Vamos voltar para você, Docinho

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Riley Winchester

Desde que me conheço por gente, trago gravado no mais íntimo do meu ser o pensamento de que fui presenteada com o melhor pai do mundo.

Dean Winchester estava longe de se encaixar no estereótipo de pai convencional, isso era óbvio, porém, ele fez tudo o que estava ao seu alcance por mim.

Me lembro como se fosse hoje de ter apenas 6 anos e questioná-lo sobre a razão de nunca ter conhecido os pais da minha mãe. Sua resposta era sempre a mesma: "Eles não são boas pessoas."

A curiosidade absurda me fazia perguntar repetidamente a mesma coisa, mas as palavras dele permaneciam iguais, em absolutamente tudo.

Depois de uns anos, tive a confirmação de que tudo o que ele me dizia era real.

Meus avós denunciaram meu pai e meu tio por abuso infantil, enquanto eles já eram procurados pela polícia por assassinato e outros crimes. A chegada deles até nós foi rápida.

Naquela horrível noite de 14 de fevereiro de 2010, as luzes da cidade pareciam mais intensas do que nunca, embaralhando a minha visão.

O som da viatura policial se misturava aos meus gritos desesperados enquanto eu era levada, implorando pela liberdade e segurança da minha família.

As palavras reconfortantes dos policiais contrastavam com a imagem que eu tinha do meu pai, o homem que eu sabia não ser um monstro como todos diziam.

Na delegacia, um casal desconhecido me acolheu com lágrimas falsas nos olhos, enquanto eu testemunhava meu pai e tio sendo conduzidos para a cela, suas expressões carregadas de dor e raiva.

A promessa final de meu pai antes de ser afastado de mim ecoava em minha mente: "Vai ficar tudo bem, Docinho. Vamos voltar para você." Mas eles nunca voltaram.

A notícia devastadora da morte trágica deles em um acidente de helicóptero na manhã seguinte me fez entrar em meses intermináveis de choro e saudade.

A mudança para Eureka com meus avós maternos revelou a verdade obscura por trás da fachada familiar: Lauren e Gerald Morgan eram mesmo demônios disfarçados de avós protetores.

Seus interesses mesquinhos e métodos violentos revelaram-se aos poucos, assim como seu envolvimento com os Homens Britânicos de Letras e seu sinistro projeto educacional para jovens caçadores.

Sob a tutela dos meus avós, fui jogada em um internato clandestino situado numa floresta isolada em Eureka, onde crianças como eu eram moldadas para uma vida de caça.

Provas sobre monstros, caçadas na floresta e a constante vigilância dos Homens de Letras compunham o cotidiano opressivo da nossa pequena comunidade caótica.

Eu sempre fui tratada diferente, por conta do sobrenome paterno que carrego. Mas, não foi com mais privilégios ou coisas do tipo. Eu, Riley Winchester, sou tratada como um animal de caça, uma arma contra demônios.

A prisão imposta pelos Morgan sob a fachada de cuidado só aumentava o peso da solidão e do medo que eu sentia.

Assim se desenrola minha história, repleta de caos, sofrimento e segredos sombrios.

Assim se desenrola minha história, repleta de caos, sofrimento e segredos sombrios

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