No fundo eu sou um árbitro.
Uma espécie de juíza inquieta e silenciosa. É uma característica difícil de se admitir. Não sou melhor do que ninguém, e por vezes sinto que eu seja a pior. A verdade é que enquanto o mundo explode lá fora e os julgamentos rolam soltos como folhas outonais, eu os faço no âmago solene da minha existência. Com muita petulância eles externalizam, num ímpeto de imaturidade eles tomam a forma de águia em busca de uma presa.
A podridão existe para lembrar que estou fadada ao erro.
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Teto de Vidro
Poetry"Cuspam em mim todos os teus julgamentos, apontem sobre meu rosto teus dedos de mãos que deveriam acolher, não condenar; dedos estes que cutucam feridas abertas que já não consigo mais estancar, que ao jorrar sangue sobre meu corpo ainda sou culpada...