Capítulo 19 • Impossível

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Hey Flowers 🌷

Esse capítulo foi um verdadeiro desafio, mas espero que gostem!

Não esqueçam de comentar e votar no final 🫶🏽

Enjoy!

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PRESENTE

POV Tulipa 🌷

Nunca imaginei que a Inglaterra iria virar minha segunda casa, mas aconteceu, de forma tão natural quanto se eu tivesse nascido aqui e minhas origens estivessem enraizadas neste solo, como se meus antepassados tivessem caminhado por essas terras e eu crescido aqui.

Mas não foi neste país que eu nasci e definitivamente quando olho para o lado, não vejo muitas pessoas iguais a mim, não reconheço meus traços em outros rostos e não ouço meu idioma em outras vozes, tão pouco sou atingida pelo mesmo ar denso e quente de onde eu vivi a maior parte da minha vida, mas ironicamente, foi neste país que eu renasci, foi aqui que eu renasci como pessoa, como mulher e foi aqui que se criou a melhor versão de mim: Mãe.

Eu já lhes contei brevemente o quanto me orgulho da família que construí ao lado de Rebecca, de como o nosso amor venceu barreiras, e vence até hoje, mas nunca dividi os detalhes de uma grande batalha que precisei travar na vida, a maior de todas e a que me deixou verdadeiramente orgulhosa.

Sempre tive fé no universo e de algum modo, ele sempre jogou ao meu favor, me apresentou o verdadeiro amor, me rodeou de pessoas especiais pelo meu caminho, abençoou o meu trabalho e de minha esposa e nunca permitiu que faltasse nada em nossa vida. E foi acreditando no poder do universo que compreendi que "casa" é um termo muito subjetivo, de todos os lugares do mundo, foi aqui, tão longe de casa, que descobri o significado de lar. De todos os lugares do mundo, o universo fez questão que de alguma forma, aqui também se tornasse lar, foi aqui que me tornei mãe, que meus filhos escolheram viver depois de adultos, e que eu e minha esposa decidimos passar nossos últimos anos de vida.

Embora eu tenha viajado para essa cidade ao longo da vida mais vezes do que é possível contar nos dedos, morei em Londres apenas duas vezes em minha vida, em 1958 e retornei em 1997 onde permaneço até hoje.

Mas por hora, vou lhes contar sobre a primeira vez que nos mudamos para cá.

Era 1958 e essa era a segunda vez que eu voltava a Londres acompanhando Rebecca, dessa vez, nossa passagem pela Inglaterra seria um pouco mais prolongada, precisamente três meses. Esse havia sido o período acordado entre Becky e sua agente, pois era o prazo que sua nova exposição estaria em cartaz no National Gallery, um renomado museu de arte contemporânea na capital, e seria o timing perfeito para que Becky pudesse participar de algumas colaborações com artistas locais e alguns projetos beneficentes, onde suas obras ajudariam a promover as arrecadações de fundos para diversas instituições.

Rebecca é British-Tai, viveu toda sua infância, adolescência e parte de sua vida adulta em Londres, seus avós, tios e primos por parte de pai viveram e foram criados aqui, diferente de mim, suas origens, ao menos parte delas, estão nessas terras. Se a empresa de sua família era forte na Tailândia, era ainda maior e mais consolidada na Europa, a R. P Armstrong dominava o setor de tabagismo há duas décadas, seus tios tocavam os negócios na Europa, enquanto Richard conduzia na Ásia. Aqui o nome Armstrong tinha uma irreverência incontestável e para Rebecca, estar de volta em sua terra natal  através do seu trabalho, era a consagração que ela tanto almejava, sentia que tinha conseguido "chegar lá". Becky nunca sentiu vontade de voltar a morar aqui, conversamos sobre isso muitas vezes, mas ela parecia estar verdadeiramente feliz em poder compartilhar comigo um pouco mais de sua história e suas origens. Ela estava fascinada com tudo que planejava fazer durante esses três meses em Londres, mas nem ela e nem eu, poderíamos prever o que a Inglaterra guardava para nós.

The Notebook • FreenbeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora