Sal e pimenta || Veigh

025

Thiago Veigh
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Eu lutava contra coragem que o álcool me dava de falar oque sentia naquele momento, ver ela ali na minha frente conversando como se nada mais tivesse acontecido entre nós. Tudo que ela fazia me dava um impulso quase incontrolável de puxar ela de canto novamente e falar tudo preso na minha garganta.

Os goles que ela pegava da minha bebida, os toques acidentais que dávamos em meio a dança junto do pessoal, e ela dançando? Meu mano já perdi a cabeça olhando para aquela cintura de mola.

Comecei a enxergar um lado filha da puta dela, percebendo que a olhava me encarou com um semblante que eu poderia dizer ser quase angelical se não fosse a mordida no lábio inferior levantando um ar safado, que particularmente, adoraria vê-lo em outro lugar.

E nesse momento decidi ir ao bar do local, pedi uma água sentindo em um dos bancos.

– Tá indo bem ein, Thi! – Fernanda senta no banco vago ao meu lado.– achei que vocês iriam ficar fechados um pro outro, ou de birra

– Pra que birra Nandinha? Tem nem motivos

– Como é irônico... nem parecia tá todo vermelho lá atrás

– Bebi demais, por isso vim pegar uma água

– Ah para, vocês estavam se comendo com os olhos antes de vim pra cá, quero ver até que momento vão ficar só nisso de novo – bebi outro gole generoso da água.– Tão jovens para ficar nesses rolês

– Aliás, é até estranho a senhora experiência tá aqui em plena festa rolando, o Gustavo sumiu foi?

– Aí mona! Que veneno, tô só tentando ajudar.

Sorri com o tom dela, a mesma também sorriso encostou sua cabeça no meu ombro enquanto ficamos em silêncio. Ela bebeu de outra garrafa d'água recuperando a postura olhando de volta para mim, mais seria dessa vez.

– Mas me fala, oque aconteceu? Eu tava com ela lá por um tempo mas seja lá deu só soube pela Vic

– Mano... – nesse momento perdi minhas palavras, por um segundo eu mesmo me perguntei oque aconteceu.– nem sei. Na real acho que foi a distância, mexeu com coisa que nem tava formada ainda sabe?

– Mas tava se formando né? – assenti.– talvez volte, estão próximos de novo e talvez até mais maduros para oque pode se formar de novo

Olhei o sorriso meigo da garota que parecia me consolar, lembrei que já estava chapando nas bebidas que tomei oque deixava a cena mais engraçada com ela deslizando a mão sobre meu ombro em leve carinho. Mantive um curto silêncio antes de devolver aquele sorriso como agradecimento.

– Quem sabe Nandinha, valeu. Acho que vacilei um pouco nesses tempos aí que tá me perguntando, a gente foi se desencontrando também.

– As vezes só não tá no momento certo

"As vezes". Cortei o assunto levantando do banco e acompanhando ela de volta ao bonde, já hidratado podia voltar aos drinks que foi oque fiz, a dor de cabeça no dia seguinte que me aguarde.