Sai da cozinha tentando não deixar óbvio que aquilo me deixou incomodada, afinal, eu me sentia muito infantil naquele momento. Quer dizer, Peter nunca se declarou para mim nem nada, talvez ele tivesse me mantido aqui todo esse tempo porque ele queria uma amiga, não, uma aliada e eu me apaixonei sozinha, mas... Não conseguia não me sentir frustrada depois de ouvi-los "haha-huhu" na cozinha. Se ela era a escolha dele desde antes de tudo isso começar, porque ele não acabou com isso mais rápido?
Senti raiva, mas depois não pude deixar de me sentir patética. Quer dizer, talvez eu fosse como Madely e quisesse o trono também... Mas ele disse não queria que eu fosse embora, mas isso não significa nada, ele também não queria mandar o cachorro para a casa dos avós, mas mesmo assim teve que mandar.
— Aaaah! Para de pensar nisso! — Me joguei na cama quando cheguei no quarto.
Eu queria chorar, mas me sentia patética de mais para isso, então apenas escondi o rosto no travesseiro, e acabei dormindo.
[...]
Acordei quase na hora da jantar com alissa me balançando para eu acordar, ainda estava desanimada, mas ao menos mais racional, para não deixar o ciúmes me dominar. Tudo aquilo era especulação de minha parte.
Desci para o jantar e nem consegui olhar para o príncipe, com medo de ele perceber pelo meu olhar que eu era patética e fiquei ouvindo sua conversa ou algo do tipo. Depois fui para o quarto e dormi.
No dia seguinte não sai, fiquei lendo sobre o meu projeto, queria tempo para me recompor, e poder ver as pessoas sem sentir vergonha de mim mesma. O príncipe mandou uma carta me convidando para um passeio mas recusei alegando indisposição, o que não era mentira.
A minha frustração não era por ele me rejeitar, nas porque me sentia como quem volta a estaca zero, antes nao sabia o que faria depois que fosse embora e agora também o que só piorava com um coração partido, ou o pressentimento de um.
— Senhor, tu que es dono de todo o entendimento e sabedoria. Tu que és manso e bom! Por favor, acalma o meu coração! Me perdoe os meus murmúrios e precipitação, me perdoe também se há ganancia em meu coração! Perdão por me deixar levar pelas emoções, eu sei que o coração é enganoso e levar uma vida seguindo os desejos dele é levar uma vida de engano. Sei que minha identidade está em Ti não no que eu faço, sei também que não nasci para viver pelos meus sonhos e carreira, e sim para trilhar e Seu caminho nesta terra, e que os meus sonhos muitas vezes são sementes que o Senhor colocou no meu coração, mas que não são tudo! Me perdoe se idolatrei uma vida como cantora, se idolatrei esses sonhos e me esqueci de Ti, se estava dependendo muito de Peter para trilhar o meu caminho futuro e não de Ti. Senhor, posso ter um milhão de sonhos e objetivos realizados, mas se eu não tiver o Senhor comigo me sentirei vazia e sem plenitude da alegria, pois essa está em Ti. Por isso, me dê sabedoria e maturidade, para o que virá a seguir. Pois assim como diz em 2 Crônicas 20:12 "... Senhor nós não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos estão em ti", antes de tudo sou sua filha, não sou fazedora humana, mas Sua filha. Em nome de Jesus amém.
[...]
Pela tarde fui para a biblioteca pegar e devolver alguns livros para minha apresentação, ainda me sentia um pouco estranha em relação a tudo, mas a parte mais cansativa - a paranoica e especulativa de mim estava calada, graças a Deus. Primeiro devolvi os livros em casa uma das estantes a que pertenciam, estava distraída cantarolando com uma música de Lorenzo Fernandez que estava na minha cabeça, então estava fazendo tudo no automático.
— Está melhor? — Alguém tocou no meu ombro gentilmente.
Virei e Peter estava parado em minha frente de forma amistosa.
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Incólume
Ficção AdolescenteHistória 1 - Una Cantante Tudo estava indo como planejado para Sandy, estava se formando no Conservatório de música, e pela primeira vez séria a protagonista de uma ópera, tanto quanto havia sonhado e estudado, estava pronta para começar exercer sem...