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"Seu cheiro tá na minha camisa
Na porra da minhas coisa, em todos os lençóis
E eu 'tava aqui pensando
Será que essa noite tem como ir lá me ver?..."
Não tô fazendo nada, você também
Faz mal bater um papo assim go...
Fernanda chegou aqui pouco depois de mim, disse que não queria me deixar sozinha mas acho que só foi o lado curioso dela que moveu até aqui.
– Eu não gritei, só fiquei muito surpresa. Não sabia que vocês tinham se acertado assim
– Na verdade, a gente nem conversou a fundo sobre tudo que aconteceu
– Ai Lie... tem certeza do que você tá fazendo?
– Sim amiga
Não amiga. Sorri em sua direção enquanto tirava de caixas e sacolas algumas coisas que tinha comprado na minha viagem, metade Fernanda já se apossou como se nunca tivesse feito compras em Paris.
– Bom, eu te apoio no que você decidir. Mesmo que a parte de julgar, ser mais responsável e chata seja da Lia, eu tenho que te falar pra tomar cuidado
– Fe, não é como se a gente estivesse namorando, ou querendo isso
– Tá amiga, pode até ser. Mas você sabe no fundo como acabam ou começam essas coisas, até eu sei que relacionamento é uma responsabilidade grande, por isso só pego e tchau
– Já deu tchau ao Gustavo então?
Ela faz um ruído fingindo limpar a garganta, se acomoda sentada na cama enquanto dobra algumas blusas minhas.
– Ele é meu amigo, nosso em comum. Só tem algumas diferenças pra nós dois
– Não me diga...
– O assunto não sou eu ok? Se mantenha concentrada em me atualizar de tudo
Revirei os olhos rindo de tamanha animação dela. Pensei em arrumar uma mochila enquanto conversávamos para levar na viagem, mas não planejava dormir muito menos ficar muito tempo lá.
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Cheguei na casa dos meus pais em pouco tempo, graças a Deus não tinha o trânsito costumeiro. Fiquei cinco minutos dentro do carro já estacionado em frente a calçada, duas batidas no vidro ao meu lado me fizeram perceber o quanto já apertava o volante. Abri a porta retribuindo o abraço forte da minha irmã.
– O que tá fazendo aqui Lie?
– Oi pra você também, Victória
– Desculpa, mas te falei que não precisava vir
Ela me deu um sorriso reconfortante, mas sua expressão era de cansada, um toque de preocupação tentava esconder-se em seus olhos.
– O que tá acontecendo Lia? Parece que você não pregou os olhos a noite inteira, e... você tá nervosa porque tô aqui
