraculous Ladybug AU
AdventureEm um mundo de oceanos revoltos e segredos, a capitã Ladybug ergue as velas do Navio Miraculous para desafiar o poder opressor do rei Gabriel Agreste. Porém, enquanto os ventos da revolução sopram, o pirata Hawkmoth busca despertar os Miraculous, cr...