CAPÍTULO QUATRO

403 16 0
                                    

Um arco-íris é composto por sete cores no total, eu poderia facilmente citar todas as cores
nele compostas, entretanto, a minha mente poderia facilmente confundir o seu nome com
uma das sete cores. Porque a única coisa que está passando pela minha cabeça nesse
momento é a sensação adocicada em pronunciar o seu nome, que por tanto tempo deixei dizer .Pondo as mãos nos bolsos do casaco ele sorriu de lado ao me ver corar totalmente, claramente minhas pernas bambearam e a vontade de pular em suas costas como a três anos atrás cresceu
infinitamente. A vontade foi tanta que pude ouvir a voz de Riley gritar em meu ouvido
"Olha a sua dignidade, mulher!"
Pisquei algumas vezes enquanto o encarava mexer em algumas folhas no balcão e por fim
atravessá-lo, me dando uma visão perfeita de como o seu físico mudou, talvez não tenha sido tanto. Ficamos muito tempo sem nos ver desde que eu e Zay começamos a namorar e todas as vezes em que a sua imagem vinha a minha mente era a mesma de quando o vi pela última vez
-Vamos..
Me mantive em silêncio absorvendo aquela situação deveras constrangedora, enquanto
descíamos as escadas algumas pessoas passaram o cumprimentando. Josh estava poucos passos à minha frente, pude vê-lo me encarar por cima dos ombros algumas vezes, o que me fez parar de admirá-lo achando que estava fazendo isso secretamente
-Onde está a Riley?
-Como sabe que ela também está aqui?
Me olhando como se fosse óbvio eu ergui as sobrancelhas escondendo os lábios, as vezes eu me esqueço de que ele é tio da minha melhor amiga
-Tio Josh, às vezes eu me esqueço desse detalhe
Seus passos largos se estendiam por todo o campus, a grama estava repleta de alunos, grupos
totalmente fechados e outros diversificados. Nunca pensei que precisaria estar em um grupo com
características únicas, como um grupo Acapella onde todos sabem cantar ou um grupo de
pessoas amantes da tal plantinha verde que jamais entendi o seu real significado, mas ouvimos
falar constantemente por algumas pessoas desde que entramos na fase acadêmica de nossas vidas. Talvez eu faça parte do grupo diverso, afinal, todos os meus amigos possuem as suas próprias
personalidades e claramente não nos identificamos tanto assim uns com os outros. Suspirei
desviando minha atenção dos alunos a minha volta, estávamos nos afastando de toda aquela
multidão, me encarando outra vez ele parou de andar e me obriguei a fazer o mesmo
-Por que parou?
-Para ficar ao seu lado, você anda muito devagar Hart
-Pode não ter percebido, mas as minhas pernas são bem curtinhas -Falei apontando para as
mesmas -Onde estamos indo?
-Vou mostrar você as partes privadas do campus, onde ainda não estão abertas -Assenti que sim
com a cabeça voltando a encarar o nada, na esperança de que essa sensação suma -Como você
está? Faz bastante tempo desde que nos vimos pela última vez
-Três anos.. -Assentiu ficando em silêncio -Mas e o seu colega de quarto? -Josh me encarou com
as sobrancelhas franzidas -Você sabe, ele ainda fala chulupalup depois de todas as frases?
Sem se conter o moreno ao meu lado ergueu a cabeça soltando uma gargalhada, meus lábios se
esticaram em um sorriso e antes que ele percebesse o quão eu estava focada em seu maxilar eu
encarei os meus pés
Meus Deus, você é comprometida!
-Você se lembra disso?!
-Claro, foi você quem disse e eu lembro de tudo que você diz
Falei sem pensar, quando o mesmo ficou em silêncio com um sorriso e as sobrancelhas
franzidas assim como sempre estivera nas vezes em que conversou comigo eu percebi ter falado
besteira. Depois de alguns segundos em silêncio decidi tentar acabar com o clima constrangedor
-Mas então, você não me respondeu
-O que?
-Ele ainda fala ou não?
-A sim, não ele saiu da faculdade -Falou desviando o olhar -Agora eu divido o quarto com um
cara que cheira a meias sujas e batatinhas
Foi a minha vez de gargalhar
-Minha nossa, você não tem sorte mesmo
-A sua colega de quarto foi legal com você? Alguém te incomodou?
