meio texto, meio print- 21 de abril de 2024

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Eu me pergunto se eu sou um ser humano ruim mesmo. Se é parte do meu sangue. Se aquelas poesias sobre ser um ser destinado à tristeza não estavam erradas, no fim das contas. Talvez eu seja um conceito vago, entre a humanidade e a indiferença, entre a crueldade inconsequente e a doação irresponsável, entre a culpa e a esperança, entre a lua e as estrelas. Talvez eu seja só um erro, porque tais conceitos eram supostamente concretos e feitos somente um para o outro -- sem sobras e misturas.
Talvez eu seja essa mutação e, portanto, não devia existir. Não sou boa o bastante para ser digna de felicidade, nem má o suficiente para aceitar o papel do destino como vilã e adotar o ódio direcionado a mim como flores de gratitude. Sou o meio termo, dolorosamente humana. Falha. Falha. Falha..
Achei que todos falhassem, tanto que perdoei a todos como se não pudesse me esgotar disso (mas me esgotei -- e sequer notei quando); ainda sim, quando minha casca frágil e artificial de boneca se rachou e mostrou um breve vislumbre da escuridão transbordante que habita em mim, não tive meu troco. O erro foi meu, de esperar que uma falha como eu conseguiria se passar de "boa", ou pior, de "humana".
Só queria dizer que sinto falta deles. E isso é doloroso porque eu também odeio tanto, tanto eles, por me jogarem no chão e me levarem a tudo isso, logo quando achei que teria encontrado amigos que não tinham medo do escuro. Mas não é culpa deles que eu seja uma mutação...

O problema é que também não é culpa minha.
Não escolhi nascer, sabe?
Por mim, eu acho que eu desapareceria, ou melhor, nunca sequer nasceria.
Ao menos eu teria certeza de que fui feita para estar nesse doloroso vazio.

textos do bloquinho de notasOnde histórias criam vida. Descubra agora