Capítulo 23

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Pego meu pincel e passo sobre a tela lentamente, estava com a cabeça cheia, precisava do meu lugar de paz

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Pego meu pincel e passo sobre a tela lentamente, estava com a cabeça cheia, precisava do meu lugar de paz. Pintar é a minha calmaria em meio a tempestade.

Depois de um tempo com bloqueio criativo, estou conseguindo pintar, mas sempre que entro nessa sala e pego meu pincel só uma coisa vem à minha mente. Ou melhor, uma pessoa.

Estou tentando evitar pensar muito sobre ela, mas meus pensamentos intrusivos insistem em não me deixar esquecê-la. Dessa vez estou pintando uma paisagem, minha última pintura foram lindos olhos verdes e não queria repetir a pintura.

Também quero desabafar sem precisar usar palavras, quero expressar medo e desamparo. Antes de conversar com minha mãe me sentia desamparada, agora não me sinto mais, me sinto segura, pois tenho ela e Domenico.

E o medo é algo que sinto com muita frequência, ele já se tornou muito família para mim, ele sempre esteve comigo e o senti muito forte ontem a noite, o senti como já não sentia a um tempo.

E constatar isso me trouxe lembranças, que prefiro esquecer, mas sei que isso não será possível, então que elas fiquem em um lugar bem distante da minha consciência.

Começo a pintar, fazendo movimentos lentos com o pincel, mas meus movimentos são interrompidos quando ouço uma batida na porta e como sempre fico tensa.

—Quem é?— Pergunto indo em direção a porta.

— Sou eu, querida.— Mamãe responde.

A tensão vai embora, então abro a porta e vejo a minha mãe sorridente. E sinto alívio por saber que meu pai não fez nada contra ela, pois se tivesse feito ela não estaria sorrindo desse jeito.

— Tem visita para você.— Diz animada.

— Visita para mim?— Questiono, nunca recebo visitas.

— Sim, uma amiga veio visitá-la.— Fala.

— Que amiga?— Profiro, não tenho amigas.

Quer dizer, eu tinha amigas na escola, mas assim que me formei as amizades acabaram também. Nunca mantive contato com nenhuma das minhas colegas de escola.

— Scarlett!— Responde e arregalo levemente os olhos.— Só vim ver se você está muito ocupada, posso deixar ela vir até aqui?

Ainda estou em choque, não esperava por isso, por isso não sei o que dizer. Não respondi a mensagem dela, pois estava com esse ciúme idiota.

— Sim, pode deixá-la subir.— Digo.

— Ótimo, vou chama-la.— Diz e se vai fechando a porta.

Fico um pouco nervosa, não acredito que ela veio aqui, então lembro do quadro que pintei de seus olhos. Corro até ele e o viro para o outro lado, não quero que ela pense que estou obcecada.

The Lady in Red: Scarlett Onde histórias criam vida. Descubra agora