𝐄𝐯𝐚 𝐖𝐚𝐫𝐫𝐞𝐧 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐎𝐟 𝐕𝐢𝐞𝐰
Passamos uma boa parte da madrugada planejando uma abordagem para aquela situação. Vi o quanto Lorraine estava cansada, mas sabendo da teimosia de minha esposa, nem comentei nada. Preparei um chá para ela, e a chamei para sentar-se no sofá comigo. Ela mal terminou o chá, e cochilou com a cabeça em meu ombro.
Concertei seu corpo, e a fiz deitar com a cabeça em meu colo. Passei a acariciar seu rosto, enquanto observava sua expressão calma.
Nas horas seguintes eu segui vigiando seu sono, até o despertador tocar, e Lorraine levantar de meu colo um pouco sonolenta.
(...)
Depois de pegarmos alguns equipamentos, e os guardar no carro, Lorraine e eu pegamos estrada até a casa da família Perron.
Depois de tudo o que descobrimos sobre aquela propriedade, decidimos colocar nosso plano em prática.
Trouxemos Drew, nosso ajudante, conosco. Ele me ajudava a tirar os materiais do carro, enquanto Lorraine estava um pouco mais afastada.
De repente ouvimos um barulho de carro chegando. Observamos o automóvel parar e um homem sair para fora.
Brad Hamilton. Policial de Rhode Island. O homem havia sido chamado para nos ajudar no caso da família Perron. Lorraine e eu já o conhecíamos, então o apresentamos para Drew.
— Então você é o policial sortudo? — Drew perguntou com um sorriso brincalhão — Homem de sorte, eu diria.
— Eu com certeza sou — O policial sorriu orgulhoso.
𝘔𝘢𝘭 𝘴𝘢𝘣𝘪𝘢 𝘦𝘭𝘦 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘵𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘴𝘦 𝘮𝘦𝘵𝘪𝘥𝘰. Gargalhei com tal pensamento.
— Cara, eu acho que você não está com essa sorte toda não — Olhei para Drew que também gargalhava descontrolado.
— Sabe que tiro não funciona em fantasmas, certo? — Drew perguntou.
O policial fechou sua expressão ao ouvir a fala do garoto.
— Não acredito nessa coisa de fantasmas — Estufou o peito — Não passa de histórias inventadas para assustar criancinhas.
Drew olhou sério para o homem. Lorraine, que até então estava calada, se manifestou:
— Deveria acreditar, senhor Hamilton. Não são histórias invetandas para assustar crianças — Virou-se de costas, e caminhou em direção a casa.
(...)
Depois de levarmos os equipamentos para dentro, Drew e eu ficamos encarregados de os instalar pelos cômodos da casa.
Os sensores que captavam a temperatura corporal foram espalhados por alí, e pequenos sinos foram colocados na maçaneta das portas.
Drew estava em um cômodo da casa, terminando de instalar o último sensor, e eu caminhei até a cozinha encontrando Lorraine e Carolyn rindo alto.
— Do que estão rindo? — Perguntei, vendo as mulheres se assustarem com minha presença.
— Eva! Não nos assuste desse jeito — Lorraine me repreendeu, enquanto Carolyn sorria da cena.
Sorri culpada, e caminhei em direção a Lorraine. Deixei um beijo em seu rosto, e ela fez o mesmo comigo.
— Bem, eu queria um copo d'água...— Dirigi minhas palavras a Carolyn.
— Ah, eu pego para você — Disse, e segundos depois voltou com um copo cheio para mim.
Quando levei o copo em direção a minha boca, ouvimos um sino tocar. Rapidamente coloquei o copo sobre a mesa, e segui em direção ao barulho, com Lorraine e Carolyn logo atrás.
Encontramos Drew com um taco de beisebol próximo a uma porta, e quando iríamos entrar no cômodo, a porta se abriu antes, nos fazendo recuar alguns passos para trás.
Ouvimos o barulho da descarga, e logo em seguida o policial Brad sair pela porta. Ele se virou, e nos viu o encarando.
— O que foi? Eu precisava ir ao banheiro, pois estava apertado — Deu de ombros e caminhou para fora da casa.
(...)