-Não, a Hanna é uma pessoa simpática. Riley que está tendo uma crise por que a colega de quarto dela é alguma menina gótica... ou ela saiu de um programa de televisão em preto e branco
-A colega de quarto dela é a Wednesday
Outra risada me fugiu
-Pode-se dizer que sim
Josh parou destrancando uma porta e mostrando o ginásio que por sinal era imenso, meus olhos
passearam por todo o lugar antes de voltar ao seus olhos, percebendo estar me admirando ele
desviou o olhar coçando atrás da cabeça. Me limitei a sorrir nasal enquanto passeava pelo local,
apesar de não cursar algo que me obrigue de certa forma a usar o ginásio, ele é disponibilizado
aos alunos em caso de feiras acadêmicas e dentre outras coisas mais
-O que achou?
-É bonito, e três vezes maior que o do colégio
Falei com um sorriso
-O que mais vamos ver? Além de um ginásio vazio
Sorrindo o mesmo se virou
-Vem
Caminhamos mais um pouco, havia uma grade com uma placa presa a ela dizendo que não
deveria ser ultrapassado por pessoas não autorizadas, no entanto o moreno ao meu lado puxou a
grade estendendo a mão para que eu passasse. Normalmente eu não faço esse tipo de coisa, por
que a Riley sempre está lá para me impedir, no entanto ela não está aqui e olhando em volta não
parece ter mais ninguém além de nós
O encarei uma segunda vez antes de suspirar e atravessar a grade
-Eu vou me arrepender disso, não vou?
-Fique tranquila, não estamos cometendo nenhum crime
-Não é o que aquela placa ali está dizendo
-Não seja rabugenta, onde está a Maya que saiu tarde da noite para invadir a minha primeira festa
na faculdade?
-Ela caiu em um poço -Seus olhos recaíram sobre mim e eu sorri -Mas ela não morreu, só está
presa lá embaixo, depois ela sai
Apressando os passos ele subiu aquela rampa de grama e terra me fazendo quase correr para
conseguir acompanhá-lo. Depois de uma subida de quase dois minutos ele parou em cima da
construção, apoiei as mãos no chão tentando subir sem que o meu traseiro ficasse todo de fora graças a minha linda saia.
Notando a minha dificuldade ele segurou em meus braços me puxando para cima, cambaleei
encarando toda aquela vista esplêndida de uma manhã ensolarada. Estava próximo ao horário de
almoço e o sol brilhava no alto do céu, toda a vista do campus podia ser admirada de lá, um lugar
de tranquilidade.
Uma borboleta alaranjada e para mim, única, pousou em seu ombro me fazendo levar meus
olhos até o mesmo. Josh segurou as asas da borboleta, ergueu minha mão no ar e a colocou em
meu dedo, fiquei a admirando por um tempo. Suas asas bateram na direção de meu rosto me
fazendo fechar os olhos forte, o inseto passou por mim e com um sorriso eu o encarei
-Por que viemos aqui? Não parece fazer parte do tour
-E não faz, mas é um tour especial, você sabe.. para uma garota especial
-E essa garota sou eu?
Perguntei melodramática
-Sim Maya -Sorriu outra vez -É você
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa alguém gritou pouco abaixo de nós, um guarda
do campus estava com sua blusa pouco apertada na barriga e as mãos na cintura enquanto nos
repreendia. O homem começou a subir fazendo com que Josh segurasse em minha mão e me
puxasse para fora de lá, corremos na direção contrária dele e em segundos o moreno pulou a
grade
O encarei com as sobrancelhas franzidas ainda do outro lado, não era mesmo possível ele achar
que eu conseguiria pular, pelo menos não sem rasgar a minha saia.
-Anda logo Maya!
Bufei começando a escalar, graças a minha demora, quando eu finalmente atravessei o guarda
já havia dado a volta uma segunda vez e nos alcançado do lado de fora, continuamos a correr
desesperadamente. Minhas costas suadas enquanto Josh me arrastava pelas calçadas do campus,
na direção de uma escada larga e de encontro a uma fonte enorme ele acelerou os passos
-Josh os pombos!
