CAPÍTULO SETE

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Essa manhã começou turbulenta, eu não estava segura antes de vir para a faculdade e agora com todas essas pessoas me vendo caminhar ao lado do rapaz genuinamente cobiçado, eu
tenho em mente que todo o meu alarme precoce serviu de alguma coisa. Afinal de contas eu
estava certa, não vai ser nada fácil essa adaptação. Josh uma vez disse que pensaríamos estar
prontos para a vida acadêmica, mas eu meu caro, estava ciente da minha trilha tortuosa e
complicada
Por que a vida é assim comigo, sempre me trazendo chuvas de desafios pelo caminho, e eu até
que estou acostumada a viver dessa maneira, lutando todos os dias para ficar de pé.
-Você falou que não somos próximos, o que te faz pensar isso?
-Ficamos bastante tempo sem nos falar, acho que isso pode ter nos afastado, não nos conhecemos
tanto quanto conhecíamos antes
-Acha que não te conheço?
O encarei antes de responder
-Talvez não como a três anos atrás, não acho
-Mas você ainda deve saber tudo sobre mim
-Acho que não
Falei o provocando, indo na minha onda ele parou a minha frente completamente ofendido,
ergueu uma de suas sobrancelhas e encarou os meus olhos. Ele não vai me fazer corar, eu tenho
total controle sobre o meu corpo e nada pode mudar isso
Eu costumava mentir melhor, por que assim que ele apoiou seu dedo indicador sobre o meu
queixo e o ergueu de leve estando próximo demais eu senti minhas pernas fraquejarem e meus
olhos me traíram caindo sobre os seus lábios
-Está mentindo para mim Maya?
-Eu não sei, você disse que me conhece, então me diz... Estou mentindo para você Josh?
Ele assentiu que sim cutucando a ponta de meu nariz e se afastando com um sorriso, percebi
estar cometendo outro erro quando vi que as meninas me encararam com sorrisos maliciosos.
-Tudo bem, eu preciso ir para minha aula ou vou me atrasar
-Não achei que fosse o tipo de pessoa que chega no horário certo das aulas, não era você que
tinha alergia a estudos?
-Não quando se trata de arte, sou dependente da química dela.
-Até mais meninas
-Tchauzino lindo!
-Smackle!
A mesma deu de ombros arregalando os olhos e se virando para subir as escadas, acompanhei
as mesmas na caminhada. Bianca e eu seguimos para a nossa segunda aula, visto que cursamos a
mesma coisa e temos nossas grades iguais.
Durante a nossa caminhada nós esbarramos com as mesmas meninas do refeitório que para a
nossa tristeza nos acompanharão em todas as aulas durante longos três anos. A dos cabelos
negros longos que eu ainda não sei o nome parou outra vez nos embarreirando
-Muito obrigada sua nanica, agora as veteranas estão caçando a gente por sua causa!
-Com qual de nós você está falando?
Perguntou Bianca me fazendo sorrir, eu ainda não tinha percebido a sua estatura diminuta tal
como a minha, talvez tenhamos até mesmo alturas iguais. Aborrecida a garota jogou seu cabelo
por cima dos ombros
-Quando eu quiser dar uma visitinha ao hotel Transilvânia eu falo com você, mas agora eu quero
um esclarecimento da menina loira aqui
-O que você quer? Eu não fiz nada para você, nem mesmo conheço nenhuma veterana
-Não?
Perguntou irônica
-Engraçado por que elas conhecem você, e com as palavras que elas usaram conhecem a bastante
tempo..
Franzi o cenho confusa, não sei de quem ela está falando
-Elas são amigas do Josh e agora você arruinou as nossas chances com ele, por que elas vão nos
detonar para ele. Eu devia..
Se aproximou erguendo a mão como se fosse agarrar o meu cabelo. Bianca se colocou na
minha frente e ergueu as duas mãos ao lado do corpo, como se estivesse meditando
-Caso você e a sua amiguinha aí não sumirem, eu vou invocar diversos espíritos malignos e
dispostos a comer o coração de vocês.. vivas!
-Ai que horror, vamos embora Mariana a dráculazinha está me assustando -Falou a ruiva
apoiada em seu ombro, eu não estava vendo o rosto da Bianca, mas talvez ela estivesse revirando
os olhos enquanto começava a falar umas palavras estranhas por que a ruivinha se afastou da
amiga e virou as costas indo embora assustada
-Eu não acabei com você!
Ouvi ela dizer enquanto era puxada para dentro da sala de aula, me desligando da garota eu
passei para frente da Bianca que estava com os olhos completamente revirados. Toquei em seu
ombro a fazendo me encarar, ela procurou pelas meninas e suspirou pondo as mãos no bolso do
casaco
-Como fez isso com os olhos?
-Aprendi com o tempo
-Não chamou nenhum espírito, não é?
A sua risada me preencheu enquanto segurava o meu braço e seguia até a sala de aula
-Está louca? Fiz aquilo para assustar elas, tenho pavor de gente morta
Voltamos a rir
As horas se passaram e o dia também, eu ainda não havia encontrado nenhum dos meus amigos,
parece que os nossos horários são bem diferentes. Durante os meus intervalos encontrei apenas
Hanna que me disse fazer algumas aulas com Riley, e comentou sobre o quão animada ela estava
com uma roupa totalmente diferenciada, ela não estava criticando e sim achando um máximo a
maneira como a Riley lida com a vida
Hanna também comentou que jamais havia encontrado alguém como a docinho e que gostava
de ter uma amiga nova que não fosse mais uma loira insuportável. Eu a encarei de escárnio e a
mesma sorriu envergonhada
-Não você, é a menina loira mais simpática da faculdade
-Obrigada menina arco-íris
-Gostei desse apelido
-Não há de que
-O jeito da Riley, era disso que você estava falando ontem quando arrumamos o quarto dela? -
Franzi o cenho a encarando -Você sabe, quando mencionou que eu um dia entenderia o que é o
mundinho dela
-Ah sim -Falei erguendo as sobrancelhas -É.. ela tem o próprio mundinho onde consegue fazer
tudo que ela quiser, contrariando todas as regras tolas que são impostas pela sociedade, como
não me abandonar nunca
-Não abandonar você?
-A Riley sempre impressiona as pessoas, por que faz tudo aquilo que elas nem imaginam que
pode acontecer, a minha vida toda antes de conhecê-la eu nunca tive alguém que me salvasse.
Alguém que visse as minhas encrencas e me tirasse delas, que se importasse com o meu futuro,
mas quando eu decepcionei o pai dela pela primeira vez e achei que ele acabaria com a nossa
amizade por eu ser uma má influência... -Hesitei, lembrando daquele dia onde tudo na nossa vida
começou a se intensificar
-O que aconteceu?
-Ela me salvou, não deixou que eu fosse embora, ela viu um futuro em mim pela qual valia a
pena lutar. Toda a família dela viu, e é por isso que eu a amo, porque somos amigas e isso é tudo
que eu preciso. A amizade dela
-É uma coisa muito bonita Maya
-Obrigada
-Riley tem sorte de ter você como amiga, qualquer pessoa teria
-Obrigada Hanna

A longo prazo. o fim do acordo Onde histórias criam vida. Descubra agora