𝘗𝘢𝘳𝘢𝘯𝘰𝘳𝘮𝘢𝘭 | 𝘓𝘰𝘳𝘳𝘢𝘪𝘯𝘦 𝘞𝘢𝘳𝘳𝘦𝘯

CHAPTER TWELVE

𝐄𝐯𝐚 𝐖𝐚𝐫𝐫𝐞𝐧 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐎𝐟 𝐕𝐢𝐞𝐰

Era madrugada e estávamos na cama. Lorraine dormia agarrada a mim com expressão calma em seu rosto. Observei seus traços e suspirei apaixonada com a visão. Me sentia a mulher mais sortuda do mundo por tê-la ao meu lado, e agradecia todos os dias por nossa união.

Me lembrei da época em que nos conhecemos, e sorri sozinha com as lembranças. Éramos duas garotas apaixonadas uma pela outra, e nosso amor era visto como algo absurdo.

Lembro-me também do perrengue que passamos, apenas por ser duas mulheres a se amar intensamente. Apesar de tudo nós conseguimos permanecer juntas, e vencer toda a rejeição e preconceito.

Despertei de meus pensamentos com o barulho do telefone soando pela casa. Estranhei, pois quem estaria ligando a essa hora?

Me separei de Lorraine com cuidado para não despertá-la de seu sono, e joguei o cobertor para o lado. Saí do quarto com passos silenciosos, e caminhei pelo corredor até ver o telefone preso na parede.

— Alô?

Ouvi uma respiração pesada do outro lado da linha.

— 𝘌𝘷𝘢, 𝘦́ 𝘰 𝘙𝘰𝘨𝘦𝘳 — A voz soou desesperada.

— Aconteceu algo? — Perguntei em alerta.

— 𝘈 𝘊𝘢𝘳𝘰𝘭𝘺𝘯, 𝘦𝘭𝘢...— Hesitou — 𝘌𝘶 𝘴𝘢𝘪 𝘱𝘰𝘳 𝘶𝘮 𝘮𝘪𝘯𝘶𝘵𝘰, 𝘦 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘦𝘶 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘦𝘪 𝘯𝘢̃𝘰 𝘢 𝘦𝘯𝘤𝘰𝘯𝘵𝘳𝘦𝘪 — Suspirou apreensivo — 𝘈𝘯𝘥𝘳𝘦𝘢 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘭𝘢 𝘴𝘢𝘪𝘶 𝘤𝘰𝘮 𝘊𝘩𝘳𝘪𝘴𝘵𝘪𝘯𝘦 𝘦 𝘈𝘱𝘳𝘪𝘭, 𝘮𝘢𝘴 𝘯𝘢̃𝘰 𝘥𝘪𝘴𝘴𝘦 𝘰𝘯𝘥𝘦 𝘪𝘳𝘪𝘢.

— Ela possui a mãe, e faz com que mate seu próprio filho — A voz de Lorraine soou atrás de mim, me fazendo pular com o susto.

— Roger, saia daí, e volte para casa. Carolyn deve ter ido para lá com suas filhas — Desliguei o telefone colocando de volta em seu lugar.

— Eva, eu irei com você — Disse ela, e eu a encarei.

— Não, Lorraine — A segurei pelos ombros — Você fica aqui. Não pode se colocar em perigo mais uma vez.

— Não percebe que o único jeito de nos proteger, é ficando juntas? — Perguntou ela — É a única saída para cortar esse mal pela raiz.

— É justamente por isso que estou indo até lá, meu amor — Suspirei — Não venha comigo. Fique aqui, e se proteja.

— Se acha que irei te deixar ir sozinha, está muito enganada.

Me afastei coçando a cabeça, e logo voltei a olhar para ela.

— Lorraine, eu não posso perder você — Observei ela se aproximar, e segurar minhas mãos — Eu não suportaria ficar sem você.

— Eva, eu também não suportaria ficar sem você — Fechei meus olhos respirando fundo, sentindo seus beijos suaves em meus lábios — Nós vamos até lá, e iremos resolver isso juntas!

— Você continuará insistindo até eu ceder, não é mesmo? — Ela confirmou com a cabeça, com um sorriso pequeno — Tudo bem, vamos.

Nos arrumamos rapidamente e saímos dali. O caminho até a casa da família Perron foi totalmente silencioso. Estávamos apreensivas com o que poderia acontecer naquela madrugada.

(...)