𝐄𝐯𝐚 𝐖𝐚𝐫𝐫𝐞𝐧 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐎𝐟 𝐕𝐢𝐞𝐰Eu ajudava Lorraine a recolher roupas secas no quintal, e de repente parei para olhar em volta. Apesar de tudo o que acontecia ali, o local não deixava de me encantar com sua beleza. Olhei para Lorraine, e vi que ela cantarolava uma canção. Me aproximei dela, e a abracei.
— Eu poderia facilmente me acostumar com isso — Disse para ela.
— Se refere a me ver lavar este monte de roupas sujas? — Sorrimos com aquilo.
— Por Deus, querida. Claro que não — A apertei em meus braços ouvindo seu suspiro — Me refiro a este lugar. A beleza me encanta, e sente só este ar fresco.
Ela deixou a roupa de lado, e se virou me abraçando também.
— Eles são uma família tão linda — Confirmei com a cabeça — Eva, precisamos ajudá-los.
— Eu sei, querida — Suspirei alto — Mudando de assunto rapidinho...— Fiz uma pausa dramática — Você está muito linda hoje. Quer dizer, você está linda todos os dias.
Lorraine sorriu com minhas palavras, e deixou um beijo delicado em meus lábios. Eu amava elogiar minha esposa, e amava ainda mais ver seu sorriso.
— Tudo bem, agora deixa eu terminar isso aqui — Se desprendeu de meus braços — Você fica me distraindo para ganhar beijinhos toda hora — Me acusou.
— Contra fatos não há argumentos, querida — Levantei as mãos totalmente rendida.
Ela sorriu e continuou o que estava fazendo antes.
De repente o tempo mudou, e nuvens escuras tomaram conta do terreno. As roupas secas balançaram freneticamente no varal por conta do vento forte que passava por alí.
Começamos a recolhe-las, antes que a chuva molhasse tudo novamente. Em determinado momento, um dos lençóis escapou das mãos de Lorraine formando uma silhueta no vento.
Olhei assustada para ela, e vi seu olhar seguir o lençol branco, que bateu na janela do quarto em que Carolyn estava. Quando o lençol caiu, vimos uma mulher com feição medonha, e logo em seguida, desapareceu do nosso campo de visão.
𝐋𝐨𝐫𝐫𝐚𝐢𝐧𝐞 𝐖𝐚𝐫𝐫𝐞𝐧 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐎𝐟 𝐕𝐢𝐞𝐰
Corri pelos corredores da casa, e subi as escadas rapidamente. Ao chegar no quarto de Carolyn, a porta se fechou de forma agressiva antes de eu adentrar o cômodo, então corri para a outra.
Bati a palma de minhas mãos na porta chamando por Carolyn, enquanto ouvia barulhos agoniantes vindo lá de dentro.
De repente os barulhos cessaram, e Carolyn abriu a porta com rosto sereno.
— Carolyn, você está bem? — Passei meus olhos por seu corpo, analisando se ela estava machucada.
— Sim, estou bem — Sorriu para mim.
Seu sorriso fez um arrepio correr pelo meu corpo, pois era um sorriso macabro.
— Apenas acordei um pouco enjoada. Mas já estou melhor — Explicou ela, com o sorriso ainda presente em seus lábios.
— Mas, eu vi...
— Parece que ouvi a voz do Roger. Vou dar uma olhada lá embaixo.
Carolyn passou por mim, e desceu as escadas me deixando totalmente desacreditada, e com um pressentimento ruim em meu peito.
(...)