𝐄𝐯𝐚 𝐖𝐚𝐫𝐫𝐞𝐧 𝐏𝐨𝐢𝐧𝐭 𝐎𝐟 𝐕𝐢𝐞𝐰
Lorraine me contou o que tinha presenciado e decidimos ficar de olho em Carolyn, prezando por sua segurança.
Depois que todos chegaram da cidade o clima parecia mais leve, mas nós não poderíamos nos dar o luxo de ficarmos totalmente relaxados.
As meninas estavam em um cômodo da casa, Brad disse que iria caminhar pela propriedade, e Drew estava conosco na cozinha.
De repente ouvimos os gritos assustados de Brad, e logo corremos para tentar ajudá-lo. Chegando lá vimos o homem paralisado, olhando para um ponto fixo no corredor.
— Eu acabei de ver uma mulher vestida de empregada, bem aqui...— O policial sussurrou trêmulo.
— Acredita em espíritos agora, Brad? — Drew debochou do homem.
Ouvimos um clique das câmeras, o que nos indicava movimentos na casa. Corremos em direção às escadas e vimos Cindy andando pelo corredor de cima.
— Ah, é apenas a Cindy — Roger respirou aliviado — Ela tem episódios de sonambulismo as vezes.
Encarei o homem
— Roger, não foi a Cindy que ativou as câmeras — Disse a ele.
— Como assim não foi ela? — Perguntou confuso.
— Ela não ativou os sensores da câmera, Roger. Tem alguém com ela.
Continuamos com os olhos focados na garota até ela entrar no quarto de sua irmã, Andrea. A menina mal adentrou o cômodo e a porta bateu com força, fazendo um barulho alto ecoar pela casa.
Roger correu pelas escadas enquanto gritava o nome de sua filha, e nós estávamos logo atrás dele. O homem empurrava a porta mas ela estava trancada por dentro, o que dificultava um pouco.
Chamei Drew e corremos de volta para a sala, logo ligamos o aparelho de som.
— Me passa o fone, Drew — O garoto me passou o objeto e coloquei em minha orelha, ouvindo as vozes no quarto em que Cindy estava.
— 𝘈𝘲𝘶𝘪 𝘦́ 𝘴𝘦𝘨𝘶𝘳𝘰, 𝘊𝘪𝘯𝘥𝘺 — Ouvi a voz de quem estava com a garota.
— Lorraine, tem alguém com ela no quarto! — Grito para minha esposa ouvir.
Ela desce rapidamente pelas escadas, e se posiciona ao meu lado. Tiro o fone de meu ouvido e passo para ela ouvir.
— 𝘝𝘦𝘮, 𝘊𝘪𝘯𝘥𝘺 — A voz chamou — 𝘈𝘲𝘶𝘪 𝘦́ 𝘮𝘦𝘶 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘯𝘥𝘦𝘳𝘪𝘫𝘰.
Lorraine deixa o objeto sobre a mesa, e no andar de cima Roger consegue abrir a porta do cômodo.
— Drew, luz ultravioleta — O garoto corre, e logo volta com o aparelho.
Subi as escadas e adentrei o quarto escuro. Passei a luz colorida no chão, e vi os passos seguirem até o grande armário.
— Roger, achei ela — Avisei o homem, e logo ele abre o grande armário tirando sua filha dali.
Fechamos a porta do quarto e voltamos para a sala, onde encontrei Carolyn sentada no sofá com expressão estranha em seu rosto.
𝘔𝘢𝘴 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘰𝘳𝘳...
— Querida...— Ouvi Lorraine me chamar — Venha comigo.
Segui a mulher até a cozinha, onde ela fechou a porta e chegou mais perto de meu rosto, quase que sussurrando suas palavras seguintes.
— Não acha estranho a reação da Carolyn? — Pelo visto não foi só eu que reparei.
— Eu não iria mencionar nada, mas já que perguntou...— Suspirei — Depois de tirarmos a Cindy do quarto, Carolyn pareceu ficar brava. Achei bem estranho na verdade, pois tínhamos acabado de salvar a filha dela.
Lorraine fechou os olhos e respirou fundo.
— Eva, isso não é bom — Sussurrou.
Balancei a cabeça concordando, e logo ela me arrastou de volta para a sala.
Roger tentava acalmar Cindy que chorava em seu colo, enquanto Carolyn olhava a cena com repulsa. Quando a mulher percebeu que eu a encarava, forçou um sorriso que me fez estremecer.
Levei minha mão até o crucifixo pendurado em meu pescoço e o apertei de leve.
(...)