Gritei na intenção de fazê-lo parar, mas o mesmo apenas sorriu indo na direção daquelas aves
que estavam em uma quantidade completamente absurda. Assim que começamos a passar por
elas, todas em união bateram suas asas tampando a minha visão, ergui a mão livre na frente do
rosto evitando que uma delas me acertasse bem no nariz
E sem que eu esperasse, Josh me abraçou pela cintura a fim de amenizar a minha queda, nossos
corpos colidiram com a água fria da enorme fonte. Me sentei o encarando que estava com sua
camisa branca agora transparente, e ainda bem que a minha saia é em tom creme, me impedindo de ficar pagando qualquer vexame
O homem estava no alto das escadas com as mãos apoiadas na cintura enquanto tentava ganhar
fôlego, nos levantamos e continuamos a correr. No caminho ele me puxou para um beco colando
minhas costas contra a parede, no lugar totalmente apertado eu podia sentir a sua respiração
sobre o meu nariz, mas ao contrário de mim os seus olhos estavam no homem ao final da rua nos
procurando
Apesar dos olhos estarem longe de mim, as suas mãos pressionavam de leve a minha cintura,
isso é muito errado. Alguém me tira daqui, pelo amor de Deus
-Está bem.. -Falou cansado -Ele foi embora, não vai mais nos encontrar
-Eu não acredito que me fez cair em uma fonte, fugir de um guarda e quase ser assassinada por
pombos
-Não seja rabugenta Hart
Agora sim, nesse momento nossos rostos estão próximos demais e seus olhos recaídos sobre os
meus lábios. Eu preciso fugir
-Estou fome
-Vamos almoçar então, eu também estou faminto
Assim que ele saiu da minha frente um alívio me percorreu, suspirei o seguindo pela calçada,
paramos frente a uma lanchonete. Encarei a logo esperando que o mesmo entrasse, aquele sino
no alto da porta soou me fazendo voltar minha atenção ao que estava fazendo, o encarei antes de
entrar e por fim me sentar em uma das mesas esperando pela garçonete com o nosso menu
Logo depois de anotar os nossos pedidos ela jogou o seu rabo de cavalo para o lado sorrindo
largamente, aquilo era novo para mim, completamente envergonhado ele me encarou segundos
antes da menina se pronunciar
-Vocês são um casal? Não parecem ser
Sutil moça, muito sutil
-Nós..
-Na verdade sim, nós somos
Me interrompeu se mantendo sério, assentindo que sim a mulher sorriu pouco envergonhada e
se retirou da mesa. Encarei o mesmo que estava lendo algo em seu celular, depois se recostou na
cadeira e me encarou de braços cruzados
-Por que disse aquilo?
-O que?
-Que somos um casal, por que disse aquilo?
Apoiando os antebraços na mesa ele franziu as sobrancelhas passando a mão na parte detrás de
seu cabelo, logo voltou a me encarar
-Ah, aquilo.. Eu só não queria que ela ficasse perguntando as coisas quando me visse aqui, agora
ela vai pensar que tenho namorada e não vai mais incomodar
Antes que eu pudesse responder outra garçonete apareceu com os nossos pedidos, comemos
antes de voltarmos ao campus, no caminho frente a entrada principal todos os meus amigos
estavam de pé conversando entre si. Pareciam preocupados, assim que os olhos de Lucas
recaíram sobre mim ele suspirou aliviado indicando para mim com o dedo
Riley me encarou e caminhou em nossa direção, todos caminharam em nossa direção, parados
nós esperamos que aquela expressão de confusão sumisse da cara deles. Mas ninguém escolheu
disfarçar quando nos viram juntos
-Tio Josh?
-Riley!
-O que faz aqui?
-Eu estudo aqui Riley -Com as sobrancelhas erguidas todos mostraram se lembrar do que eu
tinha certeza de que tinham se esquecido.
Desde que entramos todos na mesma faculdade e ninguém, por mais incrível que parecesse,
ninguém havia tocado no nome dele, eu sabia que não se lembravam que o mesmo estava
estudando nela ainda, e continuaria conosco durante um ano inteiro. Fiquei em silêncio com as
mãos atrás das costas
-Estávamos procurando você, o horário de tour tinha acabado e você não atendia o telefone
Me lembrei de meu aparelho agora encharcado com água, o ergui encarando Josh
-Não é aprova d'água?
-Não..
Falei encarando a tela preta
-Por que estão molhados?
Amiga, você faz perguntas demais
-Nós estávamos fazendo o tour pelo campus quando acidentalmente caímos em uma fonte, mas
estamos bem, eu preciso ir me trocar antes que eu fique doente
Encarei aqueles olhos castanhos, meu namorado estava sério, com o maxilar trincado e as mãos no bolso claramente não gostando nem um pouco daquilo. Desviei meu olhar do seu e antes de
entrar eu encarei Josh por cima do ombro
-Obrigada pelo tour
Assentindo com a cabeça ele sorriu sem mostrar os dentes, voltei a dar as costas para todos ao
pé da escada e caminhei até o meu dormitório.

CONTINUA 😚🤍

A longo prazo. o fim do acordo Onde histórias criam vida. Descubra agora