Proibidas?

Capítulo 11 - Encontro

Já estávamos no restaurante, no mesmo havia três andares, no terceiro não havia quase ninguém, o que era perfeito por conta de reconhecerem nós duas.

Laís havia pedido uma garrafa de vinho, e uma das entradas.
Belmonte não tirava os olhos de seu celular, aquilo já estava me irritando, bebi o vinho e encarei ela.

— Se eu soubesse que tinha me convidado para um encontro, e que fosse ficar no celular eu nem teria vindo, Belmonte.

Ela largou o celular e soltou uma risada rouca, eu a encarei com uma cara de "não entendi o motivo da graça", e logo meu celular tocou com uma notificação do Instagram, Laís havia postado uma foto do vinho e me marcado.

Admito que fiquei muito surpresa, afinal não podíamos deixar com que ninguém ficasse sabendo, mas parecia que Laís não ligava mais para aquilo, eu repostei a foto e encarei ela.

— Achei que deveríamos nos esconder.
Disse enquanto via ela pegar o celular novamente e apontado para mim com o mesmo.

— Apenas faça alguma pose.
Ela disse e assim fiz, Laís tirou uma foto linda minha, e colocou como fundo da sua tela inicial.
Eu sorri com seu ato, e logo a comida chegou, fazendo assim um silêncio nos rodear.

Terminamos de comer e eu não quis os pratos principais, não sou de comer muito, não comida.

Laís pediu sobremesa para ela, o encontro tava sendo bem chato para falar a verdade, eu e Laís nem tínhamos conversando tanto, por conta das diversas chegadas de comida.

Saímos do restaurante e fomos até o carro de Laís, a mesma se aproximou de mim pelo lado e entrelaçou nossos dedos, juntando nossas mãos.

Eu sorri com o ato e entramos no carro, estava me enlouquecendo aquele silêncio.

— Aconteceu algo para você estar quieta desse jeito, Belmonte?

Laís apenas me olhou e se aproximou.

— Liandra, eu te amo. — Após sua fala eu arregalei meus olhos, eu não estava acreditando naquilo, meu único pensamento era de que Laís estivesse bêbada.

— Laís, não fale besteiras, você com certeza está bêbada. — Disse isso e ela riu como se fosse a coisa mais engraçada que tivesse escutado hoje.

— Eu definitivamente não estou bêbada, Liandra. Eu gosto de você, de verdade, você não é apenas uma foda minha, não estou te fazendo de idiota, como seu amigo diz. — Após sua fala eu sorri boba, era incrível o jeito que ela estava se expressando, seu jeito de falar mostrava que estava sendo sincera, porém eu não conseguia acreditar com firmeza, afinal era impossível nós duas termos algo.

— Laís.. — Não consegui terminar minha fala, Belmonte me interrompeu com um beijo, esse não era igual aos outros, era um beijo carregado de amor, medo e possivelmente um nervoso por trás.

Nos separamos e ela riu, me fazendo rir sem graça também. Ela se recompôs e começou a dirigir, coloquei uma música e cantei com ela, Laís podia ser uma mulher séria, uma professora e na maioria das vezes, muito rígida, porém seu gosto era igual ao de uma adolescente.

Chegamos na porta de casa e eu desci do carro, Laís fez o mesmo e se aproximou de mim, pegou em minha mão e fez com que eu olhasse em seus olhos.

Ficamos frente à frente, sorrindo ela passou uma de suas mãos em meu rosto, o acariciando.

— Obrigada por hoje, mesmo que eu não tenha falado muito, adoraria fazer isso mais vezes. — Ela sorri.

— Eu quem deveria agradecer, Laís. Foi a melhor noite que eu já tive, você é uma pessoa incrível, professora. — Eu ri, fazia tempo que eu não a chamava assim.

— Ora..não me chame assim. — Laís jogou sua cabeça levemente para trás rindo.

— I'm sorry teacher. — Eu disse em outro idioma, o que fez com que eu gargalhasse, não só eu mas como Laís.

— Bobona. — Ela ri — Vá dormir, amanhã terá aula, não quero que falte por que dormiu tarde, por minha culpa.

— Fui para a aula até quando você passou a madrugada me fudendo, não será por causa disso que irei faltar. — Eu disse e Laís riu desacreditada no que eu havia falado.

Laís beijou minha testa e esperou com que eu entrasse em casa, subi para meu quarto e me joguei na cama, estava tarde e eu não tava nem um pouco afim de me desarrumar. Adormeci e pela minha surpresa, eu ainda acordei atrasada.

Me arrumei correndo, e desci as escadas, quase caí, mas tudo certo.
Não tive tempo de tomar café, era nítido o quão atrasada eu estava, fiquei com medo, afinal era aula da Laís.

Nunca acelerei tanto no carro quanto hoje, cheguei na escola e fui correndo até a sala, mesmo atrasada o suficiente para levar um esporro dos grandes, bati na porta com calma e entrei após ouvir a permissão.

— Licença senhorita Belmonte, me perdoe o atraso. — Disse entrando com calma, e me sentando em seguida.

— 15 minutos atrasada, senhorita ? Dessa vez eu deixarei passar, mas que não se repita na próxima.

Eu confirmei com a cabeça, Laís agia como se estivesse brava, mas eu sabia que ela não estava, eu acho.

A aula passou e eu fiquei conversando com Raquel na maior parte do tempo, afinal Laís nunca passava muito em final de bimestre.

Sinal tocou como de costume e eu decidi ir para a quadra ficar com Raquel, afinal os corredores hoje estavam cheios por causa de excursão do fundamental.

Antes de sair da sala, Laís me chamou, já estava ficando até triste, achei que ela não faria isso.

— Atrasada hoje né mocinha? — Ela disse apertando minha bochecha.

— Perdão, professora, é que ontem eu saí com uma mulher incrível, e fiquei até tarde lembrando da noite. — Disse isso e ela riu.

— Uma mulher incrível, é? E quem seria essa mulher? — Ela disse se aproximando, Laís não parecia ter medo de alguém nos ver, e geralmente eu acho que é sorte.

— Você, bobona. — Disse dando um selinho nela, que logo em seguida sorriu me abraçando.

Laís me acompanhou saindo da sala, o caminho da quadra era praticamente o mesmo do da sala dos professores, aproveitei e ajudei Belmonte a levar o projetor para lá, afinal ela havia passado um filme para a gente no começo da aula.

Ao entrar na sala encontrei minha professora de matemática, eu particularmente adorava ela.

Dei um oi para ela, que logo veio me abraçar falando que estava com saudades, eu ri e conversei brevemente com ela.
Olhei para Laís enquanto nos abraçávamos e pude ver seus olhos queimarem de ódio, ou será ciúmes?

A professora de matemática saiu da sala e eu andei até Laís.

— Aqui o projetor. — Disse e ela agarrou meu braço para que eu não saísse.

— Estou de olho em você, viu mocinha?
Eu ri e confirmei com a cabeça, afinal quando eu encontrasse com Laís a sós, eu resolvia com ela.