Cinco - Castigo

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Já se passaram três dias desde que eu joguei na cara do Kecht que eu sei que Mary Winchester está viva. Desde então, nunca mais vi ela ou ele. Quer dizer, faz três dias que eu não vejo ninguém além dos meus avós.

Digamos que eu levei um castigo daqueles por ter ameaçado o Kecht.

💭💭💭

- Não pode me deixar aqui! - Riley gritou chorando, algemada na própria cama.

- Isso é para você aprender a respeitar as pessoas! - Lauren gritou de volta.

A mais velha saiu do quarto, deixando Riley completamente sozinha. Todas as janelas estavam fechadas, então nenhum sinal de luz chegava lá.

Os outros adolescentes eram estritamente proibidos de chegarem perto do quarto da garota, que se manteria sempre trancado.

Na cabeça de Lauren e Gerald, isso era o que ela merecia.

💭💭💭

- Pelo amor de Deus - digo baixinho.

Meu pulso algemado na cabeceira da cama está doendo em um nível absurdamente alto. Tenho quase certeza que acabei me cortando nas tentativas burras de arrebentar as algemas, mas não consigo ver.

- Vó! - Chamo chorando. - Vovó, por favor! Vó!

Eu passei mais alguns bons minutos chorando, completamente sozinha.

Há três dias, minha única companhia são as lembranças da minha infância. Era tudo completamente caótico, mas era uma vida minha, uma vida que eu decidia o que queria fazer.

Papai nunca me obrigou a fazer nada, eu sempre tive escolha. Ele levava o papo de livre arbítrio a sério, por mais que não fosse religioso.

Você só dá valor a cada decisão fútil que você toma, quando a perde. Quando você não pode mais escolher entre suco ou água, chocolate ou sorvete, dormir ou ver filme.

Tomar decisões é uma das coisas que eu mais sinto falta, sem dúvida alguma.

É óbvio que tomei atitudes e fiz escolhas das quais me arrependo, mas fui eu quem fez, eu quem escolheu, não outra pessoa.

Eu tinha três anos quando fui em uma caçada pela primeira vez, e foi a única vez que o meu pai não me perguntou o que eu queria. Quase morremos naquele dia. Foi onde o meu trauma de demônios nasceu.

A minha vida, as minhas escolhas mais importantes, foram todas precoces e sei que não era isso que meu pai queria para mim.

Com cinco anos, eu escolhi ajudar o meu tio a achar algo ou alguém que salvasse o meu pai de um problema no coração. Eu liguei para o meu avô, pedindo ajuda. Eu aprendi a atirar.Eu matei uma pessoa pela primeira vez. Nada disso foi porque o meu pai quis, mas porque eu escolhi isso.

Cinco anos de idade. Não treze, não quinze. Cinco.

Papai odiava as minhas decisões e nem sempre me deixava fazer o que queria, mas ele pelo menos as ouvia.

Como sinto falta dele...

Preciso sair daqui o quanto antes, preciso dar um jeito de falar com Castiel ou Mary, para saber se ele e tio Sam estão vivos. Se estiverem, eu juro que vou achá-los e nunca mais sair de perto.

Riley Winchester- Supernatural FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora