27. Julgo

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No fundo eu sou um árbitro.

Uma espécie de juíza inquieta e silenciosa. É uma característica difícil de se admitir. Não sou melhor do que ninguém, e por vezes sinto que eu seja a pior. A verdade é que enquanto o mundo explode lá fora e os julgamentos rolam soltos como folhas outonais, eu os faço no âmago solene da minha existência. Com muita petulância eles externalizam, num ímpeto de imaturidade eles tomam a forma de águia em busca de uma presa.

A podridão existe para lembrar que estou fadada ao erro.

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